Thursday, April 28, 2005

Discussões

Este post serve para dizer a alguém aquilo que sinto e tentar que essa pessoa perceba um bocadinho o que penso.
Não faz sentido discutir, não há razão aparente para que isto suceda.
Há dias em que o cansaço me leva a melhor e não tenho paciência nenhuma, reconheço que não tenho um feitio fácil mas tu também não tens.
Irrito-me e em parte é com as coisas que ficam por dizer e por resolver.
Talvez não seja mau pôr as cartas em cima da mesa e entendermo-nos porque senão não vai sobrar nada.
Tenho as mais sérias dúvidas que o caminho que escolheste seja o melhor e acho que também tu não acreditas assim tanto nisso.
Achas-me paternalista e que te faço perguntas idiotas que nada têm que ver com o assunto, pois eu acho que até têm mas isso agora não interessa nada.
Não te sei explicar mas para além de me dares a volta ao miolo, consegues fazer com que eu me roa aqui.
Não por estares com outro porque isso não me sendo indiferente porque não é, não é o que mais me preocupa neste momento. O que me preocupa é que tu estejas bem, feliz e com as coisas “encaminhadas” e isso não me parece que esteja a acontecer.
Como é que queres que eu não me chateie se acho que não estás bem e que não te ajudam tudo aquilo que mereces?
É óbvio que fico de trombas com a situação, e mais ainda por não ser capaz de te ajudar e por sentir que assim apenas desajudo em vez de te ser útil.
Não peço desculpa por isto que escrevo porque é aquilo que sinto, gosto muito de ti, demasiado para ter a sensação de que não estás bem e satisfeita e me calar. Se não poder dizer não vale a pena falar contigo.

Tuesday, April 26, 2005

Livro de instruções

Meus amigos e leitores deste blog, chegou a altura de partilhar com vocês algo de muito importante que me tem vindo a consumir a boa disposição.
Não percebo porque é que as mulheres não vêm com manual de instruções…
Elas dizem que são muito fáceis de entender mas todos os rapazes com os quais falo têm o mesmo problema que eu que é não as entender de todo.
O sentido de humor delas é como uma montanha russa, ora está tudo bem ora p mundo está para desabar, umas vezes riem-se com uma piada foleira outras vezes olham para nós e dizem “que ordinário…”
Sei que as raparigas acham que nós rapazes somos indecifráveis mas não entendo porquê.
Os rapazes são o que de mais simples há neste mundo, seguimos uma lógica impecável, sem qualquer margem a interpretações dúbias. Se pecamos por alguma coisa é por sermos simples de mais.
As raparigas dizem sempre que seguem a lógica, o que para além de ser algo raro, quando o fazem, identificam as premissas todas e conseguem extrair as conclusões que bem entendem e que não respeitam nada as premissas anteriores. Assistir a uma dedução lógica de uma rapariga é como assistir a um thriller, um filme de suspense ou mesmo de terror.
Dirão as minhas leitoras – este gajo é um estúpido…
Pois bem, pode ser que até tenham razão mas a experiência mostra-me que conseguem sempre ter um trabalho hercúleo para tirar as premissas para depois concluírem qualquer coisa que nada tem que ver com o que estavam a equacionar ou então, preferem “dobrar” as conclusões para que sejam aquilo que querem.
Mas lógicas à parte e entrando nos afectos, quer os rapazes como as raparigas são irracionais neste aspecto e ainda bem mas há altura em que as evidências não nos permitem passar ao lado ou ignorar.
Sei que não é fácil reconhecer que as coisas não funcionam porque em parte é reconhecer que nós errámos ou porque escolhemos mal ou porque não soubemos manter ou porque por e simplesmente porque sabemos que nos estamos a iludir.
Mas não é esse o encanto? O deixar-nos iludir pelo outro?
Acho que é mesmo esse o segredo da felicidade, ou seja, iludirmo-nos com conta peso e medida.
Quando digo iludirmo-nos não é fechar os olhos e ir, é conscientemente (ou não) deixar que o outro nos leve, com a sua conversa, com as suas ideias, com o seu humor, é transportarmo-nos para uma dimensão onde são estamos os dois, onde mais ninguém entra.
Não sou adepto que nas relações não haja algum ciúme, ele até pode ser algo saudável desde de que dentro de certos limites, porque no fundo eles são o sinal mais nítido de que gostamos do outro. Ou melhor, são um dos sinais porque depois há aquele nervoso miudinho de querer falar com o outro, de o ver ou de o ouvir.
Não vos sei explicar muito bem o porquê mas sinto-me algo triste, como se alguém me tivesse roubado o livro de instruções, como se eu tivesse ficado sem “norte”.
Não me conformo nem sei se deva fazê-lo, não quero abrir mão de algumas coisas mas que no fundo nem sei se são ou não…
Alguma confusão que se gerou e que não sei o que fazer dela…
A minha pergunta é: porquê?

As leis da atracção

O que leva duas pessoas a se sentirem atraídas uma pela outra?
Se tivesse uma abordagem Newtoniana do assunto diria que era por terem massas e que as massas se atraem.
No fundo Newton com a sua maçã, provou que os corpos se atraem…
A maçã, não deixa de ser curioso no mínimo que o fruto ligado à lei da atracção seja a maçã, o mesmo fruto do episódio de Adão e Eva…
Se seguisse a corrente de Einstein diria que as pessoas se atraem porque é relativo e tanto se atraem aqueles como se podiam atrair os outros, naquele momento ou noutro qualquer…
Mas, porque será que duas pessoas se sentem atraídas? O que é que o outro tem que nos fascina?
Não sei se há reposta universal e se há, alguém terá que me dizer que eu não a conheço.
A verdade é que às vezes, coisas tão simples como um olhar, uma frase ou um gesto podem fazer um click em nós.
Há também aqueles casos em que nós não sentimos nada no início e com o passar do tempo e de irmos conhecendo a pessoa nos vamos interessando por ela e pela sua vida. Queremos saber tudo mas não para controlar, apenas porque nos interessamos e porque queremos ajudar, queremos que aquela pessoa confie em nós e confiarmos nessa pessoa.
Às vezes as coisas não saem bem à primeira mas com o passar do tempo, o ganhar confiança e o à-vontade, vemos na outra pessoa qualidades inegáveis que nos atraem.
As leis da atracção não as sei, sei que há pessoas que me fascinam pelo que são e pelo que aspiram ser, pela doçura que têm, pelo seu sorriso, pela sua sinceridade às vezes mesmo desconcertante…
Todas as pessoas que me atraem, fascinam-me, impressionam-me de alguma maneira, mexem comigo.

Saturday, April 23, 2005

Arrumações

Estou em arrumações no meu quarto e encontrei a minha “caixa dos tesouros”.
É a caixa onde guardava tudo o que tinha um significado especial para mim. A todos os objectos estão associadas memórias, desde as conchas e búzios que apanhava com o meu pai na praia, aos anzóis velhos e ferrugentos que encontrava pela areia da minha praia em Sesimbra frente ao Hotel do Mar, passando pelos berlindes vencedores que me davam só vitórias…
É giro ver como há coincidências (ou então não são coincidências) porque na mesma altura em que reencontrei os meus amigos da pré-primária e primária, parece que todo um passado que estava guardado volta a tomar forma e a aparecer de novo no meu presente e projectar-se para o futuro.
Todos os meus “tesouros” estão associados a bons momentos, é curioso como deitei fora as coisas que me lembravam os maus e apenas guardei as que me lembram os bons.
Achei graça a ter encontrado aqueles anzóis velhos e ferrugentos.
Lembro-me de em pequeno ficar na praia até ao pôr-do-sol e ver os pescadores na altura trazerem o peixe para terra estando uns no barco a descarregar as redes e outros na praia a puxá-las havendo um verdadeiro bailado de gaivotas esfomeadas que tentavam a qualquer custo apanhar os peixes que caíam das redes. Já não é nada assim mas ficou esta imagem na minha memória.
A memória é algo de muito curioso, nela estão guardadas as imagens de determinados acontecimentos, os cheiros associados a pessoas ou locais e as musicas ou sons que se ouviam em determinada circunstância.

Friday, April 22, 2005


AHA!!! Cá estás tu... Um beijo muito grande para ti e para a Luana de um amigo Posted by Hello

Colégio do Bom Sucesso

Hoje, 14 anos depois voltei a entrar no colégio onde andei até aos 10 anos de idade e onde completei a minha 4ª classe.
Foi um momento muito especial, foi como que um regressar a um passado que estava adormecido ou esquecido.
É uma sensação ambígua, se por um lado me senti muito feliz por regressar àquele espaço, por outro sinto uma certa nostalgia.
Está diferente, as coisas mudaram (é natural eu sei). As cadeiras que antes eram enormes e representavam um esforço enorme para me conseguir sentar são agora demasiado pequenas para mim.
A escala alterou-se, não sei porquê mas senti alguma tristeza.
Lembro-me de andar fardado com calças cinzentas, camisa branca e camisola verde, não que tenha saudades de andar fardado mas subitamente apercebi-me que o meu tempo naquele espaço tinha acabado, passou e com isso fechou-se um ciclo.
Ficam as memórias de um tempo de que me recordo como sendo bom e, se poderia cair na tentação de dizer despreocupado, não o digo porque havia preocupações, eram de outra índole mas existiam. Nunca me esqueci do pavor que tinha dos espaldares e do pânico que me invadia quando tinha que atacar os atacadores dos meus sapatos e que foi algo que só aprendi aos 10 anos. Problemas em escalas diferentes, só isso.
Guardo da minha passagem boas recordações, lembro-me das brincadeiras quando estava lá, de jogar à apanhada, ao piolho e ao futebol humano.
“Carpe Diem”

Thursday, April 21, 2005

So what?

When you love someone - you’ll do anything
You’ll do all the crazy things that you can’t explain
You’ll shoot the moon - put out the sun
When you love someone

You’ll deny the truth - believe a lie
There’ll be times that you’ll believe you can really fly
But your lonely nights - have just begun
When you love someone

When you love someone - you’ll feel it deep inside
And nothing else can ever change your mind
When you want someone - when you need someone
When you love someone...

When you love someone - you’ll sacrifice
You’d give it everything you got and you won’t think twice
You’d risk it all - no matter what may come
When you love someone
You’ll shoot the moon - put out the sun
When you love someone

In “When you love someone” – Bryan Adams

A minha maneira de ver as coisas

Para que fique claro de uma vez por todas o que quis dizer com os meus dois últimos posts e para resolver a discussão de hoje contigo Xavier.
A relação entre duas pessoas do ponto de vista amoroso é sempre complicada.
Estou numa fase em que se conheço uma rapariga de quem gosto, lhe digo isto tranquilamente sem que com isto pretenda mais do que dizer a verdade e exactamente isto. Não estou a dizer que seremos o Amor da vida um do outro, estou apenas a dizer que gosto dela. Se acrescentar que a quero conhecer melhor, não estou implicitamente a dizer que nos vamos casar, estou apenas a dizer que acho que pode ou não dar qualquer coisa, que o tempo dirá o que é e se é de todo.
Quanto ao que me disseste hoje Xavier: “Isso é ser demasiado óbvio”
É ser óbvio sim, mas também é ter a coragem de dizer ao outro exactamente aquilo que se sente e mostrar-lhe que tem sobre nós influência e o poder de nos magoar ou de nos fazer felizes.
Expor-me assim era algo muito difícil à uns meses atrás, mas agora não, não tenho qualquer medo da resposta do outro que tanto pode ser sim como pode ser não.
Convencido!!! Estão vocês a pensar… Não sou.
Se a outra pessoa nos disser que não se sente incomodada (e porque é que haveria de se sentir, afinal não controlamos o que sentimos) então podemos “avançar”.
Com isto estou a dizer que as coisas estão definidas? Não, também não.
Quanto a perder aquela fase das insinuações e dos toques, não se perde altera-se.
Ambos sabem ao que vão e o que estão a fazer sem terem que ter complexos ou sequer problemas com isso.
A chamada “valsa do engate” é uma dança que não tem que viver apenas do mistério inicial, é algo que se propaga. Dirão vocês enquanto encolhem os ombros – mas se já sabem ao que vão…
AHA!!! Mas estão enganados porque mesmo que saibam ao que vão, não sabem o como, e duas pessoas com vidas até então separadas, por muito que contém o que fizeram, têm sempre reservas de surpresas para mostrar ao outro.
Dirão: mas assim não há aquela troca de mensagens, de cartas…
A resposta para mim – porque não?
Mas se assim é, meus amigos, comecem a caçar pombos porque a ideia do pombo correio embora arcaica, pode parecer-vos muito actual, mas se a mensagem não chegar à vossa desejada não se assustem, o pombo pode ter sido caçado, esturricou-se contra um cabo de alta tensão ou simplesmente ela tem medo do bichinho… A sério, evoluam lá um bocado.
A fase das nuances, dos segundos sentidos, dos olhares cúmplices e provocadores pode manter-se mesmo sabendo à partida que um está interessado, isso não retira à valsa nada até porque na minha opinião, a parte do valsar é a mais gira de qualquer relação.
Poderia agora alongar-me e dizer que devia durar sempre, e de facto, idilicamente sim, mas na realidade há a monotonia que vem e que se instala quando a relação começa a ter tempo.
A questão que nesta altura se coloca é saber se a amizade, o carinho e o respeito que as pessoas envolvidas na relação têm uma pela outra é tão grande que nos permita dizer que queremos mesmo ficar com aquela pessoa.
Chega a uma altura em que nos apercebemos que o outro não muda (já não mudava antes, mas com o tempo ganha vícios) e temos que ser capazes de conscientemente, sem remorsos ou culpas perceber se é mesmo aquilo que queremos e se os defeitos que aquela pessoa tem, e todos temos, nos são suportáveis ou se pelo contrário se tornaram insuportáveis.
Neste exercício, não interessa só contemplar os defeitos, interessa ver quais as virtudes, e essas também todos temos, e saber se as virtudes são as que procuramos ou não.
Da conjugação das virtudes e dos defeitos temos que perceber se nos adaptamos aquela pessoa e se podemos viver com ela, sendo-lhe fiel, tendo-lhe respeito e acreditando nela.

Tuesday, April 19, 2005

Quanto a enterros, funerais e lutos

A vida dá uma série de voltas que não controlamos.
As relações amorosas que nós tivemos no passado muitas vezes não se propagam no futuro como amizades ou sequer como relações de conhecidos.
Às vezes é necessário deixar as coisas morrerem e enterrá-las.
Se há cerca de 5 meses atrás estava de rastos e achava que a minha vida ia terminar, que nunca mais seria feliz, agora acho que as coisas são muito diferentes.
Aprendi que cometi uma série infindável de erros. Mas afinal que mal tem isso?
Nenhum se não tivesse magoado a pessoa com a qual estive.
Mas agora sejamos honestos, dependia apenas de mim?
Não, de forma alguma. Foi o resultado do chamado efeito “bola de neve”.
Será que com isto estou a dizer que não alterava nada?
Não, alteraria muita coisa mas isso já não é possível. Ficou a experiência e espero ter aprendido com os erros.
Sou obstinado e tenho a mania que os outros se devem moldar à minha imagem e semelhança e à minha vontade. Tenho mau feitio e pouca paciência.
Agora sei que eles estão cá e sei que abuso em alguns tópicos sendo que o que aprendi de mais importante foi isto: Não tentar alterar o outro – se me apaixonei por aquela pessoa, foi por ela ser como é e não para a tentar transformar num remendo de personalidades ao sabor dos meus desejos e caprichos.
Às vezes custa porque acho que tenho a solução ideal para aqueles problemas mas no fim, não tenho, não os resolvo e ainda os agravo mais.
Tomar consciência de tudo isto implicou ter que deitar fora algumas ideias e abraçar outras novas. Para mim já não há normal, há diferente.
Quanto ao passado, devemos deixá-lo no seu sítio que é mesmo enterrado mas sem nos esquecermos dele porque podemos vir a necessitar de nos lembrar do que fizemos para não repetir.
Agora, olho para o futuro com alguma tranquilidade e alguma felicidade de base. Há coisas que passam outras que ficam, umas pelas quais vale a pena lutar outras que o melhor é ignorar.
Quanto a paixões, isso dava uma outra entrada neste blog ;)

Monday, April 18, 2005

R.I.P.

18/04/00 - 30/08/04(?)

Sunday, April 17, 2005

Apetece-me escrever

Uma vez que decidi escrever um blog e assim dar conhecimento a todos quanto queiram qual é o meu pensamento, acho que está na altura de partilhar um sentimento profundo que me invade com muita frequência.
Não percebo nem consigo que me expliquem porque é que todos temos que complicar tanto as vidas uns aos outros? Porque é que participamos em tantas injustiças? Porque é que mascaramos existências com pouca qualidade dizendo que somos felizes?
Afinal, quem é que definiu felicidade? Se alguém souber por favor diga-me porque ando à procura e não só para mim.
Quem não gostaria de, qual fada Sininho, espalhar pó de ouro de felicidade sobre todos?
Afinal, se todos acreditamos que a felicidade existe, porque é que fazemos os outros infelizes?
Porque torpedear-nos uns aos outros?
A felicidade não se mede pelo valor da conta bancária, pelo carro que se conduz ou pela roupa de marca que se veste.
Alguém sabe o que é a felicidade pura?

As estranhas voltas do destino

Numa altura em que tudo aquilo que se procura é não ligar o complicómetro, parece que há coisas que nos tiram o chão de debaixo dos pés.
Não sei se o chão me fugiu de debaixo dos pés mas pelo menos é muito menos firme e não me sinto nada feliz com a situação.
Todas as certezas parece que se têm dissipado, as dúvidas adensam-se e a pergunta é sempre a mesma: “Vale a pena?”
A esta pergunta a resposta é pessoal e quase intransmissível. No meu caso não sei, ou melhor, até sei.
A procura incessante de respostas para perguntas mal formuladas ou não formuladas de todo não traz nada senão o profundo descontentamento e desgasta o que de bom há ou pode haver. Não vale a pena insistir enquanto não houver novos dados ou alterações de posições.
Remeto-me para o meu silêncio (ou não) com a estranha sensação de que tudo me passa ao lado.

Para ti

Pensei em recorrer ao escrito de alguém para pôr por palavras aquilo que não sei dizer mas prefiro não o fazer.
Não sei dizer mas tu sabes por isso não importa acho eu.
Quero lá saber, percebes?

Friday, April 15, 2005


Quero fugir num cruzeiro... Posted by Hello

Thursday, April 14, 2005

O incrível gozo de cortar o cabelo

Ir ao barbeiro é um hábito que se perde no tempo. É um dos poucos refúgios onde um homem está no seu “habitat natural”.
O meu barbeiro ainda é daqueles à antiga, só há homens!!!
Hoje é dia de jogo de futebol logo cumpre-se o ritual, discutem-se as equipes, os lances não assinalados ou mal assinalados, quem é que vai ganhar o campeonato (que para o bom do meu barbeiro é sempre o seu querido Benfica…), um momento 100% masculino portanto.
Mas se julgam que ir ao barbeiro é discutir futebol estão muito enganados, discute-se política, carros e mulheres. É no fundo uma análise de toda uma vida feita nos quinze minutos que dura o corte de cabelo, uma espécie de sessão de psicanálise ligeira em que se fala sempre de forma genérica de casos particulares e se ouve os conselhos mais espantosos.
Cortar o cabelo afinal permite-nos ter um momento de são convívio masculino em que se discute tudo despreocupadamente, usando o palavreado que entendemos e sem riscos de más interpretações.
Como diz um amigo meu: “Fica o desabafo…”

Os amigos

Ser-se amigo de alguém é talvez a maior responsabilidade que alguém pode ter.
Ser-se amigo não é dizer sempre que sim ao outro, às vezes o verdadeiro amigo é aquele que diz que não e que discute connosco dizendo que nós não temos razão.
Ser amigo de outra pessoa implica que a defenderemos qualquer que seja a altura mesmo não concordando com ela e dizer-lhe isso em particular mas mostrar para fora uma união impecável e à prova de bala.
Não entendo o crescente unanimismo em que as relações caem, em que todos têm as mesmas opiniões e as mesmas ideias. Há um provérbio que diz: “Cada ovelha a sua parelha” mas parece-me que começa a haver exagero na “aplicação” deste provérbio.
É verdade que um grupo de amigos tem interesses comuns mas daí a que não haja quase espaço para a diferença é demais. Será que entrámos na fase das ovelhas? Em que todos pertencemos ao mesmo rebanho não nos distinguindo uns dos outros?
Ser-se amigo não é falar todos os dias uns com os outros, é ser aquele que quando é necessário e sem que sequer tenhamos que pedir, ele aparece munido de toda a sua força para nos ajudar e defender. Mas ser-se amigo é muito mais que tudo isto, é ser aquele que é capaz de nos chamar à realidade, de nos sacudir, de nos dizer as coisas mais desagradáveis sem qualquer intuito ofensivo mas sim visando a melhoria do nosso estado.
Ser-se amigo não é ser aquele com o qual vamos para os copos ou para a farra, porque pessoas para isso há a pontapés e basta estar na mó de cima que aparecem às centenas, amigo é aquele que até é capaz de não ir connosco para estas coisas todas mas que quando estamos na mó de baixo aparece e mesmo sem se esperar nos diz qualquer coisa que nos fala directamente ao coração.
Ter um amigo é ter alguém que nos julga exactamente por aquilo que somos, sem ter preconceitos ou se os tem, diz-nos à partida. É ter um fiel na balança que é a vida, uma garantia de apoio incondicional. Ter-se um amigo implica também que nós sejamos capazes de os manter e de os apoiar quando eles precisam e perceber que não pode ser só num sentido, implica receber e dar em troca.

Feeling lonely Posted by Hello

Wednesday, April 13, 2005

As escolhas

A vida coloca-nos perante uma série de situações em que temos que escolher. São momentos delicados e por vezes mesmo desafiantes.
É estranho, a minha visão da vida mudou muito, há cerca de um ano atrás a ideia de conhecer alguém e me envolver com essa pessoa sabendo que ela tinha tido outros na sua vida era absolutamente impensável. Uma ideia absurda para dizer o mínimo. Era fundamentalista porque acreditava que encontrávamos a pessoa certa e que era com essa que passaríamos o resto da nossa vida.
Mas, ao certo o que é a pessoa certa?
Alguém sabe? Se sim por favor mandem a resposta!!!
A pessoa certa varia de circunstância para circunstância. O que nos parecia impossível pode passar a ser admissível e mais que possível, mesmo desejado.
Aquilo que é hoje pode não ser o amanhã.
Não estar interessado numa pessoa hoje não implica que não me interesse amanhã. Às vezes é uma questão de mudanças de parte a parte, é o compromisso que ambos conseguem “forjar”, a aliança que estabelecem, a confiança que depositam um no outro.
Às vezes dizemos que não e queremos dizer que sim, ou então queremos que haja algum tempo, algum acontecimento para que as coisas sejam aquilo que nós sonhamos ou desejamos.
Dou um exemplo simples: se nos interessarmos por uma pessoa que tem uma relação mas que temos a certeza que queremos estar com aquela pessoa, ou pelo menos experimentar ver o que dá, temos duas alternativas:

1) Metermo-nos ao barulho e criar uma confusão desgraçada que não é para nós nem para o(s) outro(s)
2) Dizer que não e esperar melhores dias, que as coisas mudem

Não te “descarto”, não consigo, mexeste mesmo comigo mas também sei quais os limites (meus e teus).

Livre interpretação

Às vezes, quando nos dizem que podemos interpretar as coisas como entendermos será que isso é bom?
Não faço a menor ideia porque se às vezes ajuda, outras há em que apenas complica porque temos tendência a perceber aquilo que não é, ou será que é?
Can someone shed me a light?

Tuesday, April 12, 2005

O que me vai na alma

Os dois últimos dias têm sido complicados. Muitas duvidas, poucas respostas e ainda menos certezas.
Num momento para mim muito complicado em que questiono toda a minha anterior forma de pensar e de agir, o turbilhão de emoções e dúvidas é enorme.
Se por um lado tenho a minha universidade que me pede toda a atenção, por outro tenho que decidir o que quero da minha vida pessoal.
Antigamente era temerário, as decisões eram irreversíveis, nada faria alterar a minha trajectória. Fazia juízos de valor automaticamente, esquecendo possíveis atenuantes ou sequer me preocupava em perceber o contexto. Não havia maldade em ninguém, ou melhor, eu não acreditava que houvesse maldade dirigida a mim.
Agora apercebi-me que existe muita maldade neste mundo e que há sobretudo muita mentira (e não me refiro à piedosa), muita aldrabice e vigarice.
Não percebo nem nunca consegui perceber porque é que as pessoas mentem e ocultam a verdade. Vale a pena?
Sei que dizer as verdades às vezes custa mas não custa muito mais mentir?
A resposta infelizmente varia de pessoa para pessoa. Há pessoas que não conseguem mentir e outras que mentem por sistema.
Será que nunca se apercebem que mentir magoa muito mais do que dizer as coisas de forma frontal?
A mentira trás a desconfiança, o medo e com eles a raiva e o ódio e por fim o desprezo.
São todos eles maus sentimentos e que não devemos alimentar mas há alturas em que a pessoa não suporta mais e explode.
Afinal para quê?
Esforçamo-nos por ser honestos com os outros, por os deixar entrar na nossa vida, por lhes mostrar o nosso interior e a seguir, qual violação, vão-se embora levando o que lhes demos, esvaziando-nos (ou pelo menos roubando parte de nós) dizendo no processo de saída tudo o que lhes apetece dando ares de beatitude que não têm e ainda acrescentam: “Ouve bem o que te digo…” ou “Na minha opinião…”
Têm todo o direito de dizer o que pensam mas só se também quiserem ouvir o que eu lhes tenho para dizer.
Já não faço juízos das pessoas, não sei o suficiente, a vida é tão complicada e complexa, com tantas variáveis e tantos “ses” mas não me peçam para aceitar o que para mim é inaceitável.
Aprendi que nas relações, nós nunca devemos convencermo-nos que alteramos o outro porque ele só muda por si mesmo e não por nós. A imposição dos meus valores não é a solução, antes pelo contrário, é uma das causas dos possíveis problemas.
Cada qual é como é, não sou eu que mudo as pessoas com as quais convivo ou convivi.
Não sei o que dizer, sinto-me muito triste, gostaria de poder alterar muita coisa, retirar muita palavra dita ou escrita, voltar atrás em alguns momentos alterar atitudes tomadas mas não dá. Faz parte do meu processo de crescimento, espero ter aprendido com tudo o que se passou e tentar não repetir os mesmos erros.
Quanto às pessoas que mentem, e sem ofensa para os que são católicos devotos e praticantes, não é a Igreja onde vão com tanta frequência que vos vai expiar os vossos “pecados”, isso não é ser cristão. Um conselho para vocês, tentem uma vez na vida preocuparem-se menos com a imagem e com a aparência e esforcem-se por ter substrato, por serem pessoas rectas.
Neste texto que também já vai longo, acrescento um parágrafo para as raparigas que lêem este blog.
Quando um rapaz vos convidar para tomar café tentem perceber que beber um café não é um pedido de casamento ou uma tentativa desesperada de se atirar a vocês mas que pode, eventualmente ser uma manifestação da vontade que esse rapaz tem de vos conhecer melhor, de saberem como pensam e de que é que gostam. Se daí para a frente há mais ou não, isso depende dos dois e não de apenas um.
Uma coisa que não entendo mas que se verifica muito é esta moda das relações unitárias, ou seja, pensar que uma relação é feita apenas por um. Não, relação implica duas pessoas e que essas duas pessoas comunicam uma com a outra.
A quem ler este texto – obrigado pela paciência.

Aos meus inimigos

O meu "Muito Obrigado". Que durem muito tempo e que tudo vos corra bem.

Sunday, April 10, 2005

Filosofia

"O mais feliz dos Homens é aquele que faz os outros felizes"

Pensamentos Soltos

Num dia em que tudo parece rugir, em que nada sai como deve ser, não sei o que hei-de escrever.
Refiro apenas alguns titulos de livros que li e que acho que são não só adequados ao meu estado de espirito mas também a várias situações:

"The End of The Affair" - Graham Greene
"The Hitchhiker's Guide to the Galaxy" - Douglas Adams
"Alquimista" e "Diário de um Mago" - Paulo Coelho
"A Profecia Celestina" - James Redfield

Quanto a conselhos, não os dou porque quem precisa sou eu...
Se quiserem ver algo especial vejam o "Manias Minhas" (http://www.maniasminhas.blogspot.com/), um blog muito curioso.

Tranquilidade... Posted by Hello

Futebol

Uma vez que este blog se está a tornar repetitivo decidi partilhar com vocês algo de mais “leve” mas igualmente importante.
O desporto rei (que é o futebol para quem não sabe) move massas e é um dos que eu mais gosto embora o meu favorito seja o ténis.
Quem não jogou já futebol?
No meu liceu existiam várias equipes de futebol que se organizavam para formar um campeonato.
O que é que isto tem de especial? Nada senão fossem os nomes das equipes.
Equipes como “Os Donos da Bola”, os “Pum Partiu”, os “Dragon Ball” ou os meus favoritos e detentores do título de campeão o “Montanelas F.C.”.
O “Montanelas F.C.” tinha uma organização impecável com o seu perigosíssimo ponta direita, o camisola 69 e a sua jogada de marca – “trek, trek e pimba na bolinha”.
São momentos como estes que deixam a sua marca na nossa vida ;)

Desbloqueadores de conversa

Quem é que já não teve uma conversa em que a dada altura todos se calaram porque não sabiam o que dizer?
É nesta altura que é importante ter um bom desbloqueador de conversa. Estes pequenos “instrumentos” são salvadores e evitam constrangimentos … ou então não…
O que é giro é que quase todos envolvem animais. Seguem-se alguns exemplos:

“E os porcos voam”
“Olha!!! Uma ovelha!”
“Viste aquela elefanta cor-de-rosa a fazer bunjee-jumping

Friday, April 08, 2005

Desabafos

O que tem em comum um jogo de ténis, de xadrez e a vida?
Todos requerem estratégia.
Definir uma estratégia num jogo é algo que fazemos com alguma leveza uma vez que dele não depende a nossa felicidade mas quando tomamos decisões na nossa vida escolhemos claramente se queremos ser ou não felizes ou pelo menos escolhemos aquele caminho que nos parece ser o mais provável a levar-nos ao nosso objectivo que é a felicidade.
Valerá tudo para atingir a felicidade?
Não, de forma alguma. Sou da opinião que há limites para a nossa acção e que mesmo que possamos ser felizes com determinada pessoa, se isso poder de alguma forma trazer infelicidade aquela pessoa, devemos ter a coragem de o dizer e de deixar aquela pessoa sair de ao pé de nós mesmo que isso nos magoe.
A nossa felicidade não pode ser feita à custa da infelicidade dos outros.

A Sua Santidade o Papa João Paulo II

Foi hoje o dia do seu funeral. É o fim de um ciclo.
O mundo perdeu um homem com uma capacidade inigualável, um crente cheio de fé e o fiel da balança de determinados valores morais.
Não sou católico praticante mas reconheço que o Mundo ficou mais pobre e recordo uma das suas frases pelo que de maravilhosa verdade encerra:
“O Amor converte corações e dá a Paz”

Caminho dificil? Deixa-me levar-te ao colo... Posted by Hello

Tuesday, April 05, 2005

Curioso

O mais curioso das relações é quando nós nos interessamos numa pessoa e queremos protegê-la o mais possível.
Porquê? Não faço ideia, é mesmo porque queremos que tudo corra bem à pessoa.
A curiosidade é esta: Se a pessoa já fez parte da sua vida sem nós, então talvez não tenhamos que sentir que a temos que proteger assim tanto porque no fundo a pessoa protege-se sozinha e já o fazia antes de nos conhecer. Implica que a pessoa sabe quais os riscos que corre e quais as consequências das suas decisões.
Mas quando gostamos de uma pessoa (amorosamente ou não) queremos fazer com que as montanhas se transformem em planícies para que não existam momentos difíceis mas como não temos esse poder, aquilo que podemos é dizer tranquilamente: “Eu estou aqui, não te deixo!”

À minha "doidona" de estimação, obrigado pela ajuda e pela infinita paciência. A toda a tua familia o meu mais sincero agradecimento pelo fim-de-semana fantástico que me deram ;) Posted by Hello

Achas mesmo?

Sentes-te confusa?
Porquê?
Não te posso dar o tempo e o espaço para que estejas sozinha e longe de todo o mundo, não te posso enviar para o deserto (e se enviasse mandava também umas ovelhas).
Respira fundo três vezes e pensa que há coisas que valem a pena e outras que não. As decisões são tuas e apenas tuas, ninguém tem que se meter, podem dar a sua opinião mas isso não implica que as devas seguir.
Gostaria de te poder pôr numa redoma e evitar que sofresses ou te irritasses ou mesmo que tivesses neuras mas isso não está ao meu alcance, por isso aquilo que te posso “oferecer” é a minha amizade e disponibilidade sempre que precises dela e/ou queiras “usá-la”.
Como no filme “Million Dollar Baby” – protege-te sempre, não mereces que te façam mal.
Desculpa se me excedi ao escrever isto…

Saturday, April 02, 2005

Pigs DO Fly

Às vezes as coisas mais inacreditáveis acontecem…