Saturday, July 29, 2006

Andar à procura

Parece que andamos sempre à procura de qualquer coisa, de uma qualquer sensação especial que nos faça sentir vivos. Vivos no sentido de ter prazer, um prazer esmagador.

Experimentam-se inúmeras coisas, vários estratagemas e cada vez mais quando olho à volta vejo pessoas mais vazias. Há aquelas que de facto encontraram algo que lhes dá prazer no seu dia-a-dia, mas há sobretudo uma multidão de pessoas que fazem as coisas porque é suposto fazer. Esqueceram-se de qual a razão ou qual o objectivo, fazem-no maquinalmente.

Irrita-me a moda do “Está tudo bem! Isto é cool.” – Pessoas que estão sempre bem e a quem a vida nunca trás uma única preocupação são uma verdadeira farsa.

Mas há também um grupo que não é menor de pessoas que não fazem porque têm medo de não conseguirem fazer, pessoas que ficaram paralisadas pelo medo e assim não se expõem.

E aquelas que vão tendo relações umas atrás de outras para não se sentirem sós mas que na verdade nunca estão com o outro porque nunca têm nada de genuíno em comum?

E uma vez rotulados, as pessoas têm extraordinária relutância em sequer admitir que podemos ter mudado, que aquilo que era já não é.

Gosto da comparação entre o tango e a vida – faz-nos (e a mim pessoalmente) falta simplificar e perceber que mesmo os erros não são o fim do mundo. [é longo mas tentem lá ver até ao fim]


Friday, July 28, 2006

Ternura

Apetecem-me coisas doces, lembro-me daqueles momentos que me fazem sorrir, e de coisas tranquilas.

Não se justifica correr atrás de tudo, há umas coisas mais importantes que outras e por isso mesmo…


Thursday, July 27, 2006

Sinto saudades

Sinto saudades daquelas discussões idiotas entre duas pessoas apaixonadas.

Sinto falta daqueles telefonemas às 3 e 4 da manhã em que com esforço se vai falando com o outro porque não se quer desligar, em que não se quer perder sequer um segundo do tempo que temos em conjunto.

Sinto saudades das cartas de amor que escrevia com o pensamento acelerado a imaginar como ela reagiria às sugestões de passeios. Sinto saudades de namorar mesmo estando neste momento semi-mergulhado no caos.

Sinto saudades daqueles olhares matreiros em que ambos percebemos que queremos estar sós e noutro qualquer local. Sinto saudades de estar no cinema, de olhar para o lado e ver aqueles olhos a observarem-me e de sussurrar: “Vamos embora?”

Sinto saudades de preparar aquelas prendas que são surpresas mas que no fundo não são mais do que brincadeiras.

Sinto saudades daquele friozinho que se sente antes de se beijar a pessoa que se ama, aquele terno fechar de olhos…

E são saudades boas, com carinho, com muito desejo, com muita vontade…



Tuesday, July 25, 2006

Noticias

Esta (não) noticia foi um rude golpe. Até estou com dificuldade em respirar...




Fica a música para o momento, esperemos que passado que está o ponto de não retorno no fim a sorte nos sorria...

Sunday, July 23, 2006

A minha praia

Finalmente uns dias mais sossegados, com a net ainda a carvão, e com a possibilidade (aproveitada) de ir para a praia.

Desde que me conheço que vou sempre para a mesma praia onde não sei bem porque razão parece que o exterior não chega e não chegam as pessoas que eu conheço e com as quais estou todos os dias o que é um enorme descanso (e não o digo por mal).

Gosto especialmente de barcos (ou navios consoante o tamanho – afinal o tamanho importa… tantos mitos desfeitos), seja pelo meu “Coco” seja pelos filmes de piratas sempre sonhei com um veleiro meu e com o navegar por aí.

Ora, a praia onde costumo ir não era muito dada a veleiros, sempre teve os seus barcos pequenos, os seus navios de pesca mas veleiros só recentemente é que apareceram. Hoje estava lá um veleiro de bandeira turca que era francamente bonito mas o momento alto do dia foi quando um veleiro de grandes dimensões que parecia o Navio Escola Sagres atracou junto à praia.
Ver um navio daqueles a velejar e a chegar é uma sensação curiosa, fez-me regressar à infância, conseguia imaginar piratas, contrabandistas e navios a fazerem a carreira da Índia. Fica a imagem do navio com as velas abertas a afastar-se no horizonte.

Thursday, July 20, 2006

Irritação...

Uma ligação à internet que cai de 5 em 5 minutos...

Wednesday, July 19, 2006

Sei lá eu…

Queria escrever qualquer coisa com pés e cabeça mas não consigo.

Entre a irritação, a tristeza, a dor, a vergonha, a alegria, o orgulho, as dúvidas parece que nada se encaixa no seu sítio perfeito.

A tremenda irritação com as coisas que não andam com a celeridade que queria, com aquilo que não consigo alcançar, com o perceber que fui tão estúpido em algumas circunstâncias.

A tristeza por aquilo que já terminou há tanto tempo, pela forma como foi, pela dor que trouxe, pela forma pouco briosa. Pela estupidez de achar que afinal talvez tu necessitasses da minha ajuda, por não te ter sabido ajudar e por afinal…

A dor de me sentir posto em causa com histórias pouco claras que envolvem comportamentos que nunca tive, intenções menos boas que não são as minhas. Dói-me toda essa desconfiança.

Sinto a vergonha queimada em mim como o ferro de um cavalo. A vergonha que eu tenho e outros não tiveram, a vergonha de não ter percebido, a vergonha de não ter querido ver, a vergonha de tanta coisa de que não me quero lembrar (embora voltem à minha mente de vez em quando).

A enorme alegria que tenho com os meus amigos que sabem quem são.

O enorme orgulho que tenho da minha irmã embora me preocupe com ela, por a desejar mais forte, mais acutilante, mais parecida comigo. O orgulho que tenho por ter permanecido fiel aos meus princípios, por ter feito tudo aquilo que me parecia adequado tentando fazer como faria o meu avô – conjugando todas as sensibilidades.

Tenho claro as minhas dúvidas: Será que é por aqui o caminho? E se me engano? O que significa isto/aquilo?

E por estranho que possa parecer, não me sinto triste ou assustado ou perdido. Acho que é por aqui, espero conseguir chegar lá.

Sinto um enorme desânimo por não ser capaz de voltar a dizer “Eu amo-te” e de voltar a sentir aquela paixão arrebatadora.

Verdade seja dita que também já não quero as mesmas coisas que queria há um tempo atrás mas mesmo assim é como se fosse uma pedra no sapato que vai fazendo ferida e que vai magoando.

Quero alguém com quem conversar ternamente, com quem possa estar sem falsas pretensões, alguém com quem estar tranquilamente, em que tudo o mais decorra tranquilamente, com tempo, compassadamente, nascendo da ternura, da admiração e do respeito.

Não entendo esta mania da troca de fluidos por tudo e por nada, esta ditadura da cama, em que tudo se passa na horizontal. Quero algo diferente, quero algo “vertical” em que o restante decorra normalmente.

Estou cansado desta mania dos gostos standard. Eu gosto da minha música, dos meus livros, dos meus locais especiais e acabou, não têm que ser iguais aos dos outros.

Estou também cansado daquelas propostas veladas que no fundo não trazem nada, que apenas nos levam numa caça aos gambozinos, prefiro que se diga claramente ao que se vai.

Irrita-me que não se assumam as coisas claramente, percebendo que tudo tem riscos, mas que todos nós arriscamos – não é só um lado que arrisca.

Saturday, July 15, 2006

Trava línguas

Em crianças costumávamos brincar com frases a que se chamam genericamente “trava línguas”.

Frases como: “Três tristes tigres” ou “O rato roeu a rolha da garrafa de rum do rei da Rússia” se ditas muito depressa tornam-se complicadas e dão espaço a enganos.

O tempo passa e acho que descobri o maior trava línguas de todo a língua portuguesa: “Amor”.

A quantidade de pessoas que é incapaz de proferir “Eu amo-te” é espantosa – ok, aceito que também há muita que o diz a torto e a direito, por tudo e por nada – mas quando se sente mesmo, há sempre o receio de pronunciar a palavra como se ela nos tornasse escravos ou nos agredisse num futuro próximo.

Poderia pegar no facto de que quando se ama também se cometem enganos como com os trava línguas mas deixemos isso para depois.

E com tanto medo de chamar as coisas pelo nome as pessoas inventam outras formas de dizer algo idêntico mas que no fundo nunca é o mesmo.

Curioso trava línguas este…

Friday, July 14, 2006

Momentos

Aquela conversa com aquele amigo muito mais velho…

Quando depositam em nós uma confiança inabalável que até nos comove, quando acreditam verdadeiramente que seremos capazes (mesmo mais do que nós próprios), quando uma das pessoas que mais admiramos nos tece um elogio…

E é assim que a vida nos sorri nos momentos mais curiosos.

Entre fins de Outubro inícios de Novembro lá vou eu para a minha tão desejada viagem, será uma loucura mas será. E isso dá-me um prazer doido.

Tuesday, July 11, 2006

Desejo

E às vezes apetece-nos desaparecer de um local para um outro qualquer. Hoje é mesmo isso que gostava.

Aqueles assuntos que não se resolvem e que quando acreditamos que estão a andar e ainda para mais como desejamos teimam em nos desmentir...

Enfim, amanhã terá passado o sentimento mas as coisas estarão na mesma paz do Senhor...

Monday, July 10, 2006

Naftalina

E porque às vezes me passo totalmente...





Viva a loucura!!!

Sunday, July 09, 2006

Amargos de boca?

Há dias em que as coisas por e simplesmente não saem. Hoje é um desses dias.

Tantas coisas em que vou pensando e que não deviam ser parte do meu pensamento, tanta dúvida que parece ter saído de debaixo do tapete para se sentar mesmo à minha frente numa atitude desafiadora.

No meio de tanta pergunta que me coloco e para a qual não encontro resposta – ou melhor, encontrei mas não me agrada e prefiro ignorá-la embora saiba que mais tarde me vou arrepender por a ignorar – comecei a olhar para trás e a fazer balanços sobre o que fiz, o que não fiz, o que queria e o que obtive e por estranho que pareça gosto do caminho até agora. Faria coisas de forma diferente mas em todas as grandes opções manteria.

E se há um laivo de tristeza há sobretudo um traço muito forte de esperança e mesmo um travo a alegria perante o que está para vir.

É verdade que gostaria de me apaixonar perdidamente, mas quando a paixão passar, quero ter alguém com quem possa conversar de coisas simples, das coisas que gosto. Alguém com quem partilhar os meus medos e que me abrace. Gostava de ter que me recebesse de braços abertos e que me deixasse desconjuntar todo naquele pranto estúpido que todos temos, e que num abraço forte me sussurrasse ao ouvido – “estou aqui”.

E por estranho que pareça, queria estar lá para a outra pessoa…

Talvez seja pedir muito, ou seja pedir pouco sei lá – mas esta coisa dos amores não segue um padrão que nos permita controlar.

Gosto daquele formigueiro de pensar: “que estará ela a fazer…” – gosto do olhar cúmplice de duas pessoas que estão no meio de muitas outras e que percebem que estão ali mas querem sair dali para um qualquer outro lugar onde estejam sós.

Enquanto este sentimento não assenta arraiais no meu coração – e por estranho que pareça acho que o mesmo pode ser induzido – há tanta outra coisa que quero ir fazendo.

Recuso-me a viver refém de uma espera que não traz nada, mas ao contrário de muitas pessoas que conheço também me recuso a dizer que só é que se está bem – não é normal, nós não fomos feitos para estar sós.

E é assim, sinto-me nostálgico, com vontade de falar contigo, com vontade de te arrancar essas certezas que tanto me irritam mas ao mesmo tempo são tão reconfortantes.



"Belive" - Elton John

Thursday, July 06, 2006

Casa de espelhos

Às vezes temos que guardar um segredo, que nos pode ter sido involuntariamente confiado e que mesmo contra tudo aquilo que consideramos correcto temos que o guardar. Como os segredos das confissões ou o sigilo médico ou de advogado.

E se esse segredo nos distorcer como os espelhos da feira popular?

Wednesday, July 05, 2006

O que me vai na alma

Acabo de ler os livros da saga “Diário de Bridget Jones”.

Que se lixe o politicamente correcto. Não entendo as mulheres, e foi uma tentativa algo desesperada de perceber o que lhes passa pela cabeça.

Nunca percebi que raio é que as faz decidir ou não decidir para ser mais exacto. Não entendo a mania do “as minhas amigas…”

É desesperante porque às duas por três andamos a “galar” a rapariga de quem gostamos e a tentar convencer o júri que é o painel formado pelas amigas.

Outra modernice que me lixa é a do espaço – “Ah e tal, preciso do meu espaço…” Ok, mas que raio é isso?

Como homem, tenho necessidade do meu espaço – teoria Bridget Jones do elástico marciano – mas isso não implica que não queira tê-la no meu espaço, nas minhas coisas, com os meus amigos, com a minha família, com aquilo que me entusiasma.

Gostei da definição de “fodilhice emocional” – é por estranho que pareça acho que as pessoas o fazem frequentemente.

A sério, esta coisa de homens e mulheres é do catano, temos todos tanto medo que só fazemos merda – somos todos basicamente iguais.

Vejo muitas raparigas serem cabras umas com as outras, umas a dormirem com o namorado da amiga, outras a insinuarem-se a eles… Pois, mas desculpem lá, nunca vi um homem ser violado por uma mulher… deve ser difícil apontar o Norte sob ameaça… Ou seja, uns são maus mas os outros não são melhores.

E esta história de ter sempre o “eterno amor” que está ali à nossa espera – o eterno namorado ou namorada – que depois descobrimos se casou ou arranjou namoro e está feliz e nós ficamos sozinhos e a pensar – “Até el@ tem namorad@ e eu estou só. Mas o que é que eu tenho?”

E se nós não tivermos nada de errado? Já pensaram que o mal pode estar nos outros que não se decidem e deixam-nos passar pelos dedos? O nosso erro é querê-los tanto que nos esquecemos de nós…

Mas depois nós até que nos apaixonamos e aí lixamos tudo. Temos os nossos medos, os nossos hábitos, as nossas manias, as nossas superstições e pomos tudo em causa.

“Eu sou forte, eu resisto, eu aguento…”

Mas que raio, os homens também choram, também sentem e quem diz o contrário mente.

Não que neste momento esteja a chorar ou com vontade disso, mas sinto-me em algumas alturas sós e gostava que me abraçassem, e mais especificamente que uma pessoa me abraçasse.

Lembro-me daquela estrada que existe de quem vem pelo Alentejo para Lisboa mas que não é a auto-estrada, que tem castanheiros de um lado e de outro que se tocam formando um “túnel”, lembro-me do caminho que percorri, no intento da viajem, de te encontrar, e não estares aqui, não estares ali, não estares ponto.

Será que me fartei de percorrer o caminho? Não sei, não consigo perceber…

Sunday, July 02, 2006

Escreve, apaga, escreve, apaga…

É mais ou menos o que me tem acontecido. Escrevo vários textos que nunca aparecem aqui, seja porque os considero demasiado íntimos, seja porque seriam demasiado indicadores, seja porque seriam respostas a perguntas feitas por pessoas que se as lessem e sem o mínimo de explicação se sentiriam (e com razão) ofendidas.

Há alturas em que me apetece agradecer a determinadas pessoas, outras em que me apetece mandá-las pastar, outras em que gostaria de lhes perguntar: porquê?

Isto de se escrever tem muito que se lhe diga, às vezes referimo-nos a alguém que nem sequer lê este espaço mas há outra pessoa que interpreta como sendo referido a ela.

Haverá um código de conduta universal ou depende apenas e só do nosso bom-senso?

Escrevo muitas dos amores e desamores, não que esteja a falar de mim ou de alguém próximo, são iterações num processo, que é o meu, de tentar perceber o que leva alguém a agir de determinada forma.

Apologista de que o passado de uma pessoa contém muitas das pistas que permitem descodificar o presente e antever o futuro, não me dou por convencido e continuo a acreditar que todos têm um fundo bom, em que a verdade permanece.

O que leva as pessoas a gerarem expectativas?