Tuesday, April 26, 2005

Livro de instruções

Meus amigos e leitores deste blog, chegou a altura de partilhar com vocês algo de muito importante que me tem vindo a consumir a boa disposição.
Não percebo porque é que as mulheres não vêm com manual de instruções…
Elas dizem que são muito fáceis de entender mas todos os rapazes com os quais falo têm o mesmo problema que eu que é não as entender de todo.
O sentido de humor delas é como uma montanha russa, ora está tudo bem ora p mundo está para desabar, umas vezes riem-se com uma piada foleira outras vezes olham para nós e dizem “que ordinário…”
Sei que as raparigas acham que nós rapazes somos indecifráveis mas não entendo porquê.
Os rapazes são o que de mais simples há neste mundo, seguimos uma lógica impecável, sem qualquer margem a interpretações dúbias. Se pecamos por alguma coisa é por sermos simples de mais.
As raparigas dizem sempre que seguem a lógica, o que para além de ser algo raro, quando o fazem, identificam as premissas todas e conseguem extrair as conclusões que bem entendem e que não respeitam nada as premissas anteriores. Assistir a uma dedução lógica de uma rapariga é como assistir a um thriller, um filme de suspense ou mesmo de terror.
Dirão as minhas leitoras – este gajo é um estúpido…
Pois bem, pode ser que até tenham razão mas a experiência mostra-me que conseguem sempre ter um trabalho hercúleo para tirar as premissas para depois concluírem qualquer coisa que nada tem que ver com o que estavam a equacionar ou então, preferem “dobrar” as conclusões para que sejam aquilo que querem.
Mas lógicas à parte e entrando nos afectos, quer os rapazes como as raparigas são irracionais neste aspecto e ainda bem mas há altura em que as evidências não nos permitem passar ao lado ou ignorar.
Sei que não é fácil reconhecer que as coisas não funcionam porque em parte é reconhecer que nós errámos ou porque escolhemos mal ou porque não soubemos manter ou porque por e simplesmente porque sabemos que nos estamos a iludir.
Mas não é esse o encanto? O deixar-nos iludir pelo outro?
Acho que é mesmo esse o segredo da felicidade, ou seja, iludirmo-nos com conta peso e medida.
Quando digo iludirmo-nos não é fechar os olhos e ir, é conscientemente (ou não) deixar que o outro nos leve, com a sua conversa, com as suas ideias, com o seu humor, é transportarmo-nos para uma dimensão onde são estamos os dois, onde mais ninguém entra.
Não sou adepto que nas relações não haja algum ciúme, ele até pode ser algo saudável desde de que dentro de certos limites, porque no fundo eles são o sinal mais nítido de que gostamos do outro. Ou melhor, são um dos sinais porque depois há aquele nervoso miudinho de querer falar com o outro, de o ver ou de o ouvir.
Não vos sei explicar muito bem o porquê mas sinto-me algo triste, como se alguém me tivesse roubado o livro de instruções, como se eu tivesse ficado sem “norte”.
Não me conformo nem sei se deva fazê-lo, não quero abrir mão de algumas coisas mas que no fundo nem sei se são ou não…
Alguma confusão que se gerou e que não sei o que fazer dela…
A minha pergunta é: porquê?

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