Thursday, April 21, 2005

A minha maneira de ver as coisas

Para que fique claro de uma vez por todas o que quis dizer com os meus dois últimos posts e para resolver a discussão de hoje contigo Xavier.
A relação entre duas pessoas do ponto de vista amoroso é sempre complicada.
Estou numa fase em que se conheço uma rapariga de quem gosto, lhe digo isto tranquilamente sem que com isto pretenda mais do que dizer a verdade e exactamente isto. Não estou a dizer que seremos o Amor da vida um do outro, estou apenas a dizer que gosto dela. Se acrescentar que a quero conhecer melhor, não estou implicitamente a dizer que nos vamos casar, estou apenas a dizer que acho que pode ou não dar qualquer coisa, que o tempo dirá o que é e se é de todo.
Quanto ao que me disseste hoje Xavier: “Isso é ser demasiado óbvio”
É ser óbvio sim, mas também é ter a coragem de dizer ao outro exactamente aquilo que se sente e mostrar-lhe que tem sobre nós influência e o poder de nos magoar ou de nos fazer felizes.
Expor-me assim era algo muito difícil à uns meses atrás, mas agora não, não tenho qualquer medo da resposta do outro que tanto pode ser sim como pode ser não.
Convencido!!! Estão vocês a pensar… Não sou.
Se a outra pessoa nos disser que não se sente incomodada (e porque é que haveria de se sentir, afinal não controlamos o que sentimos) então podemos “avançar”.
Com isto estou a dizer que as coisas estão definidas? Não, também não.
Quanto a perder aquela fase das insinuações e dos toques, não se perde altera-se.
Ambos sabem ao que vão e o que estão a fazer sem terem que ter complexos ou sequer problemas com isso.
A chamada “valsa do engate” é uma dança que não tem que viver apenas do mistério inicial, é algo que se propaga. Dirão vocês enquanto encolhem os ombros – mas se já sabem ao que vão…
AHA!!! Mas estão enganados porque mesmo que saibam ao que vão, não sabem o como, e duas pessoas com vidas até então separadas, por muito que contém o que fizeram, têm sempre reservas de surpresas para mostrar ao outro.
Dirão: mas assim não há aquela troca de mensagens, de cartas…
A resposta para mim – porque não?
Mas se assim é, meus amigos, comecem a caçar pombos porque a ideia do pombo correio embora arcaica, pode parecer-vos muito actual, mas se a mensagem não chegar à vossa desejada não se assustem, o pombo pode ter sido caçado, esturricou-se contra um cabo de alta tensão ou simplesmente ela tem medo do bichinho… A sério, evoluam lá um bocado.
A fase das nuances, dos segundos sentidos, dos olhares cúmplices e provocadores pode manter-se mesmo sabendo à partida que um está interessado, isso não retira à valsa nada até porque na minha opinião, a parte do valsar é a mais gira de qualquer relação.
Poderia agora alongar-me e dizer que devia durar sempre, e de facto, idilicamente sim, mas na realidade há a monotonia que vem e que se instala quando a relação começa a ter tempo.
A questão que nesta altura se coloca é saber se a amizade, o carinho e o respeito que as pessoas envolvidas na relação têm uma pela outra é tão grande que nos permita dizer que queremos mesmo ficar com aquela pessoa.
Chega a uma altura em que nos apercebemos que o outro não muda (já não mudava antes, mas com o tempo ganha vícios) e temos que ser capazes de conscientemente, sem remorsos ou culpas perceber se é mesmo aquilo que queremos e se os defeitos que aquela pessoa tem, e todos temos, nos são suportáveis ou se pelo contrário se tornaram insuportáveis.
Neste exercício, não interessa só contemplar os defeitos, interessa ver quais as virtudes, e essas também todos temos, e saber se as virtudes são as que procuramos ou não.
Da conjugação das virtudes e dos defeitos temos que perceber se nos adaptamos aquela pessoa e se podemos viver com ela, sendo-lhe fiel, tendo-lhe respeito e acreditando nela.

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