Tuesday, April 12, 2005

O que me vai na alma

Os dois últimos dias têm sido complicados. Muitas duvidas, poucas respostas e ainda menos certezas.
Num momento para mim muito complicado em que questiono toda a minha anterior forma de pensar e de agir, o turbilhão de emoções e dúvidas é enorme.
Se por um lado tenho a minha universidade que me pede toda a atenção, por outro tenho que decidir o que quero da minha vida pessoal.
Antigamente era temerário, as decisões eram irreversíveis, nada faria alterar a minha trajectória. Fazia juízos de valor automaticamente, esquecendo possíveis atenuantes ou sequer me preocupava em perceber o contexto. Não havia maldade em ninguém, ou melhor, eu não acreditava que houvesse maldade dirigida a mim.
Agora apercebi-me que existe muita maldade neste mundo e que há sobretudo muita mentira (e não me refiro à piedosa), muita aldrabice e vigarice.
Não percebo nem nunca consegui perceber porque é que as pessoas mentem e ocultam a verdade. Vale a pena?
Sei que dizer as verdades às vezes custa mas não custa muito mais mentir?
A resposta infelizmente varia de pessoa para pessoa. Há pessoas que não conseguem mentir e outras que mentem por sistema.
Será que nunca se apercebem que mentir magoa muito mais do que dizer as coisas de forma frontal?
A mentira trás a desconfiança, o medo e com eles a raiva e o ódio e por fim o desprezo.
São todos eles maus sentimentos e que não devemos alimentar mas há alturas em que a pessoa não suporta mais e explode.
Afinal para quê?
Esforçamo-nos por ser honestos com os outros, por os deixar entrar na nossa vida, por lhes mostrar o nosso interior e a seguir, qual violação, vão-se embora levando o que lhes demos, esvaziando-nos (ou pelo menos roubando parte de nós) dizendo no processo de saída tudo o que lhes apetece dando ares de beatitude que não têm e ainda acrescentam: “Ouve bem o que te digo…” ou “Na minha opinião…”
Têm todo o direito de dizer o que pensam mas só se também quiserem ouvir o que eu lhes tenho para dizer.
Já não faço juízos das pessoas, não sei o suficiente, a vida é tão complicada e complexa, com tantas variáveis e tantos “ses” mas não me peçam para aceitar o que para mim é inaceitável.
Aprendi que nas relações, nós nunca devemos convencermo-nos que alteramos o outro porque ele só muda por si mesmo e não por nós. A imposição dos meus valores não é a solução, antes pelo contrário, é uma das causas dos possíveis problemas.
Cada qual é como é, não sou eu que mudo as pessoas com as quais convivo ou convivi.
Não sei o que dizer, sinto-me muito triste, gostaria de poder alterar muita coisa, retirar muita palavra dita ou escrita, voltar atrás em alguns momentos alterar atitudes tomadas mas não dá. Faz parte do meu processo de crescimento, espero ter aprendido com tudo o que se passou e tentar não repetir os mesmos erros.
Quanto às pessoas que mentem, e sem ofensa para os que são católicos devotos e praticantes, não é a Igreja onde vão com tanta frequência que vos vai expiar os vossos “pecados”, isso não é ser cristão. Um conselho para vocês, tentem uma vez na vida preocuparem-se menos com a imagem e com a aparência e esforcem-se por ter substrato, por serem pessoas rectas.
Neste texto que também já vai longo, acrescento um parágrafo para as raparigas que lêem este blog.
Quando um rapaz vos convidar para tomar café tentem perceber que beber um café não é um pedido de casamento ou uma tentativa desesperada de se atirar a vocês mas que pode, eventualmente ser uma manifestação da vontade que esse rapaz tem de vos conhecer melhor, de saberem como pensam e de que é que gostam. Se daí para a frente há mais ou não, isso depende dos dois e não de apenas um.
Uma coisa que não entendo mas que se verifica muito é esta moda das relações unitárias, ou seja, pensar que uma relação é feita apenas por um. Não, relação implica duas pessoas e que essas duas pessoas comunicam uma com a outra.
A quem ler este texto – obrigado pela paciência.

1 Comments:

Blogger Salta Pocinhas said...

Há pessoas que mentem para se protegerem das vidas miseráveis e ignóbeis que têm e procuram 'escravizar' os outros a seu bel prazer para daí retirarem a ilusão de que realmente sabem o que é a vida.
Desculpa, mas esta é a minha maneira de ver as coisas... Talvez simplista, talvez amargurada. Mas neste momento é a única coisa que me ocorre :S
Um grande beijo com a amizade e carinho de sempre
P.S.: Vamos capá-los? lol ;)

April 12, 2005 11:26 AM  

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