Tuesday, February 28, 2006

Carnaval

Foram uns dias calmos que passei tranquilamente a tratar de pequenas coisas que me dão prazer. Andei a passear por algumas livrarias à procura de um livro e acabei por trazer outro cujo título me seduziu.
Fui ver a exposição “O olhar de Fauve” no Museu do Chiado – fiquei algo desapontado, esperava mais, esperava uma colecção com maior qualidade. Afinal de contas a exposição só veio a Portugal porque uma instituição bancária espanhola financiou parte significativa das despesas e esta exposição esgotou os recursos financeiros do Museu para este ano. Fico na dúvida se a colecção tem um valor assim tão grande ou se os recursos financeiros do Museu é que são realmente muito “curtos”.

Uma curiosidade: Henry Matisse, um dos principais vultos do movimento, quando criticaram o quadro em que pintava a sua mulher com muitas cores dando-lhe um aspecto considerado pelos críticos como feio respondeu "apenas" isto – “Eu não pinto mulheres, pinto quadros”

Thursday, February 23, 2006

Sorrir

Ando com a cabeça muito longe deste mundo. Se por um lado faço uma viagem interior a uma série de acontecimentos do meu passado mais ou menos recente, por outro lado estou a olhar para o futuro.
Há uma frase que sempre ouvi que achava estúpida: “Os cemitérios estão cheios de insubstituíveis”
A verdade é que há coisas que acontecem sem que dependam de nós, e mesmo estando lá, muitas vezes não as podemos alterar.
Tanta coisa que não dependeu de mim, que não depende de mim, e que eu nem sequer posso ambicionar alterar.

Ao mesmo tempo estou substancialmente mais bem disposto. A vida é feita de uma série de escolhas. Eu comecei a fazer as minhas ou melhor, a tomar consciência das escolhas que tomei.
Poderia estar aqui a enumerar pontos a favor e contra, mas a verdade é que quando as tomei foram as que me pareceram as mais correctas e portanto, estão tomadas e muitas delas não são passíveis de alteração.

Oiço as críticas todas com um sorriso desconcertante – afinal não somos todos tão bons comentadores de bancada?
Uma coisa é comentar aquilo que não se sabe e se desconhece ou não se sente, a outra é estar lá e agir.
Todos teriam feito de forma diferente e aparentemente melhor – encolho os ombros – a decisão competia-me a mim e não a outros.

Já tive grandes problemas com toda a responsabilidade que assumi, mas a verdade é que a assumi porque outros não estavam em condições de a assumir, ou não a queriam assumir. Não significa que não me engane, é óbvio que me vou enganando como todos nós nos enganamos mas as coisas resolvem-se – sem stress…

Para quê andar de trombas e com pensamentos profundamente deprimentes? As coisas são o que são, com o que têm de bom e de mau. Se todos acham que sabem mais então deixá-los. A vida não é nem deve ser uma competição para ver quem é o melhor.
A minha solução pode não ser a de outros, mas desde que eu me sinta bem com ela, o que é que têm que ver com isso? Não prejudica ninguém e só a mim me diz respeito.

E assim sendo, parto para passeios solitários pelos sítios que gosto, leio outros livros, oiço outras músicas, procuro outros museus, outras coisas.

E vou sorrindo, afinal há tanta coisa que se pode aproveitar…

Wednesday, February 22, 2006

10 Anos Depois

(…) “E agora, no fim, já com uma idade de gerontocracia, vejo os meus netos muito afeiçoados a mim também. É uma coisa que me faz mesmo surpresa, porque hoje a vida é tão diferente em tudo que eu não compreendo bem como eles conseguem estar tão afeiçoados. Não que achasse normal que eles fossem estranhos. Mas não, gostam de falar comigo, gostam de me acompanhar, tomam muito cuidado comigo. De forma que neste momento só tenho uma preocupação: não vivo eternamente (…)”

Tuesday, February 21, 2006

Feel good time

E hoje é assim...

"Voa como uma borboleta, ferra como uma abelha" - Mohamed Ali

Monday, February 20, 2006

Um dia normal?

Há ocasiões em que é essencial resolver as coisas depressa.
São situações que saem do normal e que normalmente esbarram na teimosia das pessoas que se encontram nos balcões.
“Tem que apresentar o comprovativo disto, cópia daquilo, certificado de mais qualquer outra coisa…”
É desesperante mas ainda mais desconcertantes são aqueles pedidos de documentos que apesar de serem de entidades diferentes atestam o mesmo.
E as afirmações de: “Vá à repartição tal e peça lá o papelinho, não demora nada”
O diminutivo de papel só serve para me irritar ainda mais, e o não demora nada, enfim, deve ser uma graça qualquer que eu não entendo.
A cereja no topo do bolo é quando explicamos que é urgente por um motivo de força maior – “Ah, para isso tem que preencher este formulário, mais aquela declaração e depois é só apresentar todos os outros documentos que já tínhamos pedido, que se não tiver não faz mal, vai pedir aos serviços competentes e depois regressa.”
Ainda é mais irritante quando é dentro de um serviço que supostamente tem cruzamento de dados com os serviços com os quais trabalha e a resposta mais comum é: “O sistema é novo e está em baixo, mas se quiser que seja mais rápido vai lá buscar e depois regressa”

Sinceramente…

Sunday, February 19, 2006

Descontração

Fonte nos Campos Elisios - Paris

As segundas oportunidades

Nunca fui grande adepto de dar uma segunda oportunidade, sou honesto mas por força daquilo que a minha vida tem visto ultimamente comecei a encarar a “segunda oportunidade” como algo de profundamente válido, afinal erros todos cometemos.
Tenho-me munido de toda a calma a que consigo deitar mão para dar as tais “segundas oportunidades”.

Não são segundas oportunidades amorosas leia-se, mas são mesmo em termos de amizades que se desfizeram algures num passado mais ou menos recente.
O que me espanta é a tremenda desconfiança com que as pessoas encaram a ideia de que alguém acredita mesmo que as circunstâncias podem ter mudado.
Será que não percebem que a vida causa mesmo imensas mudanças? Será possível passar pelas coisas sem mudar?

E de todas as “segundas oportunidades” que dei (ou me deram?) resulta um desconcertante balanço de falhanços sucessivos em nos entendermos. Parece que o tempo levou com ele a possibilidade de nos entendermos, pensamentos muito diferentes, ambições completamente diversas e, diga-se em abono da verdade, muito pouca vontade de encontrar um terreno comum onde possamos encontrarmo-nos. É como se se olhasse para esta segunda tentativa como uma possibilidade de acerto de contas.

O passado é bom para se enterrar sem no entanto o esquecer. O que quero dizer? É natural que nos lembremos do que se passou mas não devemos dar excessiva importância ao que de facto não tem importância e perceber que o que foi pode ter mudado muito substancialmente.

Saturday, February 18, 2006

Pequenas (grandes) coisas

Um dos meus maiores amigos começou a namorar. É curioso estar com ele, transborda felicidade e isso é das coisas mais doces que pode haver.
Vê-los juntos é um bálsamo para a alma, sente-se que ambos gostam (e muito) um do outro, tratam-se com um cuidado especial…
E ao vê-los não pude deixar de também eu ficar a sorrir. Afinal a felicidade também se contagia.

Friday, February 17, 2006

Politica

Parece que estamos perante tempos ainda mais conturbados. Ninguém teve dúvidas em classificar o 11 de Setembro como um ponto de viragem da história da Humanidade.
Aparecem agora grandes manifestações sobre as caricaturas do Profeta Maomé, de um lado temos parte do mundo árabe revoltado por considerarem que é um insulto às suas crenças, por outro lado temos os europeus reafirmando o direito de expressão.
A verdade é que estas caricaturas foram publicadas em Setembro do ano passado e só agora é que estão a causar problemas.
Seria uma ingenuidade separar esta aparente revolta da questão do Irão.

Antes de prosseguir, gostaria de lembrar que a Casa Branca foi avisada em Dezembro que tinha esticado a sua linha militar em demasia e que tinha problemas grandes em assegurar a manutenção de todo o efectivo militar que se encontra espalhado pelo globo e em particular Afeganistão e Iraque.

Curiosamente a contestação às caricaturas também só começou após a saída deste documento.

É óbvio que o direito de expressão é algo que deve ser mantido e estimado – no fundo é dele que usufruo neste espaço – mas a questão que se coloca é a da sua utilização com bom senso.

Mais do que uma causa, creio que as caricaturas são o pretexto.

O Irão – e não entendo como é que dizem que clandestinamente quando aparece na sua própria cadeia de televisão estatal – desenvolve um programa nuclear que aparentemente é altamente suspeito. Admitindo que isto é verdade, temos um potencial problema que será a existência de um estado islâmico com poderio atómico.
A questão é tanto mais complexa quanto envolve directamente o equilíbrio de forças numa região do globo de onde provem a maior parte do petróleo que os estados utilizam. É ainda importante relacionar estes factos com o caso Israelo-Palestiniano.
Até este momento Israel é a potência militar daquela região e creio mesmo que é uma potência atómica. A existência de um país islâmico com potência atómica iria colocar uma pressão muito maior sobre Israel e esta ideia já não é propriamente nova, no fundo era o que Saddam pretendia ao desenvolver nos anos 80/90 o seu programa nuclear sendo que nessa altura as instalações foram bombardeadas pela força aérea israelita.

Existirão motivos para que um país islâmico pretenda uma arma nuclear que não seja para a utilizar?

Creio que sim, e sei que isto chocará muitas pessoas, mas a verdade é que a partir do momento em que exista uma potência nuclear islâmica – mesmo que isso represente um perigo acrescido – haverá um reequilíbrio político.
Existem ainda vários outros factores importantes que, no meu entender, justificam esta tentativa do Irão. Quem se esquece dos prisioneiros de Guantanamo que não são considerados presos de guerra e por isso estão fora do alcance da convenção de Genebra? E onde estão as vozes no mundo ocidental a protestar violentamente contra esta arbitrariedade?
E os excessos cometidos pelas tropas americanas no Iraque? Desde os maus-tratos a prisioneiros a utilização de substâncias supostamente proibidas?
E que dizer do apoio constante dos E.U.A. a Israel?

É óbvio que é essencial que exista um estado judaico nem creio que tal deva ser colocado em causa. Mas será este o caminho?

Pondera-se uma acção armada contra o Irão. Pergunto-me com que meios e com que fim.

Estando o exercito americano desgastado, qual será a potência militar que comandará a acção militar?

Os ingleses não tem capacidade suficiente, os franceses não querem questões porque têm uma comunidade árabe muito grande e em vários aspectos “descontrolada”.
Os alemães desde a experiência da Segunda Guerra que não se envolvem em acções militares de grande envergadura e têm uma comunidade turca enorme no seu país.
Restam portanto a China, o Japão e a Rússia.
A China é um colosso mas não quer assumir para já nenhum papel preponderante na cena internacional, tem preocupações mais prementes com a ilha Formosa por exemplo. O Japão renunciou há muito tempo da sua capacidade militar, a Segunda Guerra deixou marcas profundas no país. Resta assim a Rússia que também não se quererá envolver creio eu.
A capacidade militar russa parece-me discutível uma vez que após o colapso do Pacto de Varsóvia, e a queda do comunismo todo o exército entrou em falência, para além disto, a Rússia tem problemas graves na região do Cáucaso muitos deles ligados a questões religiosas (extremismo islâmico).
Poderia no entanto ter interesse em intervir porque se conseguisse controlar o Irão controlaria uma das maiores reservas de petróleo do mundo.

Deixei de fora Israel que tem poderio militar suficiente é verdade porquê? Porque duvido que Israel conseguisse suster depois a crispação que geraria no mundo árabe em que mesmo os reis da Jordânia e da Arábia Saudita – moderados – estão presos por um fio e sabem que não se podem dar ao luxo de alinhar com o ocidente.

Resta saber quais os resultados possíveis através de uma via diplomática que terá provavelmente que pagar para evitar o avanço do programa nuclear Iraniano.
Gostaria apenas de lembrar que mais preocupante me parece a Coreia do Norte cujo programa nuclear prossegue e que nem mesmo a China que tem particular interesse nesse assunto, mesmo sendo também ela comunista parece capaz de o travar e mesmo tendo a China o maior exército a nível mundial, não arrisca uma tentativa militar.

Sem palavras

"Night Watch", Rembrandt,1642 patente no Rijksmuseum, Amsterdão

Wednesday, February 15, 2006

Metáfora

Ele partira para o deserto já há algum tempo, os amigos não percebiam o que o havia levado a ir-se embora. O que levaria um homem a ir-se embora deixando para trás a sua vida, a rapariga com a qual vivia, os seus amigos, os seus negócios, tudo?

Ele partira levando apenas um cajado e provisões para muito tempo.

Quando lhe tentaram chamar à razão avisando-o que a rapariga não esperaria por ele, que eles iriam mudar, que a vida se iria alterar e que quando ele regressasse já nada seria o mesmo ficaram desarmados com a sua resposta.

“Espero bem que não” disse ele vagamente, com o olhar fixo no horizonte.

“Queres fugir? Escondeste de alguma coisa? Que se passa?” perguntaram os amigos

“Vou para ali (apontou o deserto) – vou procurar algo que perdi aqui!”

“O que dizes? Não vês que isso não faz sentido nenhum?” – ripostaram os amigos

“O problema é mesmo esse… Vocês é que ainda não perceberam que aquilo que vivo aqui não faz sentido nenhum, parto à minha procura.” – disse-o com uma voz doce

“Esperas que o vento do deserto te traga respostas?” – perguntaram de imediato os amigos

“Não, não espero. Espero é ver para além das banalidades, quebrar as rotinas e estar sozinho podendo pensar livremente.”

Tuesday, February 14, 2006

Dia dos Namorados 2

Vê-se uma azáfama longa, pessoas que levam ramos de flores, caixas de chocolates, restaurantes que hoje à noite vão estar cheios de casais que celebram o seu Amor.

Eu estou longe disto por estranho que pareça, estou perdido no meu mundo, inebriando-me com o meu trabalho, tentando que através dele me esqueça…

Mas esquecer o quê?

Não se esquece do que é Amar, não somos capazes disso.

E se por um lado quero sentir aquela irritação própria de quem está só e não suporta a felicidade alheia, a verdade é que não consigo. Sinto uma estranha felicidade em ver casais juntos.

Lembro-me de ir àquela praia, de passear pelo areal, de fazer planos, de estar ali como se o mundo lá fora ou não existisse ou tivesse ficado suspenso, como se o tempo tivesse parado.

Nas voltas todas que uma vida dá, olhando para trás, poderia sentir-me triste, aquilo que não se concretizou…
Mas a questão está mesmo aí, cada vez mais prefiro olhar para o futuro.

Ninguém sabe o que o futuro nos reserva, há coisas que planeio e que estão a correr como quero, outras que nem tanto mas o Amor não se planeia nem se espera – acontece.

Quando penso no Amor, penso no tempo. O Amor requer tempo, tempo para conhecermos o outro, para podermos aprender a gostar de algumas coisas que o outro gosta, para podermos experimentar outras e dizer que afinal não gostamos. Tempo para levarmos a pessoa amada aos locais que nos são especiais e que portanto queremos partilhar.

Ficam os pensamentos daquelas conversas longas tidas em torno de um café ou chá, com muito tempo, conversas em que se muda o mundo e ao mesmo tempo se fala de banalidades.

E, que seria de uma relação entre namorados (não gosto da palavra amantes) sem aqueles momentos em que se dança juntos mesmo não havendo música? Em que um conta ao ouvido do outro uma pequena história ou canta uma música qualquer?

Há sobretudo aquela ternura especial de quem nos recebe sem fazer perguntas ou criticas naquele momento, que nos abraça e nos faz esquecer o resto do mundo…

Dia dos Namorados

RAOUL

No more talk
of darkness,
Forget these
wide-eyed fears.
I'm here,
nothing can harm you -
my words will
warm and calm you.
Let me be
your freedom,
let daylight
dry -your tears.
I'm here,
with you, beside you,
to guard you
and to guide you . . .


CHRISTINE

Say you love me
every
waking moment,
turn my head
with talk of summertime . . .
Say you need me
with you,
now and always . . .
promise me that all
you say is true -
that's all I ask
of you . . .

RAOUL

Let me be
your shelter,
let me
be your light.
You're safe:
No-one will find you
your fears are
far behind you . . .

CHRISTINE

All I want
is freedom,
a world with
no more night . . .
and you
always beside me
to hold me
and to hide me . . .

RAOUL

Then say you'll share with
me one
love, one lifetime . . .
Iet me lead you
from your solitude . . .
Say you need me
with you
here, beside you . . .
anywhere you go,
let me go too -
Christine,
that's all I ask
of you . . .

CHRISTINE

Say you'll share with
me one
love, one lifetime . . .
say the word
and I will follow you . . .

BOTH

Share each day with
me, each
night, each morning . . .

CHRISTINE

Say you love me . . .

RAOUL

You know I do . . .

BOTH

Love me -
that's all I ask
of you . . .
(They kiss)
Anywhere you go
let me go too . . .
Love me -
that's all I ask
of you . . .

(CHRISTINE starts from her reverie)

CHRISTINE

I must go -
they'll wonder where I am . . .
wait for me, Raoul!


RAOUL

Christine, I love you!

CHRISTINE;

Order your fine horses!
Be with them at the door!


RAOUL

And soon you'll be beside me!

CHRISTINE

You'll guard me, and you'll guide me . . .

“All I Ask of You” retirada do “Fantasma da Ópera” – Andrew Lloyd Webber

Monday, February 13, 2006

Mudanças...

“As I walk along I wonder
What went wrong with our love
A love that was so strong
And as I still walk on I think of
The things we've done together
While our hearts were young

I'm a-walking in the rain
Tears are falling and I feel the pain
Wishing you were here by me
To end this misery and I wonder
I wah, wah, wah, wah wonder
Why
Why, why, why, why, why she ran away
And I wonder when she will stay
My little runaway a-run, run, run, run, a-runaway

I'm a-walking in the rain
Tears are falling and I feel the pain
Wishing you were here by me
To end this misery and I wonder
I wah, wah, wah, wah wonder
Why
Why, why, why, why, why she ran away
And I wonder when she will stay
My little runaway, a-run, run, run, run, a-runaway
Run run run run runaway
Run run run run runaway”


Runaway – Del Shannon 1961


É o que dá ter uma play list longa e cheia de “velharias”…
Vim-me embora de um dos locais onde estava mas tenho que entregar uma série de relatórios e em Portugal todos adoram coleccionar papelinhos inúteis que nunca vão ser lidos e que apenas servem para que, caso a coisa corra mal, alguém possa dizer: “Eu avisei!!!”
O que mais me irrita é que em parte sou a única pessoa que sei o que significa o que escrevi e quem vai receber só quer receber, assinar de cruz e “vai a andar”…
Saí porque não estava a fazer um bom trabalho e porque decidi que as responsabilidades são para ser assumidas e eu assumi as minhas. Devo dizer que para grande surpresa não saio sozinho, sai todo um grupo de pessoas (com as quais trabalhava) que mesmo não sendo responsabilizáveis directamente assumem as responsabilidades de um trabalho que correu mal desde o inicio.
Fica para mim a lição de não voltar a assumir compromissos quando não tenho o domínio do meu próprio tempo.

Sunday, February 12, 2006

Árvores


E depois de um fim-de-semana de passeio ao ar livre, resta esperar que as mazelas passem...
Descobri que descer desniveis de 2 metros tipo pássaro sem asas dá mau resultado...
Enfim, um dedos torcidos, umas costas doridas e um traseiro negro...
Meu amigo, para a semana repetimos?

Friday, February 10, 2006

Doçuras e amarguras

E num dia ao entardecer uma grande tempestade assolou o local e Almustafa e os seus discípulos, os nove, foram para dentro e sentaram-se à lareira, imóveis e silenciosos.
Então um dos discípulos disse:

- Estou sozinho, Mestre, e sinto o peso das horas no meu peito.

E Almustafa ergueu-se e ficou no meio deles e disse numa voz que parecia trazer consigo o vento:

- Sozinho! E que tem isso?
Vieste sozinho e sozinho passarás por entre a neblina.
Por isso bebe sozinho o teu cálice e em silêncio.

Os dias de Outono deram a outros lábios outros cálices
e encheram-nos com vinho amargo e doce,
tal como encheram o teu

Bebe sozinho o teu cálice
Embora te saiba a sangue e a lágrimas,
e louva a vida pela dádiva da sede.
Pois sem sede
o teu coração não passa da costa de um mar sem vida,
sem som e sem marés.

Bebe o teu cálice sozinho e bebe-o com alegria.
Ergue-o bem alto sobre a tua cabeça
e bebe à saúde daqueles que bebem sozinhos.

Outrora procurei a companhia dos homens
e sentei-me com eles à mesa e bebi com eles;
mas o seu vinho não me subiu à cabeça,
nem me correu pelo corpo.
Só me desceu para os pés.
O meu saber ficou seco e o meu coração fechado e selado.
Só os meus pés estavam com eles

E deixei de procurar a companhia dos homens,
embora o peso das horas me pesasse no peito.

Fazes bem em beber sozinho o teu cálice de tristeza,
e também deves beber sozinho o teu cálice de felicidade.”

In: “O Jardim do Profeta” – Kahlil Gibran

Thursday, February 09, 2006

(Mais) Coisas Simples (?)

"De onde vimos? O que somos? Para onde vamos?" - Paul Gauguin - 1897-8

Tuesday, February 07, 2006

Ao vento

Lembrei-me da minha praia. Não que seja dono de uma praia, mas é o meu espaço afectivo.
Aprendi a nadar sem braçadeiras lá, aprendi a remar naquela praia, tive carta de marinheiro, vi pescadores chegarem a terra e arrastarem as redes para o areal.
Aqueles toldos azuis e brancos que são tão característicos daquela praia.
Há tempo fui lá, já era Inverno, dos toldos nem sinal, só mesmo o areal sem marcas nenhumas daquilo que se passa no Verão.
Parecia uma praia diferente, só minha, onde não havia outras pessoas, a praia que conheço ao milímetro.
Senti um desejo louco de regressar a esse espaço, mesmo sendo Inverno, de voltar a mergulhar no mar (ok, esta parte é mais discutível que com este frio acho que morria).

Se por um lado penso no tempo que passou, em quando era pequenino, também penso em tempos mais recentes, em situações que correram pior.

Tudo é relativo, o tempo de uma vida humana é demasiado pequeno para que o possamos desperdiçar em discussões inúteis. Não digo que não se discuta, mas apenas aquilo que vale mesmo a pena.

Quantas vezes não se passam dias (e mesmo uma vida) sem que consigamos dizer às pessoas que nos são importantes que gostamos delas?

E no fim, se não são as pessoas que nos são queridas, o que resta?

Fala-se muito da imortalidade. Um artista de renome atinge a imortalidade – é verdade – mas não é menos verdade que um bom pai ou mãe também a atinge.

São imortalidades diferentes – o artista é reconhecido pela humanidade (ou parte dela) – o dito pai (ou mãe, mas deixem-me escrever apenas pai para facilitar) é reconhecido pelos filhos, depois pelos netos e quem sabe por quantas gerações mais?

Os valores que os nossos pais nos transmitem, e alguns dos seus hábitos constituem a sua forma de se imortalizar através de nós. Há algo deles que se perpétua.

Enfim, devaneios de alguém que deveria estar a pensar no seu trabalho mas que hoje lhe deu para aqui…

Monday, February 06, 2006

"La Dance"

"La Dance" - Henry Matisse

Sunday, February 05, 2006

Coisas simples

" Uomo de Vitruvio" - Da Vinci

Saturday, February 04, 2006

"Band on the Run"


E lá ia eu viajar...

Friday, February 03, 2006

Pré fim-de-semana

Que seja um fim-de-semana com muita chuva e que me impeça de sair de casa, preciso de trabalhar com o ímpeto que perdi algures nestes 5 dias. Ou melhor, não perdi, passei foi a fazer outras coisas e agora tenho que regressar “às origens”.

Thursday, February 02, 2006

“Perfume de mulher”

Filme em que Al Pacino é magistral, destaco a cena em que ele dança o tango.

-“Tenho medo de me enganar” diz ela
-“Aí está a beleza do tango, não é como a vida, não há enganos, e se te enganares, continuas…” responde ele

Dança quente e sensual que para mim está ligada ao Uruguai, ao Salto.

Wednesday, February 01, 2006

(Des)complicações que descobri

Ao som de Sinatra, ficam aqui mais dois links que aconselho ;)

  • Mal(me)quer

  • O que é a felicidade
  • Voltando atrás

    Quem diria que após algum tempo em que não era capaz de ler um único livro desse por mim a ler um de ponta a ponta em apenas 3 dias?
    Vou voltar ao meu desporto de eleição.
    Amanhã fecho mais uma porta – saio porque não quero continuar.
    Enfim, por estas bandas mudanças.