Tuesday, February 07, 2006

Ao vento

Lembrei-me da minha praia. Não que seja dono de uma praia, mas é o meu espaço afectivo.
Aprendi a nadar sem braçadeiras lá, aprendi a remar naquela praia, tive carta de marinheiro, vi pescadores chegarem a terra e arrastarem as redes para o areal.
Aqueles toldos azuis e brancos que são tão característicos daquela praia.
Há tempo fui lá, já era Inverno, dos toldos nem sinal, só mesmo o areal sem marcas nenhumas daquilo que se passa no Verão.
Parecia uma praia diferente, só minha, onde não havia outras pessoas, a praia que conheço ao milímetro.
Senti um desejo louco de regressar a esse espaço, mesmo sendo Inverno, de voltar a mergulhar no mar (ok, esta parte é mais discutível que com este frio acho que morria).

Se por um lado penso no tempo que passou, em quando era pequenino, também penso em tempos mais recentes, em situações que correram pior.

Tudo é relativo, o tempo de uma vida humana é demasiado pequeno para que o possamos desperdiçar em discussões inúteis. Não digo que não se discuta, mas apenas aquilo que vale mesmo a pena.

Quantas vezes não se passam dias (e mesmo uma vida) sem que consigamos dizer às pessoas que nos são importantes que gostamos delas?

E no fim, se não são as pessoas que nos são queridas, o que resta?

Fala-se muito da imortalidade. Um artista de renome atinge a imortalidade – é verdade – mas não é menos verdade que um bom pai ou mãe também a atinge.

São imortalidades diferentes – o artista é reconhecido pela humanidade (ou parte dela) – o dito pai (ou mãe, mas deixem-me escrever apenas pai para facilitar) é reconhecido pelos filhos, depois pelos netos e quem sabe por quantas gerações mais?

Os valores que os nossos pais nos transmitem, e alguns dos seus hábitos constituem a sua forma de se imortalizar através de nós. Há algo deles que se perpétua.

Enfim, devaneios de alguém que deveria estar a pensar no seu trabalho mas que hoje lhe deu para aqui…

2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

É verdade, eu também me lembro da minha praia e dos bons momentos que lá passei de binoculos. A praia do Meco traz-me muito boas recordações. Tenho muita pena de nunca der dito pessoalmente o quanto amava as miudas que la passavam, especialmente as estangeiras louraças que estavam sempre em topless. Ai bons velhos tempos, quando era criança. Pena que naquela altura ainda não houvesse maquinas fotograficas digitais. :(

February 08, 2006 4:42 PM  
Blogger sunshine said...

gostei muito *

February 10, 2006 10:26 AM  

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