Sunday, February 19, 2006

As segundas oportunidades

Nunca fui grande adepto de dar uma segunda oportunidade, sou honesto mas por força daquilo que a minha vida tem visto ultimamente comecei a encarar a “segunda oportunidade” como algo de profundamente válido, afinal erros todos cometemos.
Tenho-me munido de toda a calma a que consigo deitar mão para dar as tais “segundas oportunidades”.

Não são segundas oportunidades amorosas leia-se, mas são mesmo em termos de amizades que se desfizeram algures num passado mais ou menos recente.
O que me espanta é a tremenda desconfiança com que as pessoas encaram a ideia de que alguém acredita mesmo que as circunstâncias podem ter mudado.
Será que não percebem que a vida causa mesmo imensas mudanças? Será possível passar pelas coisas sem mudar?

E de todas as “segundas oportunidades” que dei (ou me deram?) resulta um desconcertante balanço de falhanços sucessivos em nos entendermos. Parece que o tempo levou com ele a possibilidade de nos entendermos, pensamentos muito diferentes, ambições completamente diversas e, diga-se em abono da verdade, muito pouca vontade de encontrar um terreno comum onde possamos encontrarmo-nos. É como se se olhasse para esta segunda tentativa como uma possibilidade de acerto de contas.

O passado é bom para se enterrar sem no entanto o esquecer. O que quero dizer? É natural que nos lembremos do que se passou mas não devemos dar excessiva importância ao que de facto não tem importância e perceber que o que foi pode ter mudado muito substancialmente.

2 Comments:

Blogger inBluesY said...

...(eu pessoalmente) tenho alguma dificuldade em acreditar em segundas hipóteses exactamente pelo passado, e porque habitualmente as pessoas não sabem enterrar o passado. pensam antes que perdoam, o que por vezes não tem como perdoar, e na primeira oportunidade fazem questão de dizer que não morreu.

Quando se perdoa, esquece-se, e assim já não é uma segunda oportunidade é uma oportunidade nova, diferente por tanto!

(desc mas não resisti)

February 19, 2006 10:14 PM  
Anonymous Anonymous said...

Olá bluesy,

Alguém, cujo identificação não recordo, disse algo como "eu perdoo, mas não esqueço".

Acho que todos nós devemos fazer um esforço por perdoar (não sendo necessário dar o significado religioso que a palavra pode ter). Para mim perdoar é conseguir que a questão deixe de nos atingir e de provocar sentimentos como vingança, ódio e etc. É distanciarmo-nos dela e, de alguma forma, "seguir em frente".

Por outro lado, esquecer implica, em geral, esquecer as causas, a questão e/ou as suas consequências. Acho que podemos tentar dar uma 2ª oportunidade, mas, se já nos queimámos anteriormente, ao menos agora usemos alguma protecção para que o mesmo não se repita.

Para terminar, um conselho sábio popular é "não tragas coisas do passado para as discussões do presente". Mais vale resolver as coisas na altura devida do que deixar acumular.

February 20, 2006 6:46 PM  

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