Friday, November 18, 2005

Moral e pratos de sopa

Tenho pensado muito numa série de coisas, uma delas é a ética nas relações pessoais.
Sem interpretações que não tem cabimento, exponho o meu pensamento, sem com isto estar aqui a pregar uma qualquer teoria moral.
Havendo duas pessoas que se amam, isso implica respeito mútuo. Esta é a premissa de base para tudo o resto que irei abordar.
Conhecendo muitas raparigas que se queixam do seu namorado (com ou sem razão tal não é para aqui chamado) e que muitas vezes insinuam que “afinal, podia ser outra coisa…”, levanta-se (para mim pelo menos) a questão – Será isto um comportamento correcto?
E mais, o segundo rapaz, e terceiro numa relação pré-existente deve “ir na cantiga”?
Ponho em termos de rapaz uma vez que sou um e portanto não faço qualquer intenção de abordar o tema sobre qualquer outra perspectiva embora acredite que a situação seja genérica.
Admitindo que o rapaz de facto gosta da rapariga que tem namorado, o que deve fazer?
Na minha opinião, o melhor que pode fazer é não se intrometer e isso implica não ter nada com a rapariga.
Porquê? Porque quando se gosta de uma outra pessoa tem-se-lhe respeito e isso implica não a colocar numa posição que é desagradável e insustentável.
Não estou a dizer que a “culpa” é só do rapaz – o sedutor demoníaco – creio que é claro que a rapariga, ao admitir a situação não só se está a colocar numa posição muito discutível como coloca o rapaz na posição de amante que, na minha opinião, é uma posição que ninguém deve querer.
Ora bem, aqui, sou muito crítico em relação a ambos, em relação à rapariga porque coloca o rapaz numa posição muito má, e em relação ao rapaz por se deixar colocar numa posição incómoda/incorrecta.
É uma questão de moralidade, que é do foro de cada um, ficou registada minha opinião.

7 Comments:

Blogger Sambila said...

é tão mais fácil encarar o mundo se dividirmos as pessoas em "bons" e "maus" da fita não é?

November 21, 2005 7:23 PM  
Blogger Luis said...

Olá Sambila, bem vinda ao meu espaço.
Não se trata de bons ou maus, mas sim dos limites que nós próprios nos impomos.
Se para uns há a moral, para outros a consciência.
Nada nesta vida é a preto e branco, há tonalidades de cinzento.
A questão é que aquilo que para uns é aceitável ou correcto para outros não o é.
Se a vida fosse fácil, e o mundo linear, todos nós eramos felizes e nunca nos enganavamos.
Obrigado pelo teu comment e espero que regresses a este espaço.

November 21, 2005 8:52 PM  
Blogger Sambila said...

regressarei com certeza, nem que seja para discordar...
Em todo o post há uma coisa com a qual concordo: "Respeito mútuo".
Sim, deve sem dúvida ser a premissa de tudo. Mas isso não faz com que respeitemos em primeiro lugar os nossos sentimentos?
E se a rapariga for “o amor da vida” desse rapaz? Ou ainda que não seja o tal “amor”, possa ser bem mais feliz com esse mal-feitor que surgiu p’lo caminho do que com o actual? Nem sempre as coisas se sucedem da melhor forma, nem sempre se terminam relações antes de se começarem outras… e desenganem-se aqueles que acham que uma relação começa com o primeiro beijo…
É exactamente por haver tonalidades de cinzento que não se devem tomar posições extremistas!
Agora, para mim, o respeito pelo outro é o mais importante, e é por isso que defendo que se devem contar essas angústias ao 1º, se não as conseguimos evitar...

November 21, 2005 9:25 PM  
Blogger Luis said...

Olá Sambila,
Nas relações entre pessoas, na minha opinião, o respeito deve ser o que pauta a nossa actuação.

Quanto às relações começarem com o primeiro beijo, quantas não começam muito antes do que isso? A relação com outra pessoa normalmente começa pelo encontro de vontades, pelo mutuo despertar de curiosidades, pela ternura automática que se gera e que não se consegue explicar.

Quanto à questão de "mudar para melhor", sou também muito critico uma vez que há sempre pessoas melhores que nós e portanto estamos sempre em risco de que o nosso amor se vá embora porque tivemos a infelicidade de nos cruzarmos com alguém melhor. Não defendo que as relações sejam estáticas mas há alguma estabilidade que é essencial preservar e no meu entender não é normal nem benéfico andarmos a passar de umas relações para outras sem termos algum tempo para elaborarmos o que se passou. Fugas para a frente é aquilo que vejo mais à minha volta e questiono-me qual o preço interior que depois não se paga quando, por circunstâncias da vida tivermos que estar sós e intrepretar tudo o que se foi passando.
Antecipando-me um pouco - se for o tal amor da nossa vida, e nós o dele, então terá concerteza a capacidade de esperar por nós, não se vai embora e não nos pede que "despachemos" o outro porque tem uma certeza profunda e inabalável que é contigo que quer estar.

Mas tu disseste algo de muito curioso - defendo que se devem contar essas angustias - em parte concordo, em parte discordo.
Concordo neste sentido, não dizer que se passa algo é muito mau, e como rapaz deixa-me dizer-te que desculpas como "não te disse para não te magoar" são meio caminho andado para tiros pela culatra. A mentira nunca é a melhor solução.

Agora faço-te uma pergunta - se o teu namorado te dissesse que estava interessado noutra, como reagirias?
Em muitos casos a resposta tipica é a do orgulho ferido, em que automaticamente aparecem as tendências controladoras, em que tudo se torna muito "elaborado" em que se evita a todo o custo tocar em pontos sensiveis.

Numa situação em que existem duas pessoas pelas quais sentes qualquer coisa mas não sabes bem o que é, talvez o melhor seja mesmo afastar-te dessas duas pessoas e esperar que o tempo te diga o que deves fazer porque a verdade é esta: numa relação que já existe há todo um desgaste e um desencanto que é normal quando conheces bem uma pessoa enquanto que em relação à pessoa que não conheces há toda aquela sensação de novidade, de descoberta e de idealização.

O problema da idealização é que depois vem a desilusão e aquilo que prometia afinal não é, e com isso magoaste-te e possivelmente a mais duas pessoas.

Não creio que hajam receitas universais ou soluções milagrosas para as relações, há isso sim uma ética que é pessoal e que cada um de nós aplica nas relações e com a qual vive bem.

November 22, 2005 2:55 PM  
Blogger Sambila said...

Como reagiria? Ia doer, claro, mas doeria muito mais se um dia mais tarde viesse a descobrir por outros meios. Aliás, se a relação for uma relação forte nem sequer é preciso contar... o outro apercebe-se automaticamente, porque é bem difícil esconder o conflito interior...

November 23, 2005 2:37 PM  
Blogger João Magriço said...

Em toda esta discussão estão a esquecer uma variável. Embora o rapaz não o conheça, também tem de ter respeito pelo namorado da rapariga. A melhor maneira de o fazer não sei qual é, e cada caso é um caso. Mas nesta situação o respeito tem de ser a 3 e não somente a 2. Nem que seja, porque ao respeitar também o namorado, está a respeitá-la a ela e a evitar que ela passe um mau bocado, mesmo que involuntariamente.

Qt a conversas, na minha opinião, só devemos dizer alguma coisa qd o outro está descomprometido, mesmo que a relação esteja tremida. Por outro lado, se calhar esse é o meu problema...

November 23, 2005 2:49 PM  
Blogger Luis said...

Olá outra vez Sambila,
É verdade que quando se ama o outro verdadeiramente sentimos automaticamente que as coisas não estão bem.
Às vezes nós é que não podemos dar mais - por motivos alheios aquela relação e mesmo sem explicar, pedimos ao outro que aceite e que confie em nós, sobretudo se percebemos que o "interesse" se deve sobretudo à nossa falta de tempo e consequentemente de atenção.
Pessoalmente acho que se o outro gosta verdadeiramente de nós, se nos ama, aceita e, naquele momento está lá por nós.

November 23, 2005 7:26 PM  

Post a Comment

<< Home