Friday, March 30, 2007

Certezas/consolidações

O curioso de traçar planos a longo prazo é que quando os traçamos achamos que tudo é fácil e suportável. Com o passar do tempo vamo-nos sentindo mais impacientes – o tempo vai passando e os resultados demoram a aparecer e quando aparecem são por vezes indícios escassos.

Quando dei por mim a pensar nas escolhas de caminhos, percebi que no centro da minha actuação estava algo que, pela sua natureza própria serve para ser tratado com moderação e com tempo.

A intranquilidade que trazia no inicio foi-se dissipando, vieram depois as discussões sobre qual o método mais eficaz e correcto de actuação. Aqui separaram-se as águas, eu escolhi um caminho diferente do habitual e que não agradava tanto aos restantes.

Muito tempo já passou desde que o escolhi mas parece que finalmente começam a surgir os frutos da minha “teimosia” – provei que tinha razão, demonstrei cabalmente que a minha ideia é a melhor.

Curiosamente, depois de todo o esforço até chegar aqui, não me sinto satisfeito. Acho que cheguei onde queria mas isso não me satisfaz, falta qualquer coisa mais.

O que antes era essencial e pedra de toque passou a ser secundário e para ser tratado com tempo e muita paciência. Houve por assim dizer um desapaixonar meu, uma desilusão.

Ter razão quando já não se vive com a intensidade com que se vivia serve só para nos dar uma sensação estranha de que o esforço foi em vão.

Aqui está a grande questão – foi importante ter razão, mas isso perdeu toda a validade quando a mesma me foi concedida já tarde, de forma enviesada, como o grito de alguém que vem à porta para dizer a ultima palavra quando o outro já está a descer as escadas para sair do prédio.

Ter razão, no plano meramente lógico é uma vitória, no plano moral era uma obrigação, mas curiosamente no plano afectivo já não soube a nada, já me desinteressei…

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