Wednesday, March 21, 2007

Divagações

Um telefonema feito, uma resposta que não chega.

O estranho é a calma com que aparentemente vivo o facto de mais uma data importante ter passado sob o signo da distância fria e aparentemente irreversível.

Sinto o frio à minha volta, nas relações polidas mas em que falta o calor do ser humano, das decisões temerárias, do impulso generoso.

As vãs tentativas de acartar com mais do que é aceitável aos ombros e sentir-me vergar sobre o peso. A irritação que se nota aparentemente facilmente na voz, o gesto brusco de quem tenta não demonstrar a profunda irritação.

Há sobretudo o medo de azedar, de me perder nas lutas mesquinhas que me rodeiam e de me perder.

Há também histórias de conquistas, de feitos quase inimagináveis…

Desde 2004… E eu que nem dei pelo tempo passar, pelo suceder frenético de acontecimentos. Passei de observador a participante sem saber lá muito bem como. Parece que no meio disto a minha vida também se enredou, se desenredou, se alterou de tantas formas…

Mas de novo à liça que o tempo é de contar espingardas e preparar-nos para mais um assalto, naquilo que se tornou uma série de batalhas em que se joga tudo para ver quem ganha a guerra.

Algumas das batalhas são meramente morais, porque a derrota é certa, mas mesmo assim não há que hesitar, avancemos pois de peito aberto e tentemos pelo menos de forma honrosa mostrar ao que vimos.

A esse propósito fica um vídeo com a cavalgada de Rohirrim – exemplo de que “we shall meet them in battle none the less”…
Não há “high grounds” – há uma guerra sem quartel em que não (nos) podemos perder. E assim, segundo Churchill, lutaremos em qualquer cenário, com todas as nossas capacidades para atingir o fim desejado.




Espero é no fim, contas feitas, não ter ganho as batalhas, vencido a guerra e perdido aquilo que tenho por mais sagrado.

Mas há que ter coragem, acreditar, ser capaz de nos superar, afinal já não deve estar assim tão longe pois não?

Passaram já três anos e nem os vimos, fomos totalmente desfeitos pelos ventos que se cruzam e que nos dilaceraram mas voltámos a reunir-nos, conseguimos ir buscar forças ao nosso âmago e agora, não sabemos quanto falta mas pelo menos já somos capazes de rechaçar parte das investidas, já conseguimos manobrar.

Se uns partem em retirada, aproveitemos o alívio e recoloquemo-nos rapidamente, eles voltarão, foram apenas refrescar-se…

O problema é a capacidade de se desmultiplicarem…

Há que ganhar tempo e perceber que os reforços chegarão à medida que o tempo passa e quanto mais resistirmos, maiores a probabilidades de que isso seja em tempo útil para nós.

Resta ter esperança e acreditar nas nossas capacidades e engenho.

3 Comments:

Blogger CaCo said...

Segundo percebi o "complicómetro" faz anos hoje. Não vou "divagar" connvosco, vou só dar-vos os parabéns. Beijinhos.

Taizinha, Caco,... who knows what else...

March 25, 2007 11:07 AM  
Blogger CaCo said...

*convosco

March 25, 2007 11:08 AM  
Anonymous Anonymous said...

O nome do vosso blog diz-me muito... :-) Comecei a lê-lo ontem e encontrei imensas coisas que têm a ver comigo, avanços, recuos, inércias, buscas... sei lá...Também eu, desde Setembro de 2004, tenho aprendido a desligar o meu "complicómetro" aos poucos e a dar espaço a outras vivências que penso me fizeram crescer. E no meio da vida agridoce, gostei especialmente da frase "We have no other option than to face the long darkness of Moria", pela coragem que implica. Em retribuição, deixo uma outra, do Ernst Junger em Eumeswill: " Uma grande dor é como uma doença grave. Se lhe escapamos, nunca mais nos volta a atacar."
E parabéns pelo 2º aniversário!

March 26, 2007 12:06 PM  

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