Friday, December 01, 2006

Apanhada

Tenho dificuldade em verbalizar tudo aquilo que sinto neste momento sobre vários aspectos, muitos dos quais não passam por este espaço.

Há um tempo atrás decidi procurar o meu próprio caminho neste estranho lugar que é o mundo. Decidi refazer as minhas ideias, despir-me de preconceitos, retirar a armadura que mesmo enferrujada vestia todos os dias para sobreviver.

Subitamente dou por mim a meio do caminho, já não avisto o ponto de partida mas também não vislumbro ponto de chegada.

O curioso é que me lembro do ponto de partida, daquela ínfima parte que era o meu mundo que eu controlava porque sabia qual era a reacção a determinada acção. Saí dali porque não me sentia satisfeito.

Agora estou algures num caminho mais ou menos longo, com a imagem de um futuro que é o que pretendo mas que sinceramente se me começam a esgotar as ideias de como o alcançar e o canto de sereia do mundo que quero deixar e do qual me afastei a dado momento.

Não tenho quem me amarre ao mastro enquanto passamos as sereias e portanto me impeça de voltar atrás e também não sei se resisto à tentação de regressar ao “modus operandus” que conheço mas do qual desgosto.

Lembram-se de jogar à apanhada?

Lembram-se de haver um local seguro – o coito?

Não se eram ou não rápidos a correr, eu não era e portanto não me afastava assim muito do coito não fosse o Diabo tecê-las.

No entanto agora parece que tenho mesmo que deixar para trás o meu local seguro e explorar mais à frente, naquele lugar que está mesmo ali mas que não sei onde é.

Dir-se-á: é a travessia do deserto.

Talvez seja, mas não estava já eu a fazê-la? Perdi-me no caminho? Sofro de miragens?

Não reconheço as estrelas que supostamente me norteiam, não sei muito bem que mais fazer confesso, esforço-me para chegar lá mas não sei se estou a ser capaz…

Ah, aquele canto de sereia reconfortante, tão doce que é…

Olhando para a frente (o pior é que não sei muito bem o que isso é) vejo um terreno árido, com muito sacrifício que me tenta dissuadir de o atravessar.

Sou teimoso no entanto, e tenciono lá chegar. No fundo é uma peregrinação a um local desconhecido que não implica que chegando lá, lá permaneça.

No meio de tudo isto lembro-me das promessas que me fizeram, que fiz, que pairam no ar e das quais desconfio.

Serão facilidades a mais? Gostarei eu assim tanto de travessias mais ou menos árduas?

São tudo perguntas de resposta difícil e agora sentei-me na encruzilhada à espera de decidir se avanço, e se sim, para onde?

Sobretudo quero respostas, respostas às minhas perguntas pessoais e que uma vez obtidas me tragam a tranquilidade que desejo. Virão outras dúvidas mas isso… é inevitável, mas sobretudo quero que quando cheguem olhe para elas com uma certa calma.

P.S. - escrito há já alguns dias mas ficou à espera de saber se o ia colocar aqui ou não.

1 Comments:

Blogger João Magriço said...

Luís, se precisares de um companheiro na tua caminhada avisa. Gostava de saber o que se passa contigo mas a vida não nos tem dado muito tempo. Muito por culpa minha, muito por deixar andar.
Preocupa-me esse teu sentimento...

Um grd abraço

December 02, 2006 12:01 AM  

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