Saturday, August 05, 2006

Amor, apólices de seguros e bolsas de valores – uma ligação evidente?

Esta história dos amores tem muito que se lhe diga, e neste espaço o tema é recorrente.

É verdade que me tornei desconfiado por motivos que não tenciono partilhar mas que, enfim, tenho amplas razões a meu favor mas adiante, cada vez mais noto que as pessoas não querem Amor.

Estarei eu doido? Estarei a renegar tudo aquilo que sempre disse e desejei que é de me apaixonar e perder-me no Amor?

Não, nada disso.

Cheguei à conclusão de que as pessoas querem não ser dependentes de outra pessoa, querem ter um amor na mão e mais um ou dois de reserva para o que der e vier que isto dos amores afinal é como um investimento bancário, há que ter várias contas não vá por acaso a máquina Multibanco comer o cartão e lá se vai o acesso aos valores.

E como todos os investimentos que comportam riscos, vamos lá todos apostar em certificados de aforro – um namorado/a aqui, outro/a ali e um/uma que fica pelo beicinho, de preferência que não desconfiem para que todos possam evoluir e depois escolher consoante o momento qual o que dá mais juros e mais benefícios.

Descartam-se os outros e arranja-se logo mais uns elementos para fazerem de novos depósitos, pelo sim pelo não que isto de vantagens… podem ser só passageiras.

Visão desapaixonada da vida? Talvez…

O que leva as pessoas a terem medo de ficar dependentes? Não há amor sem dependência, sem cumplicidade, sem confiança, sem o risco de descambar e de acabar naquela tristeza das cartas que se relêem e afinal já não fazem sentido, nos planos que ficaram por cumprir.

Mas se o outro também confiar apenas em nós então talvez haja a hipótese de algo verdadeiro e puro.

Para quê a mentira, para quê as histórias mal contadas, para quê os remendos que não pegam?

Fica aqui uma proposta: que tal a criação de uma bolsa de cotações para os solteiros vários, assim conforme a cotação troca-se, vende-se, faz-se stock, como um mero mercado de acções. Proponho ainda que se forme um contrato tipo para que se regulem as relações, uniformizem-se critérios e assim não há lugar a mais nada que não seja o cumprir das obrigações.

1 Comments:

Blogger João Magriço said...

Pois, no problema é que no amor temos de ir muito para lá das obrigações. Obrigações temos com as irmãs, com as namorada, temos de ter gosto nas coisas que fazemos. Se fazemos por obrigação então a coisa já vai mal e o banco abriu falência...
Qt ao resto, sabes bem qual a minha posição. Se o meu banco quer ter mais do que um cliente, então não é para mim...
Um abraço

August 09, 2006 3:07 PM  

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