Tuesday, October 04, 2005

Os amores nos doces teens

Nos últimos dias, tenho falado com uma amiga minha de 16 anos que pela primeira vez se apaixonou a sério por um rapaz que é 3 anos mais velho.
É estranho tanto mais que ela me pergunta algumas coisas que eu não só não sei responder como não sei se devo responder.
Todos nós aprendemos com os nossos erros e quando a vejo tão entusiasmada com algo que não estou nada certo que dê bom resultado preocupo-me um bom bocado. Não que ela não se coloque as duvidas que depois discutimos mas a verdade é que é um jogo viciado. Ela ouve a minha opinião porque acha que sendo eu mais velho sei mais mas no fundo já decidiu.
É curioso como nós quando gostamos de alguém fechamos os olhos para algumas coisas que caso não estivéssemos apaixonados não perdoaríamos.
“Passou o dia e só pensei nele…” – é assim quando nos apaixonamos, a vantagem da idade é que o trabalho nos oferece um bom refugio e podemos sempre ocupar a mente em parte com ele embora nos lembremos sempre da pessoa de quem gostamos.
Uma das grandes vantagens de ser mais velho é que podemos estar apaixonados por outra pessoa e mesmo sentindo a ansiedade dos “teens” sabemos controlar-nos melhor. O tempo corre, mesmo que penoso, mas ao contrário de pensar que é o fim do mundo, sonha-se com o reencontro.
Aqui começam as minhas divergências com uma série de autores de outros blogs, não acredito que os apaixonados devam abusar dos seus pares, não devem dar-lhes secas, há um mundo tão bom e despreocupado que, é verdade – não dura sempre, mas que pode ser aproveitado. Levar a pessoa de quem se gosta a locais especiais, bonitos, relaxantes e despreocupados, desligar o telemóvel (se possível) e apenas aproveitar aquela presença doce que nos faz sentir cheios de vida e esquecer em parte os nossos próprios problemas.
Uma coisa curiosa é a aparente diferença que os “teens” atribuem a “gostar de” e “estar interessado em”. Aparentemente a primeira é encarada como uma forma subtil de dizer que se está apaixonado e que se pretende namoro enquanto que a segunda é encarada como – quero provar e depois logo se vê.
Sinceramente, não entendo mas talvez não seja para eu entender.
Disse-me ela: “Tu deves achar graça ver-me assim” – não é propriamente achar graça, digamos que olho com ternura porque também eu já passei por essa fase.
“Tenho medo…” – news flash, todos temos, no primeiro amor e nos seguintes, faz parte da vida e do “jogo dos amores”.
“Se correr mal, olha, correu, levanto-me” – para quem já caiu podia dizer-te desapaixonadamente que não há nada mais difícil e que triângulos amorosos ou situações mal resolvidas são do pior que há.
Mas enfim, o teu João, sim, teu porque nem sequer consideras a hipótese de dar tempo e ver se ele fica ou se se vai embora, tem virtudes e defeitos como todos nós, quando me perguntas e se fosses tu no meu lugar a resposta é sempre esta: “mas não sou…”
Honestamente, desde que não forces, não componhas demasiado o quadro, é a tua decisão, forçar as coisas com muitos arranjos à partida – “Let me warn you now…”
Olha com muita moderação para as minhas opiniões, são de alguém que já viu e passou por algumas coisas que retiram o encanto à vida ou melhor, alteram muito a nossa forma de a encarar, aquilo que para ti é uma tragédia grega (e já o foi para mim) é agora uma contrariedade que de certeza tem solução mais ou menos dolorosa é um facto mas resolúvel.
Há tanto para ver, para sentir, não te acanhes, a vida é para ser vivida e em grande parte por nós, não por meio das experiências dos outros.
Deixo-te aqui um grande beijo e os mais sinceros desejos de que tudo te corra bem ;)

1 Comments:

Blogger João Magriço said...

Querida amiga do Luís,
não sei como te chamas por isso trato-te assim. Tudo é doce qd se está apaixonado aos 16. Aproveita, não te preocupes com as vivências e os sofrimentos dos mais velhos que passaram por aí. Porque se perguntares bem todos te dirão:"No fim sofri muito porque muito amei, mas valeu a pena porque só amando muito muito seremos amados e felizes!" As boas memórias são as que nos fazem felizes mais tempo, pois as más usamo-las como aprendizagem para que não voltem a acontecer. Por fim, vê o lado positivo, agora és feliz e só isso é que interessa. Com o futuro, preocupa-te depois, tens tempo, aproveita, até pode ser que o João seja o teu futuro... ou não, Deus o saberá.

October 04, 2005 2:00 AM  

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