Saturday, October 29, 2005

“The heart asks pleasure first”

Ao som da banda sonora do filme “O Piano”, lembro-me da “Vitória de Samotrácia” e de como uma estátua é capaz de nos lembrar a eternidade.
A leveza e a beleza etérea que algumas coisas têm fazem-nos pensar que por muito mal que a Humanidade se encontre, há sempre momentos em que tocamos a perfeição.
A beleza não pode ser dissociada, na minha opinião, da correcção que todos devemos ter, dos pequenos gestos doces, carinhosos com que devemos tratar todas as pessoas. O que é que nos custa ajudar os outros? Ter uma palavra amiga, estar quando é preciso sem pedir nada em troca?
Há uma obrigação no meu entender moral de ajudar o próximo, não porque “é bonito”, não porque “a bíblia (ou outro qualquer texto religioso) diz” mas pura e simplesmente porque é aquilo que gostaríamos que nos fizessem caso estivéssemos aflitos, tristes, assustados ou perdidos.
Posso irritar-me com algumas pessoas, posso estar a ponto de as atirar pela janela mas a verdade é que no fundo até percebo algumas das suas atitudes e mesmo eu seria capaz de as ter tomado noutras circunstâncias, há dois anos atrás.
Já lá vai a altura em que via tudo a preto e branco e sinceramente há alturas em que sinto saudades da simplicidade dessa abordagem. Não que ela fosse boa mas levantava menos questões, implicava perguntar menos, aceitar as coisas (ou não as aceitar) de forma mais fácil, agora há como que uma dúvida que permanece e que paira.
Quem sabe quais as implicações daquilo que escolhemos, que decidimos?

0 Comments:

Post a Comment

<< Home