Sebastianismo?
Há alturas na nossa vida em que, para além de contar connosco próprios, contamos com os que nos são próximos e em particular os que partilham o nosso sangue.
Há alturas em que desejamos mais que tudo que aquelas pessoas cheguem junto de nós para nos ajudar a carregar os pesos, para serem mais uns ombros a partilhar a carga.
Agora, o que fazer quando teimam em não aparecer?
Será que “apenas” um laço de sangue assegura a “lealdade” e a disponibilidade para partilhar também os maus momentos?
Não assegura, ao que parece não é suficientemente forte para fazer com que todos se reúnam quando chamados.
Qual o direito de não aparecer quando chamados? Haverá justificação para a ausência?
E no entanto quem chama, mesmo já desesperadamente sabendo que não virá auxilio continua a acalentar a esperança de um inesperado regresso destas pessoas que supostamente lhe são próximas. Aparentemente todos temos uma boa dose de “sebastianismo” porque apesar de uma e outra e outra vez em que se espera e não vislumbra no horizonte sequer a silhueta de quem se espera, continuamos a aguardar que num qualquer dia de nevoeiro respondam à chamada, cerrando fileiras junto a nós e, num assomo de bravura se transcendam e com isso apaguem a imagem anterior.
Até quando estamos dispostos a esperar por esse apoio que, sem prometer (mas devendo) vir dá ténues sinais de querer (?) chegar mas nunca chega?
Quantas desculpas estamos dispostos a aceitar até dizermos basta?
A vivência das situações em que a ausência das presenças obrigatórias se torna a regra e não a excepção faz-me pensar se afinal e no fundo, não estaremos todos sós no mundo por muito que isso nos custe.
Não duvido que haja quem indefectivelmente esteja a nosso lado nos mais variados momentos mas quando há sempre uma ausência, não será mais prudente contar essa ausência como permanente e aceitar o facto do que de todas as vezes contar com a presença que nunca se verifica?
Como querem que se aceite a ausência e não se proteste? Como querem que se compreenda? Como querem que acreditemos que gostam de nós quando no momento em que pedimos não estão?
Será que da ausência não passamos à mais declarada (mesmo que não explicita) demissão?
Há alturas em que desejamos mais que tudo que aquelas pessoas cheguem junto de nós para nos ajudar a carregar os pesos, para serem mais uns ombros a partilhar a carga.
Agora, o que fazer quando teimam em não aparecer?
Será que “apenas” um laço de sangue assegura a “lealdade” e a disponibilidade para partilhar também os maus momentos?
Não assegura, ao que parece não é suficientemente forte para fazer com que todos se reúnam quando chamados.
Qual o direito de não aparecer quando chamados? Haverá justificação para a ausência?
E no entanto quem chama, mesmo já desesperadamente sabendo que não virá auxilio continua a acalentar a esperança de um inesperado regresso destas pessoas que supostamente lhe são próximas. Aparentemente todos temos uma boa dose de “sebastianismo” porque apesar de uma e outra e outra vez em que se espera e não vislumbra no horizonte sequer a silhueta de quem se espera, continuamos a aguardar que num qualquer dia de nevoeiro respondam à chamada, cerrando fileiras junto a nós e, num assomo de bravura se transcendam e com isso apaguem a imagem anterior.
Até quando estamos dispostos a esperar por esse apoio que, sem prometer (mas devendo) vir dá ténues sinais de querer (?) chegar mas nunca chega?
Quantas desculpas estamos dispostos a aceitar até dizermos basta?
A vivência das situações em que a ausência das presenças obrigatórias se torna a regra e não a excepção faz-me pensar se afinal e no fundo, não estaremos todos sós no mundo por muito que isso nos custe.
Não duvido que haja quem indefectivelmente esteja a nosso lado nos mais variados momentos mas quando há sempre uma ausência, não será mais prudente contar essa ausência como permanente e aceitar o facto do que de todas as vezes contar com a presença que nunca se verifica?
Como querem que se aceite a ausência e não se proteste? Como querem que se compreenda? Como querem que acreditemos que gostam de nós quando no momento em que pedimos não estão?
Será que da ausência não passamos à mais declarada (mesmo que não explicita) demissão?
2 Comments:
Complicadinho Luís, como eu te percebo! Às vezes é mais fácil termos apoio dos amigos do que da família. Uma justificação pode ser os amigos conhecerem-nos melhor que a família. Nunca te apeteceu demitires-te também? A mim já.
O problema do ser humano é a esperança. Temos sempre esperança que o outro mude, que o outro perceba que gostamos dele e que estamos à espera que nos acompanhe num momento dado.
Quando é que isto passa? Quando é que a esperança se desvanece? Quando o cansaço nos vence, quando nos fartamos de estar sós nos momentos mais duros e até quando nos apercebemos que sós é melhor que acompanhados por essa pessoa. Talvez quando a dor da solidão se sobrepõe à esperança.
Beijinhos
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