Wednesday, January 17, 2007

Desencontros

Às vezes espero que os outros me percebam sem ter que dizer uma única palavra. Sei que é impossível mas sinceramente desejava tanto que (me) percebessem sem eu ter que verbalizar, que intuíssem que me fazem falta, que queria falar com eles naquele momento.

Não me apetece pedir que me oiçam, não me apetece pedir nada, quero que me sintam e saibam automaticamente. Pedido estranho? Talvez…

É que o cansaço às vezes é tanto que nem queremos falar, queremos que nos percebam sem mais nada.

Outras vezes desejamos tanto que nos digam determinada coisa, que não a dizerem se torna num castigo, a questão é que se não dissermos que queremos saber, o outro pode não adivinhar embora pudesse intuir e sentir.

Qual será a justa medida do “protesto” e qual a distância a que está do abuso ou da imposição da nossa vontade sobre os outros?

Cedências atrás de cedências, rupturas que se geram não pelo confronto directo e pelo choque mas pela fadiga e pelo desgaste.

Talvez porque esteja farto de ceder mas também não me apetece o conflito aberto. No entanto continuar a ceder não é opção porque assim estaria a apagar-me, a perder identidade.

Paz? Claro que sim, mas já não a compro a qualquer preço.

2 Comments:

Blogger taizinha said...

Acredita que "ainda" há encontros. Daqueles em que chegamos a casa e, sem precisar dizer uma palavra, o outro percebe, pelo olhar, pela postura, pela atitude, se nos apetece falar, chorar, rir, ou nada fazer...

January 18, 2007 10:38 AM  
Anonymous Anonymous said...

O teu pedido nao eh de todo estranho, tambem eu nao me apetece ter que falar, ter que dizer o que penso ou o que quero, e vivo frustrada porque nao o leem nos meus olhos, ou na minha cara...

January 18, 2007 12:38 PM  

Post a Comment

<< Home