Monday, January 08, 2007

Tempo e palavras que se enrolam na língua

Quantas vezes não dou por mim a pensar que o tempo passou muito depressa ou então que nunca mais passa.

São várias as vezes em que me pergunto se é normal sentir-me assim ao fim daquele tempo (seja ele curto ou longo).

Sempre considerei que o tempo corria a meu favor e sempre quis acreditar que algures com o passar do tempo mostrar-se-ia que eu tinha razão.

Tantas coisas que queria dizer e que parece que não conseguem sair, ou que saem e que parece que ninguém entende porque parece que falo numa língua qualquer estranha.

Mas não se julgue que só eu sou o “incompreendido”, muitas vezes também não compreendo o que me querem dizer, parece que há um afastamento entre as palavras que me são ditas e a realidade que apreendo.

Há no entanto a sensação de que a realidade vai mudando a ritmo tão acelerado que não me permite agir mas apenas reagir.

“Timings” desencontrados, passagens ao lado, sentimentos frustrados com sucessivos falhanços comunicacionais em que quando julgo que se segue um caminho comum afinal estou eu a ir para um lado e outros seguem para outro lado. A sensação de que se correu atrás de alguém, que sucessivamente nos abre a porta para um futuro de promessas (e promissor) mas que depois, quando chegamos ao ponto prometido já lá não está. A história de uma vida em que se tenta alcançar quem devia estar próximo só para descobrir que afinal já vai longe.

A sensação de mudança constante, de passes de mágica de “now you see me, now you don’t”, a necessidade de estabilidade e a sensação que a mesma não está aí ao virar da esquina.

E na demanda do próprio, abre-se mão de umas quantas coisas para se obter outras. A sensação de que se pede demasiado aos outros e no entanto não é nada mais do que aquilo que peço a mim próprio.

Standards diferentes, objectivos dispares, e uma vontade tremenda de que me façam sentir em casa, sem a armadura enferrujada do dia-a-dia. Poder descansar sem temer as novidades do dia seguinte.

Mas afinal será assim tudo tão tenebroso? Não, claramente não.



"7 Seconds" - Youssou N'Dour & Neneh Cherry
Nota: Post em movimento (voltarei às ideias dele daqui a um tempo (?))

4 Comments:

Blogger Bia said...

Luis,
Tantas vezes eu quero dizer algo, escrever algo, mas parece que as plavaras não chegam com a velocidade que minha mente necessita... E então, não escrevo, não digo, ficam na minha memória onde se tornam a minha verdade, a minha realidade.
Entendo o que escreves e rogo que retome o pensamento em breve!
Um abraço.

January 08, 2007 11:18 PM  
Blogger Firehawk said...

rapaz...animo. Não posso dizer mais!

January 08, 2007 11:30 PM  
Blogger João Magriço said...

O, acho que o melhor é combinar contigo e vamos ver o Babel... ou já foste ver?
Ás vezes é simplesmente bom saber que não somos os únicos assim no mundo...
Um abraço

January 10, 2007 5:31 PM  
Blogger taizinha said...

Na regata da vida, o rumo não é o mesmo para todos. Umas vezes remamos num sentido, outras noutro. E ainda há aquelas vezes que nos deixamos levar pela maré ou pelo sabor do vento…Desde que não naufraguemos vale sempre a pena.

January 13, 2007 2:08 PM  

Post a Comment

<< Home