Monday, December 11, 2006

Sabores e dissabores

Tendo passado três anos a tentar provar que tinha razão, em muitos momentos sendo a única voz dissonante e tendo que me valer da minha argumentação contra pessoas mais velhas, mais experientes e sobretudo mais apoiadas, no momento em que afinal se prova que eu tinha razão sinto-me vazio.

Curiosamente achava que a partir do momento em que provasse que tinha razão as coisas iriam melhorar e as pessoas iriam perceber que mais do que uma jogada de “arrivista” era uma prova de competência (minha entenda-se). Esperava que abrissem os braços, largassem os preconceitos e tentassem conciliar posições e ajudar naquilo que vai ser um projecto trabalhoso e em que o tempo das decisões se começa a escoar.

E agora que tenho razão, em vez de me sentir satisfeito, invade-me a preocupação de saber que com ela ganhei sobretudo inimigos.

2 Comments:

Blogger João Magriço said...

É verdade, muitas vezes as pessoas deixam-se levar pelo orgulho... Às vezes apetece não ter razão.
A verdadeira questão é: seriam essas pessoas bons amigos para te virarem as costas assim? Eu diria que não. Mas também percebo que não seja fácil remar contra a maré sozinho...

December 12, 2006 8:14 PM  
Anonymous Anonymous said...

Caro Luís, nao sei o que se passa contigo, nem é a minha intençao intrometer-me, sobretudo agora que tenho andado tao afastada deste universo e das pessoas com quem antes tao assiduamente comunicava.
Contudo, algo que a minha pouca experiência me ensinou é que, por vezes, a nossa autonomia de pensamentos só nos trás é problemas... e sim, por vezes, em insistirmos que temos razao e em, de facto, o provarmos, só acabamos por perder.
Contudo, é preciso também saber o que se ganha com isso e, apesar de tudo, por muitos inimigos que se possa arranjar, nas coisas verdadeiramente sérias, temos que marcar a nossa posiçao e, como diz o Compota, remar contra a maré, mesmo que se esteja sozinho. E de certeza que nao estarás tao sozinho como agora te quer parecer e, talvez, a tua decisao presente, que agora te parece tao insatisfatória, seja aquilo que chamará a atençao de outros que, de momento, se encontram arredados de ti, neste momento.
Manter a nossa posiçao é algo nao só demonstrativo da nossa determinaçao, como também das nossas qualidades, sobretudo, se temos efectivamente razao no que defendemos.
Se nao tivérmos, nada mais há a fazer senao aceitá-lo e tentar corrigir o que está errado.
Mas quando se tem razao, por muito difícil que possa ser, por muitos inimigos que se tenha ganho, por muita pancada que se possa levar ainda no futuro - porque ter razao nao é ganhar uma batalha... por vezes é começá-la!

December 14, 2006 3:19 PM  

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