Saturday, June 11, 2005

Dia de Portugal, Camões e das Comunidades

É hoje o dia em que se celebra este cantinho à beira-mar plantado.
Portugal dos três F’s – Fátima, Futebol e Fado…
Somos o país com as fronteiras mais antigas da Europa, o país que deu novos mundos ao mundo, segundo o Bandarra seremos o Quinto Império…
Mas será que podemos viver apenas de um passado ilustre?
Será que ninguém reparou que o mundo mudou?
Estamos completamente vencidos pelo desânimo, assistimos a um país à deriva onde o governo definha perante o problema das contas públicas, em que os ministros cometem erros de palmatória apregoando medidas de restrição que ele não cumprem… E aceitamos?
Alguém já reparou que os portugueses, quando interrogados, dizem: os sacrifícios se forem pelo país fazem-se…
Mas qual país? Alguém sabe para onde caminha este país?
Fazemos sacrifícios por um número “mágico” de 3% de défice que parece que ninguém sabe como atingir e já passaram 4 governos sucessivos que nos pedem sacrifícios mas que não sabem nem conseguem resolver a crise.
Não sou defensor de politicas voltadas só para o défice embora seja importantíssimo para nós que este seja pequeno e esteja controlado porque é ele que controla a inflação e as taxas de juro que pagamos. Mas falta algo mais a toda esta politica obsessiva de números que são importantes mas que ninguém explica porquê.
Onde anda a cultura portuguesa?
Vamos todos viver de Santos Antónios, sardinhas, manjericos e arraiais?
Não que não sejam importantes porque são mas falta outra dimensão à cultura portuguesa. Conheço uma série de pessoas que se formaram e que serão assim os quadros futuros do país, e como estamos na União Europeia, muitos de nós vamos trabalhar para o estrangeiro ou com estrangeiros. Seremos embaixadores da cultura portuguesa. Mas a incultura que grassa é brutal.
Não resisto a uma pequena provocação:
Quem foi José Malhoa?

Se souberem, é muito bom, significa que sabem mais do que a maior parte das pessoas que eu conheço…

4 Comments:

Blogger Ginja said...

A qual deles te referes ? O Malhoa pintor naturalista, ou o que canta nos bailaricos ? "Aperta aperta com elllaaaa" LOLOLOL ;)

Se é verdade que a maior parte das pessoas que conheces não sabe essa resposta, acho isso bem triste...Junta-te aos bons pá!

June 11, 2005 10:13 AM  
Anonymous Anonymous said...

Ou José Vital Branco Malhoa...

June 11, 2005 8:11 PM  
Blogger Ginja said...

Eu não acho mal que um cigano tenha uma casa paga pelo estado, desde que trabalhe como outra pessoa qualquer, mas o mesmo vale, quanto a mim, para todos os não-ciganos que têm casas pagas pelo estado. não esquecer que mutias vezes essas casas são feitas com materiais de segunda e têm imensos problemas de manutenção . . . Quanto aos colégios, sim, é verdade, eu andei num até dizer aos meus pais que por mim não pactuava mais com aquela gestão financeira (e moral) hipócrita. Ainda hoje reviro os olhos numa espécie de pseudo-tique nervoso de cada vez que lhes ouço a expressão "associação sem fins lucrativos" . . .mas Enfim, o que lá vai lá vai e devo muito da minha formação académica a esse colégio, verdade se diga.
Quanto ao resto, é só tu veres que na minha situação eu também não tenho direito a bolsa de estudo, e por isso dou 12 horas de aulas durante a semana, durante o dia, que me ocupam horas de estudo. Sim, porque quem anda nesta vida não pode estudar de noite, por causa dos vizinhos... Paradoxalmente, as mesmas horas que me impedem o estudo são as que me permitem continuar a tirar o curso, senão não o podia pagar . Portanto, acho que o fantasma do sistema afecta muita gente de várias maneiras diferentes.

June 11, 2005 9:23 PM  
Blogger Luis said...

Olá Toranjinha, obrigado pelo comment.
Em primeiro lugar, eu andei num colégio privado até à 4ª Classe, depois ingressei no ensino publico e posso dizer que conheço ambos os sistemas. Não têm nada a ver...
Quanto ao Défice, não é uma imposição externa, ou melhor é, e ainda bem que assim é, não que concorde com os sacrificios que temos que fazer mas porque se não nos disciplinarem, internamente não somos capazes de o fazer, é triste mas é verdade. Para não ficares com a ideia que o digo de forma "idiota" dou alguns exemplos: Fomos o país mais rico da Europa a dada altura, fizemos fortuna com as especiarias da India, depois com o açucar do Brasil, posteriormente com o ouro e as pedras preciosas do Brasil.
O que fizémos com este dinheiro? Antes de 1755, Lisboa era a capital europeia mais sumptuosa, mas a mais desorganizada, a (des)organização Joanina obrigou o Marquês de Pombal a recorrer a empréstimos para pagar a dívida e não sei se sabes mas quando D. João V enviou a Embaixada para buscar a sua futura mulher, a despesa feita em Roma (local de uma das paragens da dita embaixada) teve de ser afiançada pelo lider da embaixada que penhorou o cabo da sua espada que era cravejado de diamantes. Os coches que fizeram parte da embaixada estão expostos no Museu dos Coches.
Quanto à tua pergunta, gosto de Columbano embora ache que ele tem tonalidades demasiado escuras, prefiro Silva Porto ou Salgado Veloso.
Há um palácio em Lisboa - o "Beau Séjour" - onde os 3 irmãos Bordalo Pinheiro trabalharam como "decoradores", vale a pena visitar.

June 11, 2005 10:56 PM  

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