Thursday, October 05, 2006

Alquimia

Poucas palavras são para mim tão importantes como a que escrevi como título.

O primeiro livro que li de Paulo Coelho foi “O alquimista”. Tem grande importância por todo o significado que a palavra encerra.

Poucas pessoas imaginam que a tabela periódica foi construída com base em estudos feitos pelos supostos alquimistas.
É como se aquilo que foi um passado que parece longínquo afinal ainda seja presente se bem que escondido.

Alguém sabe o que pretendiam os alquimistas?

A transformação de um metal – chumbo – noutro – ouro. Isto implica o fornecimento de quantidades de energia brutal para através da cisão do núcleo se conseguir a transformação.

Mais do que a transformação de dois metais (chumbo/ouro) importa a ideia que está subjacente. É possível alterar a natureza da matéria. Pode-se passar de algo sem valor para algo com um valor quase inestimável.

A alquimia é portanto muito mais do que apenas a transformação de metais, é a ideia de que é possível transformar o que nada vale em algo de valor. Não sou perito (nem nisto nem em nada) mas permitam-me o abuso de linguagem, é uma filosofia lindíssima.

Não sei se é possível alterar a matéria, mas é sem dúvida possível que nós nos alteremos, tanto no sentido de nos valorizarmos quer no sentido de nos desvalorizarmos.

Imaginem agora uma guitarra que por excitação das cordas imite som, imaginem-se agora como cordas do universo e perguntemo-nos qual o som que é suposto gerarmos.

Será que é através das pequenas vinganças, dos pequenos acertos de conta, das pequenas friezas que vamos ser capazes de ser uma melodia que inspire os outros? Não faz sentido pois não?

E se forem gestos de amizade sincera, de entrega, de ajuda, de compreensão? Parece que já têm um som mais agradável não é? Quem sabe mesmo não conduzem a uma extravagância e se forem tão intensos que a vibração das cordas se torne num ritmo pelo qual quem está próximo afina? Então passaríamos a ter uma sinfonia de cordas a vibrar no bom sentido.

Quando se gosta de alguém zela-se por essa pessoa, deseja-se tudo de bom aquela pessoa e assim tentamos compor uma melodia agradável.

O que quero dizer? Que sacudi aquele triste dedilhar de guitarra portuguesa, que prefiro uma melodia que seja alegre, que tenha um ritmo estimulante.

Estranhamente percebi que a vida é curta, demasiado curta, para a perder em querelas idiotas.

P.S. – Está um link novo na barra lateral que há muito que lá devia estar.

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