Monday, January 30, 2006

Impressões II

Estou a ler um livro que faz referência a uma série de quadros, esculturas e obras de arte. No livro, estas peças são descritas para que o leitor se aperceba de uma série de pormenores para que possa perceber as conclusões que os protagonistas tiram e assim seguir os seus raciocínios.
O que é que isto tem de importante?
Nada de especial a não ser que dei por mim a pensar nas obras de arte, algumas delas que “conheço pessoalmente” – ou seja, já estive à frente delas, vi-as no seu original.
A descrição perde muito para o impacto que têm quando se está perante elas.
Não será assim com tudo?
Passamos tanto tempo a ouvir descrições exaustivas dos outros, dos seus hábitos, dos seus vícios, dos seus defeitos ou virtudes consoante o interlocutor quiser “pintar” a pessoa em análise.
Mas o que é curioso é que enquanto em relação a uma obra de arte, temos aquela curiosidade em vê-la, em “tirar a limpo”, muitas vezes tomamos as descrições que nos fazem dos outros como sendo literais e nem sequer damos o benefício da dúvida.
Depois há aqueles de nós, que não são fáceis ao primeiro contacto, demoram algum tempo a conseguir “soltar-se”. Mas às vezes é uma questão de ser capaz de chegar até essas pessoas da forma certa.
Houve quem me dissesse que o meu horizonte temporal era demasiado longo – que fazia projectos a longo prazo (demasiado longos para alguns não é mana?). É verdade, prefiro as coisas com tempo, com determinados preceitos, de alguma forma, considero que o tempo mostra-nos muita coisa.
Não sou capaz de cometer loucuras? Sou, cometo mais do que aparento, mas essa é uma vantagem que tenho ;).
Há os “momentos” mas cada vez mais me convenço que o tempo ajuda a atingir a perfeição.
Veja-se o caso dos amantes, desengane-se quem acha que sai tudo bem à primeira, vai-se aprendendo, vai-se ganhando confiança, vai-se conhecendo o parceiro, os seus gostos, os seus hábitos, conhecem-se-lhe os medos, as ambições, os pensamentos…
Não encaro o tempo como um inimigo incontrolável mas sim como um aliado de proporções gigantescas.
Não derivando mais para outros assuntos, fiquei a pensar que de facto somos curiosos, damos o benefício da dúvida a obras de arte que são “estáticas” mas recusamo-nos muitas vezes em dar o benefício da dúvida ao outro.
Não digo que não se tome nota daquilo que nos dizem de alguém, mas não deveríamos tentar perceber se isso corresponde à realidade? Medir o impacto que essa pessoa de facto tem?

3 Comments:

Blogger sunshine said...

Claro que sim... deveriamos tirar as nossas próprias conclusões sempre, mesmo que fosse a pior pessoa na face da terra. Mas o ser humano... é tão complexo... sabemos "dizer" o que está certo, mas quando chega a altura de fazê-lo...
Luis, obrigada pelo teu comentário. Volta sempre.

January 30, 2006 6:02 PM  
Blogger João Magriço said...

Concordo, e como se diz nos filmes com jornalistas (sim, porque a realidade é outra) confirma sempre as tuas fontes, até teres a certeza...
É claro que tudo também depende de quem é a primeira pessoas que nos conta...

February 01, 2006 4:13 PM  
Anonymous Anonymous said...

As primeiras impressões só são boas quando as aparências não iludem. Se for uma gaja boa com alto cabedal, não irá deixar de ser boa so porque é má pessoa, no entanto se for monca e mau para o homem. Na realidade as aparências só iludem quando as pessoas não usam oculos. Se tiver lentes de contacto também conta. A propósito, e para as mulheres, as primeiras impressões sobre um gajo nunca contam porque um homem faz o que tem fazer para levar uma mulher para a cama por isso e preciso esperar mais um pouco para conhecer, assim um ou dois dias.

February 02, 2006 4:18 PM  

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