Saturday, July 16, 2005

Queca experimental

Após várias conversas com amigos e amigas que defendem várias posições (sem segundos sentidos) eis que surge o tão ansiado post.
Numa relação entre duas pessoas, que evolui no plano amoroso, é natural que ao fim de um certo tempo haja intimidade entre os dois e consequentemente uma relação também de cariz sexual.
Ora bem, a queca experimental, segundo várias opiniões insere-se neste contexto, ou seja, quando se chega à intimidade, faz-se uma espécie de “test drive” ao parceiro para avaliar a sua capacidade na cama.
Não estou de acordo porque não creio que o sexo deva comandar uma relação embora seja uma parte importante desta.
A ideia de um teste rápido para avaliar parece-me ainda mais absurdo.
Será que não sabem que a sexualidade evolui com a relação, com a confiança, com o conhecimento um do outro?
Parece-me claro que a primeira tentativa estará razoavelmente votada ao insucesso. A excitação acumulada por parte de um rapaz dará um encontro fugaz e pouco prazenteiro para a sua parceira e o sexo deve ser encarado como um prazer a dois e não numa vertente em que o importante é apenas o prazer masculino que é o mais fácil de atingir.
Admitindo que a pressão do momento, que ditará se a relação continua ou não, não causa outro tipo de estragos e embaraços, o simples pensamento de que se a coisa correr mal acaba tudo ali deve ser o mais anti – libido que pode haver.
Há quem defenda em vez de um “momento chave”, uma série de quecas experimentais em que se determina se está a melhorar e a chegar lá ou então se é para acabar ali.
Meus amigos, também não percebo…

Saindo agora do âmbito da queca experimental e abrindo o leque, a maior parte das vezes os homens acham que as mulheres não querem relações sexuais e as mulheres pensam que os homens só querem relações sexuais. O resultado acaba por ser o “acertar ao lado” constantemente. O que ainda mais me espanta é a incapacidade que há em conversar sobre o assunto dentro do casal e dizer tão-somente: “preferia que fosse assim, ou assado”.
Os homens porque têm medo que as mulheres achem que eles são uns depravados, as mulheres porque a maior parte dos homens não quer ser ensinado.
A verdade é que ninguém nasce ensinado e se o parceiro nos dá indicações, dicas e ajudas, o melhor que temos a fazer é aproveitar porque não só o estamos a satisfazer melhor como podemos também beneficiar e ter maior prazer.

Outra coisa que não entendo são os homens e rapazes que não falam com as namoradas e que vão “consolar-se” com prostitutas porque acham que as namoradas não são para determinadas coisas…
E é que nem perguntam, e a simples ideia de perguntar assusta-os de morte. Claro está que têm, as suas prostitutas de estimação e que não contam às namoradas que as têm… Afinal são só 3 na mesma cama.

Algo que também não entendo são os casais em que quer ele, quer ela têm amantes, e não me refiro a casais casados, refiro-me a casais de namorados em que o conceito de relação aberta é lato. Qual é a deles? Ninguém tem respeito uns pelos outros?

Honestamente, também não sou capaz de entender porque é que tantas pessoas falam da sua vida íntima de forma tão descritiva. Há coisas que, na minha opinião, devem ficar no interior de cada relação, não são para ser partilhadas. A capacidade que algumas pessoas têm de pôr todos os amigos na mesma cama é algo que me irrita solenemente. Aliás, é excelente estar a falar com alguém e saber que essa pessoa sabe exactamente o que se passa ou não se passa na intimidade que temos com outro. É assim tão difícil guardar para si o que se passa?

Peço desculpa se feri sensibilidades ou choquei alguém.

7 Comments:

Anonymous Anonymous said...

toupeirinha...
como "alguém" costuma dizer: "Excesso de informação mata..."
Vê lá se não estás a ter efeitos secundários daquela doença que nós sabemos...lol
Beijinhos

July 17, 2005 7:28 PM  
Blogger Maven Damaris said...

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July 17, 2005 8:26 PM  
Blogger Luis said...

Olá Toranjinha,
Sim, as relações entre as pessoas são uma "obsessão" minha.
É algo dificil de explicar mas fiquei muito traumatizado com algumas coisas, e ainda hoje fico mto espantado com a dificuldade que as pessoas têm em ser honestas umas com as outras e a capacidade que têm de inventar histórias sem sequer perguntar ao outro ou aos outros se a verdade é aquela ou outra.
Sofro por assim dizer de uma necessidade compulsiva de compreender as coisas todas, e de um medo muito grande dos mal entendidos...
Resumindo - Complicómetro...

July 17, 2005 9:45 PM  
Blogger João Magriço said...

Meus caros, e agora pensem que querem passar a educação sexual para as escolas...

July 19, 2005 4:27 PM  
Anonymous Anonymous said...

Compotinha, a educação sexual nas escolas pode ser algo positivo. Pessoalmente acho que não conheço ninguém que fale do assunto com os pais :p
Não concordo que a Educação Sexual seja uma "disciplina transversal" (desculpem lá, mas tem de haver gente competente a falar sobre isso - e não necessariamente professores) e também não concordo que haja uma aula expecífica para isso. Imaginem lá a cena: "É pá João, 'tá a tocar, 'bora lá para Educação Sexual que já são horas!" Enfim, acho que dispensa comentários... No entanto defendo que deveria haver acções pontuais (tipo um encontro da turma com médic@, psicoló@ e afins) exactamente para as pessoas perceberem que o assunto não é tabu (também acho que falar dele com o parceiro é, no mínimo, necessário), mas também para perceberem que é algo privado. E para tirarem dúvidas!!!! Acho os alunos devem ser informados dos métodos contraceptivos existentes E da abstenção. Explicar sem rodeios o que são uns e outros e explicar que podem dizer NÃO e manterem-se virgens até se sentirem preparados (seja isso depois do casamento ou qualquer outro momento relacionado com o credo e a vivência de cada um). Sabiam que nos EUA o número de adolescente que iniciam a vida sexual cada vez mais cedo aumentou e o sexo oral tem crescido por julgarem (erradamente) que é um método seguro e que não tem riscos nenhuns para a saúde?!
E pegando num assunto já ligeiramente mais "antigo", o Salão Erótico que houve em Lisboa há umas semanas teve uma afluência muito superior ao esperado (segundo li) e encontravam-se vários casais que foram juntos. Será isto sinal que estamos a ficar todos despravados ou que começamos a aceitar/ explorar a nossa sexualidade a dois? (e não a três, com as visitas extra-relação d@ parceir@).

July 19, 2005 7:23 PM  
Blogger Unknown said...

O teu artigo está muito interessante.
Para mim a questão é mais: vale a pena ter sexo sem amor? Não me parece que faça sentido, pois só o amor (como acto de uma vontade individual que sai de si para se dar ao outro) pode ser fundamento de uma vida sexual criativa e saudável.
Como te interessas por estes assuntos (das relações humanas), recomendo-te o post de um amigo meu, sobre o "speed dating", em http://pringicfb.blogspot.com/

July 21, 2005 9:35 AM  
Anonymous Anonymous said...

Caro Luís,
Subscrevo as ideias do texto. O amor e verdade (e não há verdade sem amor, nem amor sem verdade) são a base de um relacionamento, tanto quanto o latim é a base do português. Não um sucedâneo, um logo-se-vê-se-convier, um mero tempero. O sexo, sim, pode ser esse tempero, ou a sobremesa.
E não concordo com a impressão dada pela mariana sobre a tua sensibilidade, como se fosse bem raro num ser masculino. A sensibilidade não é necessariamente uma qualidade feminina, tanto quanto a boçalidade e o engano, o sentido egocêntrico de prazer vícios masculinos! Recentemente até num jornal da TVI se dizia que as mulheres traem cada vez mais (se calhar, com uma pequena ajuda do "Fiel ou infiel"). Qualidades e vícios transversais a toda a massa humana.
Por mim, declaro "Viva a virgindade antes do casamento!" Sei por experiência que teria sido bem melhor ter-me guardado para a minha mulher (que ainda não há, mas está a caminho). Traumas, paixões mal superadas, comparações com as outras do passado, sentimentos de culpa e quejandos tinham-se evitado. Quanto melhor é o prazer da descoberta de uma coisa totalmente nova para ambos os esposos! Casamentos destes — sabe-se pelo que se vê à nossa volta — são muito mais duradouros, firmes e felizes (penso por exemplo nos meus pais, que fazem este 39 anos de casados)!
Um abraço.

July 24, 2005 7:42 PM  

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