Monday, July 11, 2005

“Coco”

Há recordações doces que nos ficam e que nos voltam à memória de forma curiosa.
Numa semana em que aguardo pacientemente o resultado de um exame para saber se tenho que o repetir ou não (mas acho que não) voltei a intensificar os meus treinos de ténis.
Hoje foi daqueles dias em que saiu tudo bem, acabei exausto mas com um enorme prazer físico.
Estou todo dorido como era de esperar e por isso mesmo lembrei-me de quando era pequeno.
Quando tinha 7/8 anos aprendi a remar com uns senhores que o mais novo tinha 58 anos então em Sesimbra.
Eram os donos de um antigo baleeiro que tinha um barquito a remos atrelado. Os senhores (amigos entre eles) costumavam pegar no baleeiro (que era uma bela banheira) para ir para as praias ali ao pé a que só se chega de barco.
Como eu tinha um barquinho de borracha, eles metiam-se comigo e desafiaram-me para aprender num barco a sério.
Assim conheci o meu doce “Coco” – era o barco a remos que levava da praia para o baleeiro e vice-versa. (Cabiam 3 pessoas lá dentro)
Ensinaram-me a remar e tirei mesmo a carta de marinheiro por causa daqueles senhores. Era o capitão do “Coco”…
Tantas vezes levei aqueles senhores (ou eles a mim) no “Coco”, lembro-me de ir no baleeiro e de estar em praias que só voltarei a ver de novo quando for de barco.
Há um sítio que me ficou marcado, uma gruta onde, no chão (que estava submerso) havia estrelas-do-mar. Foi um espanto vê-las vivas e mergulhar naquele sítio.
O regresso era ao fim do dia e lembro-me de chegar exausto, com o corpo todo dorido e de me deitar e adormecer num instante sentindo como que o balouçar do “Coco” sobre as ondas.
Espero que hoje, quando me deitar, volte a sentir aquele embalo…

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