Monday, July 18, 2005

Conto – parte II

Após se ter armado, o cavaleiro dirigiu-se à sua montada.
O seu cavalo era um puro-sangue árabe, preto como a noite, rápido como o vento. Os arreios eram de prata com desenhos de cornucópias.
O cavaleiro colocou a sua espada sob a sela e pendurou o seu escudo à esquerda. Montou o seu fiel corcel e, esporando-o, saiu a galope pela porta da cidadela.

A formosa Vénus ficara no quarto do nobre cavaleiro. Tinha-o avisado que teria que enfrentar vários perigos e várias provas na sua demanda. Não o tendo demovido dos seus intentos, Vénus chamara Cúpido e dera-lhe a seguinte indicação: “Acompanharás o cavaleiro em todas as suas peripécias, não te deixarás ver e quando for a altura certa receberás novas ordens. Parte e sê célere”.

O cavaleiro cavalgava furiosamente pela floresta quando um homem que aparentava já ter muita idade se atravessa no seu caminho e sem proferir uma única palavra crava o seu bastão no chão fazendo com que o cavalo se empinasse e o cavaleiro caísse no chão. Ao levantar-se perante ele estava uma enorme ampulheta que escorria um pó semelhante a rubis. Voltou-se rapidamente para trás procurando o seu corcel que pastava tranquilamente junto a uma árvore, avançou na sua direcção quando de repente bateu no que lhe parecia uma parede invisível. Atordoado o cavaleiro começou a olhar à volta e mais uma vez lá estava aquela estranha ampulheta de armação de ouro e pó de rubi.

- Estás sob o meu poder, disse o velho.
- Quem sois?
- Sou aquele que tem o tempo na sua mão, carrego a gadanha… Sou Saturno, deus do tempo e da morte.

O cavaleiro ficou imóvel e assustado quando a voz rouca mas firme de Saturno se voltou a ouvir:
- Perante ti está uma ampulheta que funciona de modo especial. És tu quem domina o seu funcionamento, estarás sobre a minha alçada exactamente o tempo que tu quiseres.
- Eu controlo? Retorquiu o cavaleiro.
Saturno, tranquilamente respondeu:
- Sim, tu, através das tuas emoções. Partes em busca daquela que julgas ser o teu Amor, chegou a altura de pensares se é mesmo o teu Amor, e se acreditas verdadeiramente que ele será correspondido.

Nisto, ouve-se um estrondo e o velho desapareceu deixando o cavaleiro preso numa redoma mágica com um mistério para resolver para poder sair daquela armadilha.

2 Comments:

Blogger Ana said...

está espectacular! parabens! gostei mesmo! não te esquecas de continuar!

July 19, 2005 2:34 PM  
Blogger João Magriço said...

Depois quero ler a publicação completa. Isto de apenas ler capítulo a capítulo é uma seca. Ficas sem saber o que se passa a seguir...

July 20, 2005 1:08 PM  

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