Monday, December 05, 2005

Going down memory lane

Hoje acabei as aulas mais cedo o que era para ser apenas um hora para almoço foram duas horas e meia. Nunca gostei muito de ficar interior da minha universidade, sinto-me triste lá dentro, falta-me alegria. Sai para almoçar e depois, apeteceu-me ir passear, e lá fui eu, em direcção à Guerra Junqueiro.
Ao chegar à Praça de Londres, olhei para a igreja, e nem sei muito bem porquê, quando dei por mim estava no seu interior.
Não sou propriamente católico, nem faço gala em não ser, tenho uma concepção muito peculiar da religião e da minha relação com Deus.
Há cerca de 14 anos que não sentia vontade de ir à igreja, e aquela nem sequer é das que eu mais gosto.
Entrei, estava deserta, com apenas duas senhoras que limpavam os degraus do altar, arranjavam as flores e as velas.
Dei por mim ajoelhado, coisa que não fazia há muito muito tempo, a olhar para o altar e a murmurar: “Deus Pai, que tudo sabes, ilumina o meu caminho, guia as minhas escolhas…”
Depois de fervoroso debate com Deus em que questionei a sua forma de fazer as coisas, acabei por rezar a única oração que ainda me lembro de quando andava no Bom Sucesso, a Avé Maria. Lembrei-me do father Martin, e das confissões, do entrar pela porta do retábulo e da minha última confissão.
Nessa altura, o father Martin perguntou-me se eu acreditava em Deus, e eu respondi que sim, perguntou-me porque é que não me confessava como todos faziam, e tinha que ser chamado para o fazer. Respondi-lhe (e na altura tinha 8 anos) se Deus é Pai, eu falo directamente com ele, sem ter necessidade de intermediários. A partir desse dia fiquei dispensado de me ir confessar e depois disso só me confessei mais uma vez.
Foi estranho, passados tantos anos sentir vontade de entrar numa igreja, e de rezar.
Fiquei com uma sensação muito agradável de tranquilidade, uma espécie de certeza inabalável no futuro e de que as coisas vão melhorar.
Não sei se as duvidas se dissiparam, acho que não, mas diminui a angustia e algumas certezas confirmaram-se.
Não é ser egoísta, longe disso, mas a partir de agora, faço apenas aquilo que garantir a minha felicidade, não ignorando os outros, mas sim pondo-me a mim em primeiro lugar. Esquecendo o que é de esquecer, arriscando o que é de arriscar, mas como objectivo – ser feliz!

5 Comments:

Blogger Ginja said...

Pronto, acho que descobriste :) É isso mesmo...

December 06, 2005 10:10 AM  
Blogger Ana Abreu said...

Há ja alguns dias que não passava por cá...e hoje que passei encontrei este post que me tocou de forma particular.
Eu sou católica e praticante, apesar de discordar com mtas das posições da Igreja. Acho que as vezes é importante e necessitamos de acreditar em algo para podermos ultrapassar certos obstáculos, em algo que nos transmita força, vontade de continuar e que nos faça acreditar em nós. Eu acredito em Deus e acredito que me ajuda e que me ouve, mas este é o meu Deus. Tu ( e tds os outros) tens que acreditar num Deus, não importa que seja o mesmo Deus que eu, o que importa é que acredites e com certeza te sentirás muito mais confortável e seguro, logo poderás percorrer o teu caminha em busca da felicidade.

Bjs

December 06, 2005 3:15 PM  
Blogger João Magriço said...

Finalmente. Ao tempo que te ando a mostrar que esse é um bom caminho, mas as coisas não acontecem no tempo que nós queremos, mas sim no de Deus. É bom ver que as minhas orações por ti começam a dar frutos... :-p

Se algum dia quiseres aprender mais algumas orações avisa, ou então procura na net :-D

Um grande abraço

Jam

Ps-Ana, muitas vezes discordamos com a Igreja por desconhecer as razões da Igreja para tomar essa atitude. Se quiseres lançar alguma discussão sobre alguma dúvida que tenhas, terei o maior prazer em tentar esclarecer-te

Pps-Luís, desculpa levantar esta questão no teu blog :-p

December 06, 2005 6:48 PM  
Anonymous Anonymous said...

;)

December 07, 2005 10:11 AM  
Anonymous Anonymous said...

hmm.. que curiosa sensação de dejavu!! ;D

December 07, 2005 9:29 PM  

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