Apeteceu-me…
“Vaidade, meu Amor, tudo Vaidade!
Ouve: quando eu, um dia, for alguém,
Tuas amigas ter-te-ão amizade
(Se isso é amizade) mais do que, hoje, têm.
Vaidade é o Luxo, a Glória, a Caridade,
Tudo Vaidade! E, se pensares bem,
Verás, perdoa-me esta crueldade,
Que é uma vaidade o amor de tua Mãe.
Vaidade! Um dia foi-se-me a Fortuna
E eu vi-me só no Mar com a minha escuna,
E ninguém me valeu na tempestade!
Hoje, já voltam com seu ar composto,
Mas eu, vê lá, volto-lhes o rosto…
E isto em mim não será uma vaidade?”
António Nobre – Mar do Norte, 1891
Ouve: quando eu, um dia, for alguém,
Tuas amigas ter-te-ão amizade
(Se isso é amizade) mais do que, hoje, têm.
Vaidade é o Luxo, a Glória, a Caridade,
Tudo Vaidade! E, se pensares bem,
Verás, perdoa-me esta crueldade,
Que é uma vaidade o amor de tua Mãe.
Vaidade! Um dia foi-se-me a Fortuna
E eu vi-me só no Mar com a minha escuna,
E ninguém me valeu na tempestade!
Hoje, já voltam com seu ar composto,
Mas eu, vê lá, volto-lhes o rosto…
E isto em mim não será uma vaidade?”
António Nobre – Mar do Norte, 1891
0 Comments:
Post a Comment
<< Home