Friday, April 07, 2006

Ideias dispersas

Os últimos dias têm sido um teste à minha paciência.

Ando escamado com os ditos serviços públicos.

Não sei se é de mim mas acho que anda tudo demasiado lentamente, com uma burocracia atroz e em que ninguém dá despacho. Irrita-me para lá do que é possível imaginar esta questão de, a qualquer critica feita ao funcionamento dos serviços, a pessoa que a recebe automaticamente a personalizar. Não estou a pôr aquela pessoa ou outra em particular em causa mas sim o modelo organizacional do serviço.

Isto de se fazer uma critica e de a pessoa que a recebe a tomar como ofensa pessoal é demais. Há uma instituição por detrás daquela pessoa e em muitos dos casos a questão é com a instituição e não com a pessoa. Não entendo como é que não separam as relações institucionais das pessoais.

Em conversa com um colega discutíamos a diferença entre a vida politica e pública em Portugal e em França.

Em França por cada manifestação anti CPE há uma contra manifestação a favor. É óbvio que as manifestações a favor são muito menos visíveis e muito menos “fortes”.
Em Portugal o Governo anuncia um défice de 6% e as reacções são ténues ou inexistentes. Na minha conversa com este meu colega ambos estávamos de acordo em relação a duas coisas:

- É essencial saberem-se os verdadeiros valores das contas públicas para que a generalidade dos portugueses saiba do que realmente se trata e possa formar uma opinião;

- O Governo deve tomar decisões de acordo com as suas convicções politicas e depois ser “julgado” ao fim dos 4 anos de mandato.

Em Portugal dá-se uma importância excessiva, na minha opinião, aos comentadores políticos. Como é que é possível e mesmo aceitável que um comentador politico tenha um espaço televisivo em que diz “(…) segundo as minhas informações (…)”. Estranho ainda que quando comenta acções do Governo, os membros visados apareçam a comentar o comentador dando-lhe um peso que sinceramente não creio que possa ter. A oposição ouve as ideias deste senhor e muitas vezes repete-as inclusivamente em debates parlamentares em que o nome do senhor aparece referido sem se perceber porquê.

Parece que em Portugal tudo é tratado por apenas uma pequena “elite” que tem acesso a informação e que, em jogos de bastidores, organiza o país a seu prazer.

3 Comments:

Blogger inBluesY said...

... não parece é, na realidade. e a meu ver algo demasiado grave para andarmos a brincar, como tem sucedido é o facto de 'praticamente ninguem se preocupar com a realidade portuguesa' tudo muito entretido a brincar aos centros comerciais e telenovelas ...

April 09, 2006 7:20 PM  
Blogger Luis said...

Olá,

Acho que tens razão, anda tudo muito "perdido" num mundo de ilusão.
É como se o que se passa no país não fosse relevante. Demitem-se directores da Judiciária, apresentam-se valores de dividas elevadissimos e não se vê quase ninguém preocupado com isto. Não digo isto por ser este Governo ou outro, mas porque é uma mentalidade que se instalou.

Outra coisa que me incomoda é esta mania de nos compararmos aos espanhois e de dizer que em Espanha é que é.
Espanha é sem dúvida um país importante e com um desenvolvimento interessante mas tem os seus próprios problemas.

Beijinhos e obrigado pelo teu comentário.

April 09, 2006 11:11 PM  
Blogger inBluesY said...

sim, uma mentalidade instalada, preocupante mais quando existem estudos desenvolvidos que vem reforçar um bocado o que disse, e outra parte a que disseste acerca de espanha.

bjs

April 10, 2006 9:22 PM  

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