Sunday, May 22, 2005

O telefonema

Hoje recebi um telefonema inesperado: o da minha ex-namorada.
Porquê inesperado? Porque lhe tinha pedido que não me voltasse a falar uma vez que não tinha mais nada a dizer-lhe (por razões que a minha consciência impõe que não partilhe convosco).
Como seria de esperar foi um telefonema desagradável e cujo desfecho foi ter-me desligado o telefone na cara.
Perguntam-se vocês porque é que eu escrevo isto e que interesse tem. Não sei, mas sinto a necessidade de soltar o que tenho dentro de mim, libertar a frustração, a raiva e o ódio que sinto. São palavras fortes mas o que sinto também é forte. Não tem nada que ver com o sentimento de Amor que sentia mas é sim um profundo desprezo.
Estão a pensar que sou vingativo, não sou. Há neste caso razões que não posso partilhar mas que me doeram como farpas.
Não desejo mal a ninguém mas também espero que não me façam mal. O que tinha que ser já foi, já passou, não ficou nada de todo aquele tempo de relação.
Aprendi muita coisa e há muita coisa que não pretendo deixar que se volte a passar quando tiver outra relação.
Não me peçam para, passado tão pouco tempo confiar cegamente noutra pessoa, ainda não sou capaz de o voltar a fazer.
Não quero coisas fúteis ou de passatempo, quero algo de substancial ou então algo que tenha claramente “regras” definidas.
Estou a dar cabo do que é natural? Sim, estou, estou a trancar as portas a muitas coisas, mas não me quero voltar a magoar como me magoei. Não quero voltar a sentir o desespero que me invadiu quando acabei com a minha ex-namorada. Não quero ser vítima de mentiras e calunias como as que ela usou para se justificar e não parecer que tinha perdido alguma coisa.
O meu orgulho permite-me dizer que sempre que duas pessoas se separam (amorosamente ou no campo da amizade) perdem. Não há vencedores nem vencidos.
Não estou a vitimizar-me ou a fazer o papel de “coitadinho”, ambos tínhamos as nossas razões. O que peço é que me deixe em paz e não me pergunte se não quer ouvir a resposta.
Não visto o fato do “coitadinho”, ninguém (ou quase ninguém) é “coitadinho”, podemos sempre mudar a nossa vida, os nossos hábitos, não é que estejamos sob coação pois não?
Sei que muitos acham que lhes traço a vida e nem lhes pergunto se querem, que faço as coisas sem que me peçam ou sequer estejam interessados. Talvez tenham alguma razão.
A minha pergunta para eles é: Se eu gosto de vocês ao ponto de me preocupar, e de tentar (à minha maneira bem sei) ajudar-vos, porque é que isso vos faz tanta espécie?
Se não querem, eu não vos obrigo, apenas peço que me digam isso porque eu às vezes “entusiasmo-me” e sem qualquer má intenção ou segundo intuito, que não o de vos ajudar, deixo-me levar. Sei também que tenho uma forma de pôr as coisas que é algo “forte” e impetuosa, eu sou assim, sôfrego. Não me consigo calar quando não concordo e não tenho feitio para ser hipócrita e dizer que está tudo bem quando não está.
Prefiro ser considerado mal-criado, ordinário, bronco e o que mais houver a deixar de ser capaz de dizer que não concordo com algumas das decisões que os meus amigos tomam. Se perder esta capacidade, deixo de ser eu.
Não me peçam para ver e não agir, não sou capaz, se tiver capacidade (mesmo que seja pequena) de ajudar (ou achar que tenho). É certo que vou tentar, é inato.
Não querem, acham que eu sou paternalista, idiota, o que for?
Ok, mas digam-me isso com todas as letras e não se fechem em copas. Não sou perfeito…
Desviei-me um bocado do tema mas paciência, sentir muita coisa ao mesmo tempo é algo que todos temos.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home