Tuesday, August 21, 2007

A preto e branco

Fotografia do jardim da Fundação Gulbenkian
A lembrança daquele quadro que víamos juntos enquanto falávamos sobre a 1ª Guerra Mundial, o Império Romano, as obrigações do filho mais velho, dos desejos e dos planos...
As conversas que tinhamos, a necessidade que agora tenho de poder voltar a conversar consigo.
Acho que só agora começo a perceber o que quis dizer acerca do tempo e das partidas que o mesmo nos prega. Sem desvalorizar as nossas conversas - agora é que me faz falta poder falar consigo.
Sabe avô, afinal descobri que as pesssoas não são todas boas...
Confesso que, mais de uma década depois do seu desaparecimento, sinto a sua falta cada vez mais.
Precisava de falar consigo, de discutir consigo as minhas dúvidas, como fazia com História, Matemática e mais algumas matérias. Já não são as dúvidas das cadeiras mas sim da vida em geral - por estranho que lhe possa parecer acho que os estudos são fáceis quando comparados com a complexidade da vida.
Sinto saudades de o ver fazer o nó da gravata todas as manhãs, de o ver no seu sofá a ler o jornal, do caloroso sorriso que fazia quando eu chegava, do habitual telefonema do fim-de-tarde em que se ouvia "Zézinho...".
Sabe avô...

1 Comments:

Blogger CaCo said...

Sabes meu neto, gosto do rapaz que te tornaste. As tuas dúvidas, as tuas indignações, as tuas incompreensões, as tuas complicações ajudaram-te a crescer. Crescer nunca foi fácil nem indolor. Olha os bons momentos como dádivas e encara os maus como lições.

Só mais uma coisinha meu neto, todos as conversas que queres ter comigo aconteceram em todos os momentos que tivemos juntos.


Folgo saber que a cruzada no deserto não durou até Setembro.

August 26, 2007 12:06 AM  

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