Monday, March 28, 2005

Quem tem medo do lobo mau?

É espantoso o medo que as pessoas têm das palavras e sobretudo dos sentimentos.
Será assim tão assustador quando alguém diz que gosta de nós? Eu acho que sim, porque a partir desse momento temos sempre medo de desiludir aquela pessoa. Mas não estamos a ser parvos?
Quando gostam de nós, gostam por sermos como somos ou por aquilo que aquela pessoa vê de nós. Se sabemos que o que o outro vê não é a realidade então talvez o mais honesto seja dizer-lhe isso mesmo que isso implique que se zangue connosco. Mais tarde perceberá.
Porquê ter medo do outro? Não terá ele também os mesmos medos que nós temos? E porquê apressar as coisas? Há tempo, tudo demora e é bom que assim seja, podemos ir vendo e escolher.
O que é escolher ao certo? É dizer ao outro que afinal sim ou então não? Só isso? Acho que não. Quando optamos devemos explicar o que é que nos atrai/fascina no outro ou o que é que nos afasta/assusta.
As escolhas são definitivas? Não creio, porque nada no Mundo é imutável e quanto mais vamos vendo mais se altera a nossa percepção do Mundo e o que foi deixa de ser. Isso é bom ou mau? Não sei, é o que é, temos que aceitar. Temos que ter a coragem de mudar.
A verdadeira coragem está em aceitar o outro e as suas diferenças da mesma forma como o outro aceita as nossas diferenças e quando o fosso entre as pessoas é intransponível, sentarmo-nos com essa pessoa e “pôr as cartas em cima da mesa”. Se achamos que já não se resolve conversando (que é a primeira via) então resta-nos actuar. Mas actuar deve ter o cuidado de saber quais as limitações do outro, o que fez com que a nossa visão se tenha alterado e o porquê de estarmos assim. Não se traçam diagnósticos para depois deixar tudo na mesma, as coisas têm de se alterar.
A grandeza do outro mede-se na sua capacidade de aceitar a nossa opinião e alteração de vontade, para isso tem que compreender exactamente onde falhou e ter a seriedade de dizer se é capaz de mudar ou não (não dizer por dizer mas sim por sentir que é mesmo isso que quer fazer).
A regra de ouro para mim é esta: Diz-me quem te faz feliz que até eu te levo ao colo até a ele(a)!

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