Wednesday, August 29, 2007

Certezas

As estações do ano que se repetem independentemente da nossa vontade: Outono, Inverno, Primavera e Verão. É inevitável, aconteça o que acontecer elas estão sempre lá…

O desejo de estar com uma determinada pessoa – desde que mantido – está também ele sempre presente.

Não querer acreditar que aquela pessoa – mesmo que temporariamente – está sempre lá implica perder parte do bom da vida.

Não sei se há coisas que durem para sempre – mas o melhor é aproveitá-las enquanto duram porque, no fim, aquelas figuras parvas que fazemos quando estamos apaixonados, os beijos roubados, as cartas ridículas, os votos verbalizados são o que fica se as coisas correrem menos bem.


“The memory of all that
Oh, no, no,
They can’t take that away from me”








Tuesday, August 21, 2007

A preto e branco

Fotografia do jardim da Fundação Gulbenkian
A lembrança daquele quadro que víamos juntos enquanto falávamos sobre a 1ª Guerra Mundial, o Império Romano, as obrigações do filho mais velho, dos desejos e dos planos...
As conversas que tinhamos, a necessidade que agora tenho de poder voltar a conversar consigo.
Acho que só agora começo a perceber o que quis dizer acerca do tempo e das partidas que o mesmo nos prega. Sem desvalorizar as nossas conversas - agora é que me faz falta poder falar consigo.
Sabe avô, afinal descobri que as pesssoas não são todas boas...
Confesso que, mais de uma década depois do seu desaparecimento, sinto a sua falta cada vez mais.
Precisava de falar consigo, de discutir consigo as minhas dúvidas, como fazia com História, Matemática e mais algumas matérias. Já não são as dúvidas das cadeiras mas sim da vida em geral - por estranho que lhe possa parecer acho que os estudos são fáceis quando comparados com a complexidade da vida.
Sinto saudades de o ver fazer o nó da gravata todas as manhãs, de o ver no seu sofá a ler o jornal, do caloroso sorriso que fazia quando eu chegava, do habitual telefonema do fim-de-tarde em que se ouvia "Zézinho...".
Sabe avô...