Thursday, November 30, 2006

Olha o que encontrei...

Stereophonics & Tom Jones - "Mama told me not to come"

Monday, November 27, 2006

(sem título)

Friday, November 24, 2006

A questão da diferença de escalas

Será que as preocupações de uns e outros são assim tão diferentes?

Haverá uma diferença de escala? E havendo existirá um factor de escala que as corrija?

Se para as preocupações existe, também existirá para os “pecados”?


Eric Clapton & Mark Knopfler - "I Shot The Sheriff"

Thursday, November 23, 2006

“Prometi a mim mesmo não voltar a sofrer”

No espaço de dois meses ouvi esta frase proferida por seis pessoas diferentes.

Todas elas referiam-se a questões com os namorados/as e a insatisfação que sentiam com algumas atitudes ou falta delas.

Estranha forma esta de não querer sofrer a qualquer custo – o que é que isto implica de sofrimento “a priori”?

Alargando o tema, a quantidade de pessoas que parece ter medo de que alguém lhes diga: “gosto de ti” parece ser esmagador. Não sendo propriamente um optimista por natureza porque não sou, espanta-me que haja tanta relutância em aceitar que alguém possa gostar do outro “per si” ou seja sem que haja um interesse qualquer. Existe sempre interesse aliás, caso contrário não se estabelecia a relação, mas quando me refiro a interesse refiro-me a: sexo, ele/a tem dinheiro/influência, etc.

Todos sabemos que as relações interpessoais são das coisas mais complicadas que existem.

Os anos passam, as desilusões vão acontecendo e vamos ganhando medo. Acho que é um processo natural e inevitável. O que a mim me espanta e assusta é a quantidade de pessoas que se escudam tanto que se tornam inacessíveis, que têm medo de ceder um bocadinho e assim se tornarem vulneráveis.

Esta aparente moda de se ter namorados/as apenas e só para mostrar com a ressalva de ao mínimo desentendimento: “Adeus que me fui embora” preocupa-me.

É como a ideia de chamar à namorada “princesa” – mas “princesa” de quê? Porque carga de água? Isso não faz parte dos contos infantis? Não é idealizar o outro?

Estaremos assim todos à espera do nosso complemento perfeito? E tem que ser tão perfeito que nunca se discute, que nunca se diverge.

Não acredito nisso, ninguém é perfeito, nem numa relação com alguém que vamos conhecendo somos a exacta medida do complementar. Somos diferentes, temos as nossas ideias, as nossas convicções.

Acredito que todas as relações têm as suas fases de discussão sem que a mesma implique ruptura. Discute-se porque se tem pontos de vista diferente, porque não se gostou da atitude do outro, por um sem número de coisas.

Claro está que das discussões resulta sempre algum sofrimento, mas também são elas que permitem que após o afastamento haja um reencontro em que cada um tenha percebido o ponto do outro e tenha tentado chegar mais próximo daquilo que lhe pedem.

Será então um processo iterativo?

Não sei. Não acredito que haja o complemento perfeito, acho que se vai aprendendo e numa relação isso vai acontecendo ao longo do tempo, com a confiança que se ganha, com o à vontade, com o ideal comum que une as pessoas.

Monday, November 20, 2006

Horizontes

Há coisas estranhas na nossa vida. Alturas em que subitamente a luz desaparece e ficamos aparentemente perdidos dentro de nós, ou sem qualquer “fuga” da rotina que nos desgasta.

Outras alturas há em que as decisões que tomámos no passado, que nos levaram por uma vereda estreita e varrida pelo vento, subitamente surtem efeito e a vereda abre-se numa ampla avenida.

O que mais custa quando mergulhamos na escuridão e estamos na tal vereda estreita e varrida pelo vento é o isolamento que sentimos. Acho é que no fim conseguimos sair tanto melhor se não abrirmos mão da nossa essência, dos nossos valores, dos nossos sonhos.

Continuo a bater-me pelos meus ideais, pelos meus sonhos, não abro mão deles por muito egoísta que isto possa parecer.


Algures no país

Friday, November 17, 2006

Digo eu

Por motivos de uma conversa que não tinha nada que ver com isto, a minha mente disparou e vários pensamentos andam para aqui à espera de serem arrumados definitivamente.

Sempre fui da opinião que não mudamos apenas e só porque nos apaixonamos ou porque a outra pessoa nos pede. Assumo que apenas mudamos por vontade própria, com esforço e admitindo que temos essa necessidade.

A passagem do tempo tem um efeito curioso que é a da nossa mudança porque vamos envelhecendo, vamos desejando coisas diferentes com a idade, vamos tendo outros interesses, outras vontades e como é óbvio não anunciamos: “olha, hoje vou mudar” é um processo lento e gradual que muitas vezes escapa a quem está connosco todos os dias.

Se tive dúvidas quanto a uma relação passada, quanto mais o tempo passa e eu me distancio apercebo-me que fui mudando sem o verbalizar (e provavelmente ela também). A sistemática critica que necessitava de mudar e as comparações com amigos meus foi difícil de suportar e só agora percebi que o ritmo da minha mudança e o vector da mesma eram “pessoais e intransmissíveis” e não tinham nada que ver com a expectativa que a outra pessoa tinha porque de base o que queria e quero é substancialmente diferente.

Sendo presunçoso da minha parte, sou da opinião que muitas vezes a mudança dá-se sem nos apercebermos verdadeiramente e ou há qualquer coisa de muito profundo que mantenha um interesse mútuo ou as relações acabam.

Esta lufa-lufa que as pessoas agora têm de ter um amor perfeito, que “encaixa” à primeira não me convence. Se o gosto de educa, as relações também, não por frete mas por uma questão muito mais profunda que é a ternura que se sente pelo outro. Tentando explicar isto um pouco melhor, se se tem essa ternura pelo outro e isso se mantém, há alturas em que sabemos que, como uma criança, que temos que abrir um pouco a mão e dar algum espaço para que o outro viva, respire, mude e nós mudemos com ele/a.

A verdade é que queremos um cenário estático – estamos bem logo estaremos sempre bem – mas a vida é “como uma caixa de chocolates, nunca sabemos o que nos calha até provar” – quem sabe se não temos que arriscar qualquer coisa.

Arriscar não é perder a cabeça, mas é perceber que há traços comuns que permitem uma base de entendimento e que permitem uma diversificação dos interesses evitando assim ficar tudo centrado numa relação que passa a ser uma ralação.

É natural aspirar-se a mais e melhor, mal de nós se não o fizéssemos, mas se gostarmos de outra pessoa desejamos que ela nos acompanhe nesse percurso, que nos apoie e que afinal os objectivos, não sendo totalmente idênticos sejam compatíveis.

Virão algumas vozes falar da monotonia. É verdade que ela “mata” muitas relações, mas talvez mate sobretudo as relações que vivem apenas delas mesmas, em que não há outros interesses. Ainda não entendi esta necessidade de fazer tudo em conjunto, ir a todo o lado juntos, gostarem das mesmas coisas. Parece que o amor está normalizado como por exemplo o tamanho da fruta na União Europeia.

Não compreendo esta necessidade de vidas sociais altamente intensas em que se está sempre com um grupo de amigos, em festas, em cinemas, em qualquer lado mas nunca se está sozinho só com o outro. Parece uma fuga para a frente em que de tão assoberbados estão com a vida social que nunca estão verdadeiramente.

Ficam ainda algumas linhas por escrever mas o pensamento também não está concluído…



"Private investigations" - Dire Straits

Thursday, November 16, 2006

“Hope”

Tenho neste momento que assegurar que a esperança chega a quem há muito a perdeu numa determinada situação.

O que me preocupa é que não sou capaz de avaliar se ainda tenho esperança, ou não, que a situação se resolva a favor daquela pessoa.

Mais do que ter esperança, há que mostrar que não tenho desânimo. Não o tenho isso é certo, pura e simplesmente não tenho é paciência para birras e “mentiras” que se descobrem facilmente somando alguns números.

É para mim tanto mais difícil quando ambas as pessoas abandonaram a razoabilidade e numa altura em que a união é essencial passaram a acertar contas. Pequenas friezas do passado passaram a ser desculpa para puxar discussões e assumirem posições do tipo “porque eu fiz e tu não…”

A dificuldade reside em que ambos querem que eu assuma um dos partidos e eu quero é que eles assumam o meu…

Como diria um enorme amigo meu: isso já não é um dilema, é um trilema…

Lembro-me da minha professora de físico-quimicas que me ensinou muito mais do que só o que vinha nos livros escolares e de me ter ensinado que os triângulos são sempre perigosos, são formas pontiagudas, cortantes e que no fim havia sempre alguém que se magoava.

Neste estranho triângulo não quero que ninguém se corte porque gosto das outras duas pessoas sabendo que ambas têm os seus defeitos e as suas razões.

A ver vamos, seja qual o for o resultado pelo menos tentei…

Monday, November 13, 2006

Na névoa

Vista da Guia, Cascais

Encontrei hoje um professor de quem guardo excelente opinião, não só por ser um homem sério mas por permitir aos alunos um contacto “livre”. Não fala de politica porque não é o seu papel enquanto professor mas já agora…, quando o seu clube de futebol joga todos sabemos…, mas aquilo que o demarca de muitos outros professores que tive é que sempre ouviu com genuíno interesse aquilo que os alunos lhe tinham para dizer.

Sendo uma pessoa substancialmente mais velha poder-se-ia esperar que não desse importância à opinião de pessoas muito mais novas, mas não só dá importância como nos estimula a critica, fazendo-nos perceber que nada está acima de critica desde que a mesma seja honesta e construtiva.

É um dos homens mais simpáticos que eu conheço, que tem o cuidado de não traçar juízos de valores das pessoas.

Vê-lo hoje, muito mais magro, com ar abatido causou-me estranheza. Ao ver-me cumprimentou-me de forma muito simpática como sempre o fez, falámos um bocado de trivialidades em que entre uma graça e outra, ambos nos rimos.

Perguntei-lhe se estava bem, e fez um sorriso que não disfarçava a tristeza. Aquele homem enérgico que eu conhecia tinha adoecido com alguma gravidade e está agora muito diminuído. Da conversa de hoje ficou uma frase: “(…) e são todos tão novos (…)”.


Friday, November 10, 2006

Não sei porquê


"Iris - Goo Goo Dolls & Avril Lavigne"

Esta música lembra-me o mar. Um mar revolto que impõe respeito, que sabe bem ver por aquela janela rasgada, no conforto de uma casa quando lá fora há uma tempestade.

Lembra-me o passado com perspectiva de futuro mas sem necessariamente passar pelo presente.

Lembra-me o fechar de olhos e todas as imagens que nos assolam nesse momento.

Sinto saudades da despreocupação de não ter sempre que correr atrás de papéis, de pessoas mortas há anos, de não ter que saber o NIF, o BI e coisas assim.

Melhores dias virão, isso é uma certeza. Quando? Isso já não sei.

O tempo que corre sem controlarmos, aquilo que queríamos e o que obtemos, a sensação que passaram anos e afinal não foram mais que 2 ou 3 meses. E por outro lado a sensação de que há coisas que foram há 2 ou 3 meses e já foram há anos.

Lembro-me do quadro de Dali onde estão representados os relógios todos deformados, como que derretidos, é mais ou menos isso que eu acho que se passa com o tempo na minha cabeça neste momento. No entanto há um traço apaziguador – a imagem do mar revolto no meio da tempestade…

Thursday, November 09, 2006

“Love Actually”

Na limpeza do meu computador estava lá a banda sonora deste filme.

Vi o filme no cinema, com a minha então namorada. Ela gostou do filme, eu não.
A pessoa com quem fiz grande parte dos meus trabalhos de grupo, também ela uma rapariga também gostou do filme.

Confesso que detestei o filme, gerou em mim uma ansiedade como poucos conseguiram e fiquei-lhe com asco.

Não entendi qual a beleza de um filme em que parece que todas as relações estão condenadas, em que o adultério parece ser uma constante e a força que gera a mudança.

Para mim foi um filme no qual mais que a vitória do Amor, é a vitória da Infidelidade que é louvada e após a qual então sim, há espaço para o Amor.

Não percebi como é que se consegue gostar de um filme em que uma relação de anos é deitada a perder por uma secretária atrevida, em que um homem volta para casa porque estava preocupado com a sua mulher apenas para a encontrar na cama com outro, fugindo para fora do país para encontrar um amor do qual não sabemos desfecho. Não percebi qual a ideia de um Primeiro-Ministro se apaixonar por uma das suas empregadas, negando a evidência e depois aceitando-a, não percebi. A história de um musica acabado que regressa aos tops e que no meio da euforia se lembra que afinal a única pessoa que sempre o ajudou estava sozinha e decide ir ter com ela.

São muitas histórias que se cruzam mas em que parece haver uma ligação, não o Amor como fazem apanágio mas a desilusão que depois faz com que se refaça a posição mas sem nunca sabermos como quem é traído realmente se sente.

Dei por mim a pensar que a decepção pode ser sem duvida um motor de mudanças, mas não concordo com a propaganda à infidelidade, à mudança “barata”.

Mudança “barata” no sentido em que todos eles procuram no outro o que lhes falta interiormente, aquilo que não foram capazes de resolver falando com o seu par, a busca incessante de uma segurança que se torna apenas uma ilusão momentânea.

Wednesday, November 08, 2006

Mudanças

Por um aparente golpe de sorte espreitam-me mudanças no campo profissional. Agora tenho que digerir se as quero aceitar ou se pego em mim de armas e bagagens e vou para outro lado.

Tuesday, November 07, 2006

Entrevista


Após o aumento da toada por parte da direcção do “Complicómetro” decidimos convocar o famoso analista geo-estratégico: Marques Pombal
Transcrevem-se as frases mais marcantes da sua entrevista.

- Prof. Pombal, acha mesmo que isto é para ser levado a sério?
- É seríssimo, a direcção do “Complicómetro” ameaça com esquadrões F e P. São esquadrões temíveis, que dão pena a qualquer um…

- Mas Prof. há quem diga que eles não existem e que tudo isto é uma invenção para ameaçar os “Carapaus com Chantilly”…
- Pode ser, há uma verdade que é inegável, isto é um terramoto na Internet tal como a conhecemos…

E pronto, foi tudo.

Esquadrão classe P - os "Pombos Assassinos"

P.S. - Quem tem dúvidas do que estamos a falar ponham os olhos no pobre homem que está cá em baixo já de braços no ar. So, "You're next Pombo"

Monday, November 06, 2006

(sem título)

Vista do mar - Guia, Cascais

Sunday, November 05, 2006

Lembrei-me...

Queen- "Under Pressure"

Saturday, November 04, 2006

Sobre o aborto

Ao fim de alguns anos e pela mão da maioria socialista volta-se a consultar a população acerca do aborto.

Antes de avançar mais com este texto deixem-me esclarecer desde já que sou a favor do aborto bem como sou a favor da eutanásia.

O facto de ser a favor da despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez – vulgus aborto prende-se com a minha convicção de que é um direito que não deve ser negado a nenhuma mulher.
Faço desde já outra ressalva, ser a favor do aborto não é considerá-lo como um método contraceptivo porque não o é, é uma solução de último recurso que deve ser decidida a dois pelo casal.

O facto de ser a favor do aborto e da despenalização do mesmo não implica que não aceite as opiniões contrárias e sobretudo que deseje que o debate seja esclarecedor e honesto.

Foi com choque que assisti à reportagem da RTP sobre a ida das mulheres portuguesas a Espanha para interromperem gravidezes.

Se o intuito era justificar da despenalização do aborto, eu que sou a favor do sim lamento mas tenho que dizer que assim é que não.

Referiam milhares de mulheres que atravessam a fronteira ao mesmo tempo que aparecia a imagem de um comboio a chegar à gare de Madrid.

A imagem dos comboios cheios de pessoas a mim arrepia-me confesso, está demasiado ligada às imagens da deportação de judeus para os campos de concentração.

Não gostei da sistemática referência às questões financeiras e a comparação entre as clínicas espanholas (legais portanto) e as clínicas portuguesas (ilegais). São universos incomparáveis por natureza.

Não é através de comparações económicas que se justifica uma acção como o aborto, há questões de uma dimensão muito superior que se colocam, questões de ordem moral, ética e de direito pessoal.

Foi com agrado que vi o Cardeal Patriarca afirmar que desaconselhava os bispos a interferir na campanha uma vez que a posição da Igreja era já conhecida e que em caso de dúvida o melhor era votar em branco ou abster-se. Foi Sol de pouca dura uma vez que pouco tempo depois vários bispos vieram a público insurgir-se contra o aborto.

Sou a favor do aborto uma vez que estou convicto que há muitas pessoas que não têm condições para ser pais. Não me refiro apenas às condições financeiras, refiro-me a condições mentais, de afecto e de disponibilidade presente e futura. Há uma questão de maturidade que as pessoas devem ter antes de serem pais.

Dirão muitos que se não querem ter filhos que os dêem para a adopção. Lamento mas discordo porque a adopção deve ser também ela o ultimo recurso e mesmo que se retire a criança muito cedo à mãe, há laços afectivos que se geram ainda em tempo de gestação da criança. A formação dos afectos na criança está longe de ser conhecida e existem várias teorias acerca da mesma.
A criança mesmo não conhecendo a mãe verdadeira trás dentro dela não só o A.D.N. mas também os afectos que se geraram nessa altura e muito provavelmente sentir-se-á deslocada no futuro.
Pergunto qual o direito de colocar uma vida nesta terra para a deixar a roer-se de dúvidas existenciais que podem ser totalmente impeditivas de viver.

Notar bem que há uma diferença entre sobreviver e viver. Sobreviver fazemo-lo nós todos os dias, viver, poucos vivem. Viver implica ter prazer na vida, ter interesses, ter libido.

Há ainda que perceber que ter um filho implica uma obrigação de futuro que não é revogável porque se está cansado ou farto. Há todo um exemplo que tem que se dar e manter.

Não aceito que se tenham filhos exclusivamente porque, numa relação de dependência, se tenha alguém que nunca nos pode abandonar (supostamente). Não se têm filhos para segurar afectos. Isso é trabalho que cada qual tem que fazer sozinho antes de trazer parceiro para a vida quanto mais um filho.

Gostaria ainda de dizer que ter um filho implica aceitar que haja quem, mais tarde nos questione, nos critique, e nos ponha em causa como todos nós fizemos em relação aos nossos pais. Aceitar a critica é das coisas mais difíceis e creio que mais ainda quando parte de quem nos é próximo.

Não julgue quem ler isto, que considero que ter um filho é um fardo, muito pelo contrário, mas sublinho que não é apenas e só um mar de rosas, e que é para a vida, se quiserem, é algo que é eterno.

Voltando atrás, também não me parece lógico que se diga: “se não querem filhos que se abstenham sexualmente” – a sexualidade é algo inerente às pessoas e que deve ser exercitada, como tudo o resto, com bom senso e com “cabeça”.

Sou da opinião de que a informação faz falta e é essencial que seja divulgada. Quantas pessoas não têm ideias erradas acerca de métodos contraceptivos, da sua utilização e eficácia? É para mim um espanto a quantidade de pessoas que mesmo em níveis de educação universitária desconhecem vários métodos, as suas vantagens e desvantagens.

Numa extensão algo abusiva, a galopante subida do número de infectados por V.I.H. é algo que revela que as pessoas não sabem viver a sexualidade. Viver a sexualidade não é só praticar sexo, de várias formas, feitios, posições e locais, envolve todo um mundo de afectos e confiança que se gera entre parceiros que implicam intimidade. Intimidade no sentido de deixar o outro entrar no nosso universo, de partilhar sonhos, ambições, desejos e não de nos vermos uns aos outros nus.

Haveria e há muito mais a dizer mas fica aqui uma “pequena” achega.

Friday, November 03, 2006

Coisas de pós almoço

The Waterboys - "Fisherman's Blues"

Por todas aquelas coisas que não se esquecem, e sobretudo por todas aquelas que me lembro sempre que chove.

Por tudo aquilo que não compreendo, por tudo aquilo que queria perguntar e não posso, por...

Porque sim, porque chove

Thursday, November 02, 2006

Luz

Candeeiro do jardim do Palácio de Cristal no Porto
Porque às vezes faz falta alguma luz para iluminar o caminho...

Wednesday, November 01, 2006

Desabafos a altas horas

Gosto das altas horas da madrugada confesso. Ajudam-me a organizar o pensamento. Há um silêncio que é reconfortante.

Ando insatisfeito, é uma verdade inegável. Ando insatisfeito.

Quero mais, quero melhor, quero… Um sem número de coisas a verdade é esta.

Queria resposta a um sem número de perguntas.

Gostava que alguém me explicasse porque é que eu tenho todas estas dúvidas existenciais, morais e éticas quando grande parte das pessoas não as tem.

Não me satisfaço com respostas como: “as pessoas são diferentes” ou “é bom sinal”. Se sim é bom sinal porque é que me sinto insatisfeito?

Sinto-me pesado, triste, melancólico.

Sinto uma certa irritação por saber algumas coisas que são de saber velho – partilho da opinião que não há conhecimento ultrapassado, conhecimento é conhecimento, vale por si e mesmo que seja desactualizado permite-nos actualizar e compreender a evolução do pensamento.

Saber velho, é uma expressão curiosa, no fundo é o saber que as pessoas têm porque está acumulado na sua vivência e que portanto o beberam.

Não renego esse saber nem nego a minha vivência, longe disso, abraço-a com a certeza de algo que me é intrínseco e praticamente imutável.

Talvez das coisas que mais me custe é não ter com quem ir a um museu, com quem discutir algumas ideias de politica, religião e afins.

Não me considero uma pessoa culta, longe disso, mas tenho os meus gostos e estranhamente parece que ninguém se encaixa neles.

Pergunto-me se aquilo no qual investi quase cegamente não foi mais uma desculpa do que uma real necessidade. Pergunto-me se afinal, a minha “guerra” sem quartel, sem fazer prisioneiros não foi mais uma forma de fugir do que um real compromisso.

Mas fugir do quê? Da minha própria exigência?

Ao escrever isto lembro-me de um livro de alguém que me diz muito: “Se não sabe porquê que pergunta?” – Nunca o li confesso, o tema está longe da minha área de estudo mas conheci a pessoa que o escreveu.

Sinto-me insatisfeito, muito insatisfeito, e as voltas que dou parecem não me levar onde quero. Empreendi um caminho que ainda não percorri na totalidade e que espero me traga a satisfação que procuro mas há alturas em que duvido da utilidade do mesmo.

Que raio se passa? É de mim, é dos outros, é de todos?

Não sei, sei que estou mais irritável, com muito menos paciência.