Monday, October 31, 2005

A Coroa de Louro dos Vencedores

"Apolo e Dafne" - Bernini - 1623

Apolo, deus Sol, deus da Música é geralmente representado com a coroa de louros dos vencedores.

Coroa de louros de vencedor?

Dafne, a ninfa pela qual se perdera de paixão não o amava e, para não ficar com ele pediu a seu pai que a transformasse e assim surgiu o loureiro. Para nunca se afastar do seu amor, Apolo fez uma coroa de louros com a qual é representado.

Nem tudo o que parece é...


Sunday, October 30, 2005

"Going home"

"Desterrado" -Soares dos Reis, 1872 - em exibição no Museu Nacional Soares dos Reis - Porto
Gostava de me desterrar para aqui.
Ando à procura de coisas bonitas, que me motivem, que façam toda esta existência que é a nossa ter qualquer sentido, que me faça sentir aconchegado.
Como Manuel da Maia, gostaria de poder viajar por esta europa fora, ver o que o mundo nos oferece, ver a sua beleza e depois regressar.
Há quem procure no outro o seu equilibrio, eu gostava de o procurar nas obras de arte intemporais que a Humanidade produziu.
Enebriar-me com a Beleza...

Saturday, October 29, 2005

“The heart asks pleasure first”

Ao som da banda sonora do filme “O Piano”, lembro-me da “Vitória de Samotrácia” e de como uma estátua é capaz de nos lembrar a eternidade.
A leveza e a beleza etérea que algumas coisas têm fazem-nos pensar que por muito mal que a Humanidade se encontre, há sempre momentos em que tocamos a perfeição.
A beleza não pode ser dissociada, na minha opinião, da correcção que todos devemos ter, dos pequenos gestos doces, carinhosos com que devemos tratar todas as pessoas. O que é que nos custa ajudar os outros? Ter uma palavra amiga, estar quando é preciso sem pedir nada em troca?
Há uma obrigação no meu entender moral de ajudar o próximo, não porque “é bonito”, não porque “a bíblia (ou outro qualquer texto religioso) diz” mas pura e simplesmente porque é aquilo que gostaríamos que nos fizessem caso estivéssemos aflitos, tristes, assustados ou perdidos.
Posso irritar-me com algumas pessoas, posso estar a ponto de as atirar pela janela mas a verdade é que no fundo até percebo algumas das suas atitudes e mesmo eu seria capaz de as ter tomado noutras circunstâncias, há dois anos atrás.
Já lá vai a altura em que via tudo a preto e branco e sinceramente há alturas em que sinto saudades da simplicidade dessa abordagem. Não que ela fosse boa mas levantava menos questões, implicava perguntar menos, aceitar as coisas (ou não as aceitar) de forma mais fácil, agora há como que uma dúvida que permanece e que paira.
Quem sabe quais as implicações daquilo que escolhemos, que decidimos?

Friday, October 28, 2005

“O mio bambino caro”

A ouvir Maria Callas...
A beleza é uma linguagem universal...
Tive subitamente uma ternura enorme...


"O Beijo" - Auguste Rodin

Thursday, October 27, 2005

Untitled

Estou sem duvida a entrar em fase egoísta de pensamentos. Farto de que prometam e não cumpram, que fiquem do lado de fora da minha vida, que não queiram saber a verdade daquilo que se passa.
Pode ser que ela seja complexa mas não me vêem desistir por isso pois não?
Com que direito se atrevem a dizer-me “tu nem imaginas como é a minha vida, é impossível gerir um horário tão complicado”?
Há três pessoas que quando lerem isto e porque sabem exactamente o que se passa percebem o que quero dizer, os outros, se não perceberem é talvez porque não é para perceber.
Descobri que talvez ande à procura de algo que não é para eu procurar, como diria um candidato presidencial “o futuro a Deus pertence”. É verdade, ele que venha e que traga com ele o que for. Fartei-me, é assim tão difícil de perceber?
Sempre que oiço esta música lembro-me dos bons momentos que tivemos juntos, que não voltarão nunca mais mas que também não se apagam. Dançámos abraçados esta música, peguei-te ao colo…

“Speak softly, love and hold me warm against your heart
I feel your words, the tender trembling moments start
We're in a world, our very own
Sharing a love that only few have ever known

Wine-colored days warmed by the sun
Deep velvet nights when we are one

Speak softly, love so no one hears us but the sky
The vows of love we make will live until we die
My life is yours and all because
You came into my world with love so softly love

Wine-colored days warmed by the sun
Deep velvet nights when we are one

Speak softly, love so no one hears us but the sky
The vows of love we make will live until we die
My life is yours and all because
You came into my world with love so softly love”

"Speak Softly Love" - Andy Williams

Foi, já não é. Terminou o que tinha que terminar nessa altura como agora há outras coisas que têm que terminar, ou melhor que nunca deviam ter acontecido. Aconteceram, espero ter aprendido com elas.
Às vezes, só às vezes gostaria que as pessoas fossem capazes de pedir desculpa pelo que fizeram mesmo inconscientemente (se é que foi inconsciente).
Agora como há algum tempo atrás regresso à minha travessia do deserto, procurando que as miragens não tomem proporções que não têm, contando com os meus amigos para me chamarem à realidade.
Estou de novo em limpezas interiores, a limpar os armários, que têm tanta coisa acumulada, notas desafinadas, letras soltas, peças sem encaixe…
Basta! Não quero comiserações nem nada que se pareça. Acabaram aqui as minhas queixas mas também tenho o direito de as fazer, porque afinal, de acordo com outro candidato à Presidência da Republica “o direito à indignação e ao protesto está consagrado na Constituição”.
Sim, estou indignado, não com aquela ou com outra pessoa, terão as suas culpas pelo que disseram, pelo que fizeram, pelo que prometeram, pelo que aparentaram, mas nada disso importa. Haverá quem diga que me estou a vitimizar, é-me indiferente.
Em todas as circunstâncias à sempre uma quota-parte de responsabilidade e a vossa só tem a relevância que eu permiti que ela tivesse – ou seja?
Dei demasiada importância aquilo que não tem importância, procurei cegamente aquilo que ninguém me pode dar, mas procurei no outro e não em mim, caí no erro que mais detesto. Projecção? Talvez, em parte mas noutra, ninguém teria interpretado de forma diferente os “sinais”.
Volto a vestir a já velha armadura que alguns já conhecem de ginjeira, volto aos hábitos que tinha decidido deixar cair. Falhanço? Acho que não, é mesmo incapacidade de mudar porque não volto a correr o risco de me magoar desnecessariamente. Quem quiser que tente passar pela couraça. Não sou tão “mau” como pareço mas preciso de me munir de novo da minha dureza para aguentar os embates e os golpes que me desferiram quando deixei que entrassem. Pedras na muralha? Não, muito pior que isso, as brechas serão colmatadas com artilharia, será mais eficaz a repelir eventuais tentativas de aproximação indesejada.
Tentei, ninguém pode negar isso, mas se não dá, não insisto, tenciono preservar-me e se para tal tiver que atirar a matar, não duvidem que o farei.
Discurso bélico? Não, irado, furioso, de alguém que se fartou da tendência “sim mas…” – mas nada. It’s all or nothing from now on.
Venha o trabalho, que me consiga assoberbar para que não perca tempo a pensar naquilo que não merece.
Provarei que tenho razão, mesmo não tendo entrada na empresa que quero, venha o trabalho a seguir, veremos se tenho ou não unhas para tocar guitarra.
Saio do meu lugar de comentador de bancada onde tenho estado, a ver os outros jogarem, volto a pôr as cartas na mesa.
Não é um regressar vingativo, é uma necessidade porque me recuso a aceitar que as pessoas são todas assim, têm de haver pessoas com brio, com esmero, com capacidade de aguentar as situações, que não dão o dito por não dito, que não se esquecem de tudo e mais alguma coisa.
Encontrarei quem não queira viver apenas para a sua miserável carreira por muito fulgurante que ela seja.
Deixo aqui uma mensagem especial: tu que dirás que eu sou arrogante, pretensioso, vaidoso, irascível, irritante, pobre de espírito e outros mimos deste calibre, respondo-te apenas: “a verdade é como o azeite, vem sempre à tona”.
Retomo este espaço para mim e para quem convidei a escrever nele, quem se sentir incomodado com o que lê, faz favor de ler outros blogs mais ao seu gosto, há muitos…

Wednesday, October 26, 2005

Porto de abrigo

Gostava de estar no Guincho em dia de grande tempestade, sentado na praia e ver a fúria do mar, as ondas a embaterem com toda a sua força nas rochas, num estranho bailado de fúria e de amor.
Em tantas alturas o meu pensamento oscila entre uma acalmia e uma enorme tempestade, em que os cabos de qualquer navio se retesam. Sinto falta daquela doce ondulação que não é violenta mas que é apenas o doce embalo que o mar transmite.
Faz-me falta alguma tranquilidade que parece teimar em não aparecer em dias que são pontuados por constantes telefonemas sempre com coisas que são tão urgentes que são para anteontem. Não há um dia que passe em que não hajam novidades, em que não aconteça algo de bizarro e inesperado.
É verdade que a viagem (pessoal) que empreendi é longa e terá que atravessar grandes tempestades mas começo a sentir falta de um porto de abrigo.
Mais do que sair deste lugar para outro qualquer, porque assim era apenas uma translação mas não uma resolução, queria encontrar um ponto de equilíbrio maior e que parece ter desaparecido.
Os planos iniciais traçados por mim no início deste ano (lectivo) não se estão a verificar nem parece sequer que se venham a verificar num futuro próximo.
É estranho para mim que sempre tive tendência para planear tudo ao mais ínfimo pormenor ter tudo tão disperso, tão difuso e sim, tão confuso.
Sinto-me como que perdido em mim mesmo, a arrumar prateleiras com pensamentos que não interessam, a tentar redefinir estratégias que já estão mais do que gastas porque são as impostas pelas circunstâncias exteriores. Não vejo alternativas, se calhar é porque não existem mesmo.
Sei que não sou o único a atravessar um mau bocado e que, comparativamente todos os nossos problemas são sempre pequenos. Não me queixo, não me choro, não peço que tenham pena de mim, não sou fã da política do coitadinho.
Pergunto-me sempre que oiço outros falarem sobre si mesmos com a convicção de que fizeram o melhor, que são capazes deste mundo e do outro, que são tão rápidos na critica fácil, desconhecendo a realidade de cada um de nós – seriam capazes de fazer melhor?
Sei que também sou muitas vezes precipitado no juízo que faço dos outros, todos somos muito hábeis a julgar e tendencialmente fazemo-lo, não sou excepção. Erro muitas vezes não duvido.

Tuesday, October 25, 2005

Grito

Para quê que me mentem descaradamente e ainda têm a distinta lata de achar que eu não entendo?
Estou farto desta never ending story, provavelmente o problema está em mim e não nos outros...

Monday, October 24, 2005

"Music of the night" - era a ela que me referia

"Nighttime sharpens, heightens each sensation
Darkness stirss and wakes imagination
Silently the senses, abandon their defenses.
Helpless to resist the notes I write
For I compose the music of the night.

Slowly, gently, night unfurls its splendor
Grasp it, sense it, tremulous and tender
Hearing is believeing, music is decieving
Hard as lightening, soft as candle light
Dare you trust the music of the night?

Close your eyes for your eyes will only tell the truth
And the truth isn't what you want to see
In the dark it is easy to pretend that the truth is what it Ought to be

Softly, deftly, music shall caress you
Hear it, feel it, secretly possess you
Open up your mind, let your fantasies unwind
In this darkness which you know, you cannot fight..
The darkness of the music of the night

Close your eyes, start a journey through a strange new world
Leave all thoughts of the world you knew before..
Close your eyes and let music set you free
Only then can you belong to me..

Floating, falling, sweet intoxication
Touch me, trust me, savor each sensation
Let the dream begin, let your darker side give in
To the power of the music that I write..
The power of the music of the night

You alone can make my song take flight..
Help me make the music of the night.."

Phantom of the Opera - Andrew Lloyd Webber

Nem sempre a escuridão tem que ser má...
Não me sinto triste, muito pelo contrário. Sinto uma enorme doçura, de quem quer mais do que tudo ajudar. Para quê complicar as coisas?
Haverá um momento em que todos nós perceberemos que a vida é tão frágil, tão efémera que não vale a pena perdermo-nos num jogo de espelhos, tipo pavão, armando-nos em carapaus de corrida, supondo que somos melhores que os outros.
Somos o que somos, sem tirar nem pôr, com defeitos e virtudes, com coisas boas e coisas más.
Todos nós sempre ouvimos dizer: "follow your dreams" - às vezes não é possível, e temos que "endure it the best way we can".
A geração dos meus pais, a famosa geração dos anos sessenta que foi tão aguerrida na sua luta anti-guerra, na liberalização dos costumes, na luta pela emancipação das mulheres, esqueceu-se de envelhecer e de assumir que todos nós temos responsabilidades quando envelhecemos.
É efectivamente uma critica, tão injusta como qualquer uma que abranja toda uma geração mas não deixa de ter a sua validade.
Quantos de nós, mesmo sendo muito mais novos, não temos que assumir responsabilidades cada vez mais cedo?
Não se perdeu alguma coisa?
Onde estão as gerações que antes de nós tomavam conta das gerações mais novas preparando-as para depois elas assumirem o papel principal?
Como será que a nossa geração vai preparar a geração seguinte? Iremos demitir-nos de educar os nossos filhos? Viveremos enterrados nas nossas carreiras, fechados no nosso mundo, esquecendo-nos de ter tempo para a nossa familia, para nós e para os outros?
Não é ter tempo para os outros no sentido católico do termo, mas sim ter efectivamente tempo. Não é encaixar os outros no nosso hiper atafulhado horário de quem não quer pensar mas sim ser capaz de alterar o horário todo para poder estar com as pessoas que nos são próximas.
Falem de crise, falem de tudo o que vos apeteça, mas sobretudo pensemos no futuro que queremos.

Sunday, October 23, 2005

"Music of the night"

Vista da Praia da Rocha - Algarve

Alturas em que temos tantas dúvidas, tantos medos, em que nos perguntamos sobre o que é realmente importante.

Estou a ouvir "Music of the night", lembro-me das máscaras que os actores gregos usavam para representar dramas e comédias.

Máscaras - todos nós usamos alguma(s). Quem sabe o que se esconde por detrás daquilo que vê?


Friday, October 21, 2005

Pontes

Ponte D. Luís no Porto

Conhecidas como "obras de arte" são das construções mais belas que podem existir.

E estabelecer pontes entre as pessoas? Será que isso também não é obra relevante? Estabelecer ligações entre pensamentos diferentes, culturas dispares, quadrantes politicos, situações sociais diferentes...

Alguns dirão - tanto acordo implica que se planeia tudo e portanto se retira sabor à vida, pode ser mas há algo que é imutável que é a aspiração do homem pelo SABER.

Qualquer que seja o nosso ponto de vista de uma dada situação, ele é sempre incompleto, há tanta coisa que nos escapa. É dificil reconhecer que errámos e que continuaremos a errar mas que muito do nosso conhecimento passa pela tentativa e erro.

E nos amores? Serão precisas pontes? Há quem defenda que o amor é livre, vivo, incontrolável, é verdade, se não o fosse não era amor, não se pode "construir" um sentimento tão forte e nobre mas a verdade é que como em tudo na vida, depende da nossa capacidade de o alimentar, de o espicaçar através de pequenas surpresas, de nos transcendermos, de corrermos o risco e às vezes saltarmos no escuro.

Não temos todos medo desse fabuloso sentimento que nos domina e que parece que nos esmaga? E se temos medo porque não o reconhecer abertamente?

Perdemos tanto tempo a esconder, a escamotear a verdade - inventamos mil e uma desculpas para não dizermos que temos medo de amar.

Medo, sim medo, de um sentimento que poder ser esmagador, que pode fazer-nos perder a cabeça, que pode até fazer com que nos apaguemos para podermos ser mais compativeis com quem gostamos.

Será isto mau? Não creio que possamos deixar que nos apaguemos para que outro seja feliz, ou somos os dois ou então não é nada, mas qual é o mal de dizer a alguém: "tu és especial - tenho medo..."

Medo, palavra que trespassa este texto - porquê?

Porque é preciso ser-se suficientemente corasojo e audaz para, mesmo depois das desilusões que o amor nos causa, termos a disponibilidade de nos continuarmos a apaixonar por alguém.

Todos temos medo, mas que tal sermos capazes de arriscar algo mais? Para quê perder tempo a fugir e a tentar que tudo saia sempre bem? Às vezes não sai, há alturas em que mesmo gostando do outro temos o direito de nos irritarmos, de darmos um murro na mesa, de berrar, de deixar toda a fúria que anda de mão dada com a paixão manifestar-se.

O amor não é nem pode ser como que um prato que se aquece em banho maria com um estilo muito Beatriz Costa do "Ai chega chega chega a minha agulha, afasta afasta afasta o meu dedal"...

Tenhamos a coragem de nos abrirmos e deixar que as coisas aconteçam, sem pressões idiotas, sem intrepretações mesquinhas, sem vivermos num sistemático consilio de amigos e amigas a quem pedimos que opinem da nossa vida.

As decisões são nossas, devem ser nossas, podemos ouvir o mundo inteiro mas a decisão é sempre nossa. Não acredito no descernimento dos amigos? Acredito mas há coisas que temos que ser nós a decidir, a saber se queremos correr o risco.

Risco? Sim, o risco que é sempre duplo: aceitamos o outro e podemos desiludir-nos amargamente, acabar sós, a chorar, com uma profunda dor de tristeza e de pesar porque não só perdemos aquele amor como é altamente provável, comprometemos as hipóteses de uma amizade que existia e que formou a base de uma relação. Mas não é o único risco, há aquele risco de tornarmos a relação tão cerebral e levarmos tanto tempo para dizer o que quer que seja que quando olharmos a outra pessoa já não está lá e nessa altura perdemos uma oportunidade que nunca saberemos se era AQUELA.

Para quê fecharmo-nos sobre nós mesmos não nos dando a ninguém com medo de nos magoarmos?

Haverá um Amor único? Acho que nos apaixonamos sempre de formas diferentes e que nos deixamos conquistar sempre de forma diferente.

Estabelecer Pontes, ligações, ser capaz de reconhecer que temos medo, que corremos um enorme risco (duplo) e que mesmo assim a vida continua, mesmo quando tudo parece não sair.

Não que o Amor seja um remédio, um benuron que nos alivia a febrilidade da vida mas sim, que é o motor efervescente que nos faz avançar, que nos faz superarmo-nos, em que não há espaço para coisas mesquinhas.

Se quiserem, Amar alguém, para mim, é ter a coragem de deixar que alguém se torne importante na nossa vida com todos os riscos associados.

Sejamos galhardos e tentemos ligar-nos às pessoas de forma desinteressada, como as pontes se entregam nos seus encostos.

Se quiserem, uma Ponte tem algo de profundamente ligado com o Amor, é que ela completa e liga partes desconexas unindo-as de forma indelével.

E isso é uma obra de arte...


Thursday, October 20, 2005

“Capuchinho vermelho procura Lobo Mau para relacionamento sério”

Alguma vez imaginaram como seria se as nossas personagens de ficção subitamente se entendessem entre elas?
Mas não é esse o meu pensamento.
Estando já muito farto de tentar ajudar pessoas que me respondem com insinuações a despropósito ou então não respondem, comecei a pensar nas personagens imaginárias que me marcaram. Assim sendo cheguei ao Capuchinho Vermelho e ao Lobo Mau. No fundo, todos nós temos algo de ambos mas alguns de nós têm uma destas partes da personalidade mais vincada que outra.
Havendo assim várias pessoas tipo Capuchinho Vermelho e Lobo Mau, não andarão à procura do par ideal?
Se pensarmos bem, é exactamente o “casamento” perfeito, a junção dos complementares e uma das relações com maior probabilidade de sucesso. No fundo há um certo sadismo / masoquismo neste tipo de relações que lhes parece conferir um cimento que não permite que se quebrem.
É curioso ver como as pessoas transformam algo que devia ser alegre, leve e despreocupado num campo de batalha em que se maltratam o pior que podem mas no entanto acham sempre que o outro as fará feliz.
Ouvindo muitas opiniões de rapazes e raparigas que dizem que não entendem o outro, a resposta pode ser tão simples quanto isto: “o mal não está em vocês, el@ é que é assim…”
Para quê arrastarmo-nos num sem fim de problemas muitas vezes criados pela nossa incapacidade de romper com os costumes?
Muitos de nós projectam no outro a sua própria incapacidade de forma a não terem de ver, mas às vezes vêem e tentam mudar isso mesmo…
A culpa (que é uma palavra que eu abomino) é sempre repartida. Mas será culpa? A resposta para mim é esta: só é culpa se alguém estiver de má fé na relação (seja ela de amizade seja ela de qualquer outra natureza).
Mas e o que é estar de má fé?
Deixo aqui uma frase que me foi dita e que me ficou marcada: “Eu tento não fazer aos outros aquilo que não quero que me façam a mim”
Não será exactamente o oposto estar de má fé?

À espera....

da candidatura de Cavaco Silva...

Onde estará o candidato surpresa?

Tuesday, October 18, 2005

Como as árvores

Todos nós crescemos, evoluimos e alteramo-nos. Porque será que uns de nós não são capazes de evoluir no sentido ascendente, despindo-se dos seus medos e preconceitos e tão simplesmente serem honestos?
Se ajudo alguém não peço nada em troca, faço-o porque quero, sem segundas intenções. Disseram-me há tempos que não o devia fazer mas a resposta é tão simplesmente esta: se não tentar ajudar as pessoas então não sou eu.
Tenho pouca vontade de escrever, ando absorvido pelo meu trabalho e pelos meus pensamentos.
Ficam aqui estas "notas soltas"...

Sunday, October 16, 2005

Pausa

Entre as autárquicas e a entrega do orçamento de Estado para o próximo ano, uma pausa dos políticos. Não sabe bem? Estou tão farta de campanha eleitoral que estes dias me parecem um sonho.

Já só falta retirarem os outdoors para o oásis ser completo, porque as iluminações de Natal já andam aí...

Friday, October 14, 2005

Planície

"A ceifa" - Silva Porto, Museu Soares dos Reis - Porto


Thursday, October 13, 2005

É amanhã!!!

Estarei às 9 horas a entrar num colector de esgotos para acompanhar uma vistoria…

Ovelhas?

"Rebanho" - Silva Porto - Museu Soares dos Reis, Porto

Muitos seguiram aquele caminho e não o outro. Porquê?
Em parte porque fizeram aquilo que se esperava deles.
E abrir novos trilhos?
A famosa massa crítica que existirá e que fará com que as prioridades, os desejos e as ambições da humanidade se alterem está-se a formar.
É espantoso ver como cada vez mais as pessoas procuram os seus próprios caminhos, independentemente dos outros e lá vão, com medo, fazendo das tripas coração e sendo "exploradores".
É uma atitude de coragem, quantas pessoas não estão fartas de ter que aturar as atitudes sobranceiras de uns quantos donos da verdade que nos ditam o que deve ser ou não feito? Duvidar daquilo que nos é dito é salutar até um certo ponto mas o curioso é que apesar de tudo, as pessoas acabam, mais cedo ou mais tarde por perceber o que é essencial.
Haverá uma receita universal para a felicidade? Acho que não, cada qual traça o seu caminho e assim chega à sua felicidade.
É curioso mas acho que não há felicidade universal.
No espaço de uma vida não há tempo para tudo, disseste-me que devia reorganizar as minhas prioridades. A resposta é que já as reorganizei, e foi por ter visto tudo aquilo que vi que estabeleci as minhas, sem duvida muito diferentes da maior parte das pessoas da minha idade.
Perdemos tanto tempo a discutir coisas insignificantes, a inferneziar a vida dos outros, perdidos numa guerrilha idiota, tentando demonstrar que somos capazes, que sabemos mais que o outro, que somos mais do que...
(SUSPIRO LONGO E PROFUNDO)
Faz falta a serenidade de quem sabe que é capaz mas não se gaba disso, faz quando é preciso e acabou.
Não defendo uma atitude de mosca morta mas sim uma atitude de tranquilidade face aos factos e às estranhas voltas que a vida dá.
Às vezes, mesmo não querendo, impomos aos outros "stresses" e tomadas de decisões exclusivamente pela diferença de objectivos na vida, por horizontes temporais indefinidos.
Horizontes temporais indefinidos - frase tão vaga como aquilo que quer dizer - tudo requer prazos. Será verdade? Não acredito, nem o facto de lançarmos para o futuro momentos de decisão deve ser encarado como algo de mau ou forma de pressionar quem quer que seja.
Há tantas coisas tão incertas, que são de uma forma hoje mas que amanhã são totalmente diferentes, não vale a pena complicar o que é fácil.
"Vida é o que acontece à nossa volta, enquanto estamos entretidos noutras coisas" - afirmou John Lennon
Nunca tinha percebido esta frase até há muito pouco tempo.
Sei que me estou a tornar repetitivo e monótono mas deixo aqui um repto a todos os que visitam este espaço: "Carpe Diem" - aproveitem bem cada momento especial que a vida nos traz.
"Todas as pessoas com que nos cruzamos trazem uma mensagem, resta saber se somos ou não capazes de a receber" - James Redfield
Afastei-me do tema mas é o resultado de escrever ao "sabor da pena"...
Trilhar o nosso próprio caminho é uma tarefa dificil...

Tuesday, October 11, 2005

"I simple remember some of my favorite things"

"Outono" - de José Malhôa - Museu do Chiado - Lisboa
Os tons amarelados das folhas que caem, cobrindo o chão de um tapete maravilhoso em que apetece andar, o cheiro a terra molhada.
Lembro-me de Sintra, com aquele nevoeiro que lhe dá uma aura irreal, como se a Serra e as casas saissem das brumas de um passado que vagarosamente se arrasta, jocosamente troçando da nossa correria diária...
Os travesseiros da casa "Piriquita" ainda quentes, estaladiços e doces...
É estranho mas esta é a época em que mais sinto vontade de viajar porque associo sempre a viagem à chegada ao destino onde serei recebido de braços abertos, com o calor de um chá e uma conversa sem pressas.
Ouvir o bater da chuva que caí forte durante um bocado mas que depois cessa transmite-me tranquilidade.
Sinto saudades de ver o Guincho nesta altura, o mar começa a ficar picado mas ainda tem momentos tranquilos, percorrer o areal molhado ouvindo as ondas e sentindo o vento fresco que já começa a ser cortante mas que, quando chegamos ao fim da praia, podemos entrar naquele café, que mesmo não tendo a lareira acessa, nos serve uma bebida quente.
Momentos tranquilos em que a vida se torna ociosa, em que o tempo parece correr devagar, em que temos tempo para nós, para os nossos pensamentos, em que se gizam estratégias pessoais, em que de certa forma somos egoistas, em que nos mimamos e não nos preocupamos com o resto.
Lembro-me de tarte de maçã, com muita canela...


Os mimos da Mimosa...

Ontem recebi uma série de prendinhas, entre elas veio a sempre surpreendente Mimosa.
A Mimosa é uma vaquinha de peluche com olhos melados mas expectantes, pequenina, barrigudinha e muito simpática. Foi-me oferecida para me dar aqueles abraços que eu tanto tenho pedido e já começou a cumprir as suas funções.
Muito obrigada por tudo, prometo devolver-te os Cd's amanhã e sobretudo obrigada por seres e estares.

Monday, October 10, 2005

Medley de pensamentos

Há tanta coisa que se passa nas nossas vidas que às vezes é impossível não pensar em muita coisa ao mesmo tempo.

Às vezes pergunto-me se as pessoas têm dificuldade em dizer: “obrigado”

Parece que todos vivem no imediato em que tudo tem de ser decidido no momento, esquecendo-se do “horizonte temporal”. Há assim uma necessidade tão grande de decidir tudo em poucos minutos? Uns preferem trocar um futuro incerto mas que pode trazer felicidade pela ocasião do momento. Quantas não são as pessoas que preferem uma relação mesmo que frouxa, fraca e superficial mas que dá “gozo” imediato a arriscar algo que não seja imediato e cujos resultados não são garantidos?
Garantias? Isso é com os bancos, os sentimentos não são passíveis de garantias, ou melhor, até são mas dependem do tratamento que damos ao outro e dele recebemos.
Se por um lado o tempo é algo que hoje em dia parece escassear, por outro, nem sempre dispomos de tempo para poder analisar infinitamente as coisas.
Digamos apenas que, no espaço de um mês, apercebi-me de algo que muita gente não entende ou não quer entender. A volatilidade da vida humana – é que às vezes as pessoas fazem disparates e depois, como as crianças que com o braço do lado de fora do carro abrem a mão e apanham logo a seguir a bola, se errarem perdem-na.
Para quê estar a inventar dificílimas coreografias sendo incapazes de dizer exactamente aquilo que pensamos. Se gostamos de alguém devemos dizer-lhe, não para forçar respostas, mas tão somente para que essa pessoa perceba que há quem goste dela (mesmo que tal não seja correspondido) e que portanto é especial. Se não o dissermos, quando o quisermos dizer podemos já não ter essa oportunidade…

Há tanta gente que vive a vida anestesiada, tentando esconder-se na bebida, nas drogas, tentando fugir de si mesmo, fugindo a ter que decidir.
Decidir implica solidão, nunca ninguém decide acompanhado, pode ouvir os outros mas não pode esperar que os outros decidam por si.
É verdade que crescer implica decidir logo estar só. Ter que enfrentar os nossos medos, superarmo-nos mas não vale a pena “atirarmo-nos para o chão a gritar penalti”, fecharmo-nos em casa à espera que o tempo passe, embriagar-nos com coisas que nada resolvem e que apenas atrasam.
É nestas alturas que os verdadeiros amigos aparecem, não porque pressentem o cheiro a desgraça mas porque sabem que, mesmo não podendo ajudar em muitos dos casos podem tão somente estar lá.

E os amigos são espantosos, de certa forma, tipo Harry Potter, andam às vezes nas sombras com os seus mantos pretos passando despercebidos, mas na altura em que nós precisamos, sem ter que chamar, aparecem como que saltando da sombra para a claridade sendo capazes de “cerrar fileiras”, oferecendo-se generosamente para aguentar os embates ao nosso lado e proteger-nos.
Os amigos são aqueles que depois do embate nos põem creme sobre as feridas. Podem achar que as feridas se devem a uma estupidez nossa mas se foram feitas enquanto procurávamos ser felizes, mesmo que não gostem, cerram os dentes e ajudam-nos como podem e sabem.

Sunday, October 09, 2005

Eleições

Eu já fui votar e vocês?

O voto é um direito, mas também é uma obrigação!

Sobre os silêncios

É curioso como nas relações entre duas pessoas tudo se interpreta.
Se analisamos meticulosamente as palavras que nos dizem, há alturas em que devíamos sobretudo analisar os silêncios.
O que quererá dizer a ausência de resposta a determinada pergunta?
Será que isso implica que não quer responder ou será que já é uma resposta. Se for uma resposta, o que significa?

Haverá alturas em que significa: “Não te respondo para não te magoar”
Outras em que será: “Não te respondo porque não sei…”
Poderá ser ainda: “Não te respondo porque sou envergonhad@”

E é assim, de muitos silêncios, que constituem respostas enigmáticas que todos nós vivemos.
Resposta universal: “Macaquinhos no sótão? Não, deixemos os bichinhos na “Aldeia dos Macacos” no Jardim Zoológico.”

Saturday, October 08, 2005

Ídolo...

Foto: Pete Sampras em Wimbledon
Mitico clube de ténis inglês, campos de relva e obrigatoriedade de se jogar de branco...
Pete Sampras, um dos melhores de sempre se não mesmo o melhor...
E ainda perguntam porque é que acho este desporto espectacular?
Vejam os jogos deste "monstro sagrado" no seu terreno favorito.
Se jogo ténis, em parte deve-se a este senhor, que fazia com que tudo parecesse simples e fácil.
Fica aqui a descomplicação da semana ;)

Friday, October 07, 2005

Frases Bonitas

Many people will walk in and out of your life, but only true friends will leave footprints in your heart

Características...

Na minha senda incessante pelo pensamento alheio, deixo-vos uma pergunta...

Quais são as características que consideram essenciais para terem uma boa relação com outra pessoa?

Thursday, October 06, 2005

A invencível armada

Aos meus amigos, e sobretudo, a quem me disse: “não me deixes de fora”…

Whenever I'm down
I call on you my friend
A helping hand you lend
In my time of need

Whenever I'm down
I call on you my friend
(I call on you my friend)
(I call on you my friend)

Listen..

Whenever I'm down
I call on you my friend
A helping hand you lend
In my time of need

Whenever I'm down
I call on you my friend
(I call on you my friend)
(I call on you my friend)

Whenever I'm down
And all that's going onI
s really going on
Just one of those days (and ju-h..)

You say the right things
To keep me moving on
To keep me going strong
(going strong)
(going strong)

Whenever I'm down

Ain't nobody
(body)
Ain't nobody
(body)

Whenever I'm down
I call on you my friend
A helping hand you lend
In my time of need

Whenever I'm down
I call on you my friend
(I call on you my friend)
(I call on you my friend)

Whenever I'm down
And all that's going on
Is really going on
Just one of those days (and ju-h..)

You say the right things
To keep me moving on
To keep me going strong
(going strong)
(going strong)

Whenever I'm down
I call on you my friend
A helping hand you lend
In my time of need

Whenever I'm down
I call on you my friend
(I call on you my friend)
(I call on you my friend)

(Whenever I'm down)
(I call on you...)
(Whenever I'm down)
(I call...)

Ain't nobody
(body)
Ain't nobody
(body)

Listen
Listen
Listen..

My friend, Groove Armada

Wednesday, October 05, 2005

Ao som dos Madredeus - ou a explicação mais completa

“Os Senhores da Guerra” – foi hoje a segunda tentativa de Grande Aula, segundo flop…
É estranho, há um misto de sentimentos, emoções e pensamentos que me varrem o pensamento.
Muitos dos meus amigos têm sentido que estou “distante”.
Tentando encerrar este assunto porque não gosto de me lamentar e após uma semi-directa de tentativa de organização de pensamentos.
Em Novembro do ano passado apercebi-me de quem eram os meus verdadeiros amigos e sei que para vocês, que me conhecem, sabem que quando eu não estou bem, não peço ajuda, desapareço, sempre o fiz, nunca quis impor o meu estado de espírito a ninguém, prefiro partilhar com vocês aquilo que de bom tenho e se passa na minha vida e, tento o mais possível ocultar-vos aquilo que a mim me incomoda. Porquê? Encontram a resposta na música “I am a rock” de Simon & Garfunkel. Não é que não precise de vocês porque preciso e muito, mas sempre guardei para mim os meus pensamentos e as minhas angustias, não o faço por “maldade” mas porque sei que todas as vidas têm complicações e que, no grande desenho do Mundo, eu não tenho qualquer direito de, vendo-vos aflitos com os vossos próprios problemas vos sobrecarregar com os meus. Serei idiota? Acho que não, quando vocês têm problemas, faço deles os meus problemas, se conseguir de alguma forma ajudar, não descanso enquanto não o fizer e faço-o sem pedir nada mas sou totalmente incapaz de vos pedir o que quer que seja. “Feliz aquele que consegue fazer os outros felizes” – para quê apoquentar-vos com as minhas dúvidas, com os meus pequenos contra – tempos?
Esperava mais de muitas coisas nas quais investi.
Preparei o melhor que podia e sabia a Grande Aula, foi um fiasco em parte porque quem me devia ter ajudado não o fez, esqueceu-se… Custa-me brutalmente meter os pés pelas mãos, sempre custou.
Há mais, de facto há, quando encontro um colega meu de curso numa firma que contratei, e ele, mesmo tendo já acabado o curso e tendo tido uma média fulgurante quando comparada com a minha, não pareceu saber mais do que eu. Aqui levanta-se a duvida – e se eu não tivesse sido um idiota e em vez de ter sido delgado de curso tivesse sido apenas mais uma “ovelha”? Teria o curso acabado, melhor média e quem sabe o que estaria agora a fazer…
Todos os que então acharam que tinha feito um excelente trabalho, de repente foram-se embora, fiquei eu, sozinho. Esperava mais? Honestamente acho que não, mas estou farto que me digam com um ar paternalista: “Foste excelente…”
Fui? Já não sou? Perdi capacidades?
Sinto-me desanimado, sim, desanimado.
As pessoas que me substituíram saem agora aprovando votos de louvor para si próprias, deixando “testamentos” e um sem fim de salamaleques que eu nunca usei, nunca pedi e, as mesmas pessoas nunca me deram. Estou-me a queixar? Não, não estou, mas pergunto-me se valeu a pena o esforço, que para quem trabalhou comigo nesse período viu. Valeu a pena aquelas aulas de Solos II com o Prof. Pedro Melo a ser desagradável comigo e contigo Magriço a passares-me as resoluções dos exercícios para evitar as broncas do homem?
Afinal, a análise que fiz daquela estrutura que vocês conhecem e que me ajudaram a “arrumar”, estava aparentemente correcta e por isso os meus piores receios nesse capítulo verificam-se. “Senhor engenheiro, não são rachas, são fissuras” ;)
Estou farto de pessoas que me cantam madrigais e dizem que sou excelente mas que depois nunca aprecem quando chamo ou, quando preciso e peço nunca podem, têm uma vida tão ocupada mesmo não sendo formadas, não trabalhando mas enfim, têm lá as suas coisas que devem de facto ser tão importantes que as impedem de poder ajudar ou tão somente estar lá. Sinto-me um idiota porque estive lá para elas (não me refiro a ninguém em particular, mas a muitas pessoas que já passaram) mesmo que para isso tenha tido que dormir apenas 3 horas ou ter estado um dia em pé ao Sol…
Mas aqui está um paradoxo das novas tecnologias, os telemóveis que só recebem chamadas… E eu que julgava que as linhas telefónicas funcionavam em dois sentidos…
É nesta estranha nostalgia que entram outros aspectos menos conhecidos da maior parte de vocês.
Sinto saudades de uma série de pessoas que o tempo apagou, que estão longe e que eu não posso contactar com a facilidade que pretendia.
Esticando a corda e, sendo frontal, sinto saudades de algumas pessoas especiais, uma em particular.
É estranho dar por mim a pensar nessa pessoa, apreensivo, com vontade de saber se está tudo bem com ela.
Estarei bom da cabeça? (NOTA: esta pergunta é retórica)
E eu que gostava tanto de levar essa pessoa a alguns sítios onde eu já estive e que por serem para mim especiais gostaria de partilhar com ela.
Não quero propriamente partilhar as minhas preocupações porque, por maioria de razão, se não o faço com os amigos para não os preocupar, muito menos gostaria de preocupar essa pessoa.
E é assim, nestas estranhas encruzilhadas que me encontro.
Impaciente?
Não propriamente, diria antes apreensivo. Tanta coisa ao mesmo tempo, e a maior parte delas eu não pedi nem esperava.
Se me pedissem duas personalidades da história que eu olhe como exemplo, a resposta seria: Napoleão Bonaparte e Simón de Bolívar.
É assim, aponto para metas altas, sempre apontei, sou insatisfeito por natureza.
Ambição de vida?
Deixar o meu nome na história do mundo…
É assim, uns querem ser isto ou aquilo, eu quero ser maior que a própria morte.
Megalómano?
Não, de todo, ambicioso com certeza, mas não partidário de Maquiavel, adepto de um comportamento galhardo que me traga a felicidade e, no fundo, que a minha vida sirva para melhorar as dos demais.
A ideia do Gentil-homem do século 16, não vale a pena ser-se bom numa só área, há que perceber várias, ter-se uma “visão panorâmica”.
Imaginem agora toda esta amálgama de pensamentos e tentem lá perceber porquê que me sinto em baixo.
Poderia usar a estratégia de alguns e falar numa linguagem cifrada, recorrendo a termos técnicos e assim tapando o vazio de conhecimento noutras áreas, poderia usar uma postura “blasé” (dar ares de chateado e opinar indiscriminadamente) mas prefiro ter sangue na guelra, mesmo não gritando, ser activo, agir. Agir não de forma impulsiva mas sim pensada – não vale a pena criticar, opinar e não agir. Exponho-me, sim, de facto mas é da refrega que sai a clarificação.
Não sou nem gosto de meias tintas, prefiro ser frontal a tentear a verdade e driblar os factos.
Tenho personalidade vincada, a mostarda chega-me facilmente ao nariz é um facto, tenho dificuldade em admitir que errei, mas quando o faço, faço-o convicto e verdadeiramente arrependido. O que tenho de “assustador” quando me irrito, tenho de leal quando se trata de sentimentos e convicções.
Adepto de “Quebrar a vergar” se acredito sou capaz de mover montanhas, capaz mesmo de me esgotar apenas para conseguir provar o meu ponto se tiver convicto.
Sou assim…

Tuesday, October 04, 2005

Os amores nos doces teens

Nos últimos dias, tenho falado com uma amiga minha de 16 anos que pela primeira vez se apaixonou a sério por um rapaz que é 3 anos mais velho.
É estranho tanto mais que ela me pergunta algumas coisas que eu não só não sei responder como não sei se devo responder.
Todos nós aprendemos com os nossos erros e quando a vejo tão entusiasmada com algo que não estou nada certo que dê bom resultado preocupo-me um bom bocado. Não que ela não se coloque as duvidas que depois discutimos mas a verdade é que é um jogo viciado. Ela ouve a minha opinião porque acha que sendo eu mais velho sei mais mas no fundo já decidiu.
É curioso como nós quando gostamos de alguém fechamos os olhos para algumas coisas que caso não estivéssemos apaixonados não perdoaríamos.
“Passou o dia e só pensei nele…” – é assim quando nos apaixonamos, a vantagem da idade é que o trabalho nos oferece um bom refugio e podemos sempre ocupar a mente em parte com ele embora nos lembremos sempre da pessoa de quem gostamos.
Uma das grandes vantagens de ser mais velho é que podemos estar apaixonados por outra pessoa e mesmo sentindo a ansiedade dos “teens” sabemos controlar-nos melhor. O tempo corre, mesmo que penoso, mas ao contrário de pensar que é o fim do mundo, sonha-se com o reencontro.
Aqui começam as minhas divergências com uma série de autores de outros blogs, não acredito que os apaixonados devam abusar dos seus pares, não devem dar-lhes secas, há um mundo tão bom e despreocupado que, é verdade – não dura sempre, mas que pode ser aproveitado. Levar a pessoa de quem se gosta a locais especiais, bonitos, relaxantes e despreocupados, desligar o telemóvel (se possível) e apenas aproveitar aquela presença doce que nos faz sentir cheios de vida e esquecer em parte os nossos próprios problemas.
Uma coisa curiosa é a aparente diferença que os “teens” atribuem a “gostar de” e “estar interessado em”. Aparentemente a primeira é encarada como uma forma subtil de dizer que se está apaixonado e que se pretende namoro enquanto que a segunda é encarada como – quero provar e depois logo se vê.
Sinceramente, não entendo mas talvez não seja para eu entender.
Disse-me ela: “Tu deves achar graça ver-me assim” – não é propriamente achar graça, digamos que olho com ternura porque também eu já passei por essa fase.
“Tenho medo…” – news flash, todos temos, no primeiro amor e nos seguintes, faz parte da vida e do “jogo dos amores”.
“Se correr mal, olha, correu, levanto-me” – para quem já caiu podia dizer-te desapaixonadamente que não há nada mais difícil e que triângulos amorosos ou situações mal resolvidas são do pior que há.
Mas enfim, o teu João, sim, teu porque nem sequer consideras a hipótese de dar tempo e ver se ele fica ou se se vai embora, tem virtudes e defeitos como todos nós, quando me perguntas e se fosses tu no meu lugar a resposta é sempre esta: “mas não sou…”
Honestamente, desde que não forces, não componhas demasiado o quadro, é a tua decisão, forçar as coisas com muitos arranjos à partida – “Let me warn you now…”
Olha com muita moderação para as minhas opiniões, são de alguém que já viu e passou por algumas coisas que retiram o encanto à vida ou melhor, alteram muito a nossa forma de a encarar, aquilo que para ti é uma tragédia grega (e já o foi para mim) é agora uma contrariedade que de certeza tem solução mais ou menos dolorosa é um facto mas resolúvel.
Há tanto para ver, para sentir, não te acanhes, a vida é para ser vivida e em grande parte por nós, não por meio das experiências dos outros.
Deixo-te aqui um grande beijo e os mais sinceros desejos de que tudo te corra bem ;)

Sunday, October 02, 2005

Votos de boa semana

Claude Monet, The Japanese Footbridge, 1899. National Gallery, Washington, D.C.
Começa uma nova semana, espero que melhor do que aquela que termina. Finalizando o meu momento de profundo spleen e com a cabeça mais organizada, deixo aqui a imagem de um dos quadros que mais gosto.
Para quem conhece, a nora de Tomar, os chorões do "basófias" (Mondego), a vista do cabo Espichel, a Estufa Fria, são essas imagens que me assaltam a mente...
Uma excelente semana para todos!

Amizade

Meus queridos,

Nestes meus devaneios solitários, gostaria de perguntar-vos o que é a amizade?

Ajudem-me S.F.F.

Saturday, October 01, 2005

Sobre a solidão III

A todos os meus amigos que me ligaram, escreveram, enviaram mails ou sms, este post é para vocês.
Há alturas em que enfrentamos uma solidão tremenda, como Cyrano de Bergerac antes de morrer enumera, a vaidade, a mentira, a decepção a falta de escrúpulos são o que envenena a vida e por muito que lutemos contra eles parece que no fim, eles se multiplicam e reaparecem…
Perguntam-me se estou bem, a resposta segue neste ultimo texto que encerra esta trilogia.
Estou em fase de pensamento. São pensamentos longos e profundos.
Estou também em fase de pouca verbalização, de certa forma estou na fase de conversar com os meus botões, desejando que a almofada seja boa conselheira.
De repente, tudo o que profissionalmente até ao momento mais queria desfez-se, esboroou-se num mar de incertezas, se fosse convidado para a tal firma de transportes, onde todos os que estão na área queriam entrar creio que diria que não.
Quanto a uma série de factores que alguns de vocês conhecem esses não se resolvem com a velocidade que desejaria e infelizmente em muitos casos os meus piores receios têm-se verificado.
Não é nada que não tenha solução, mas daí a que eu tenha capacidade de tirar um coelho tão grande da cartola, isso é que é mais complicado.
Estou farto da minha universidade, das mesmas pessoas, sempre batidas nos mesmos temas, com uma total incapacidade de perceber que a vida tem tanto mais para nos dar.
Digamos que estou em fase semi-rebelde, quero ir-me embora, quero coisas novas, bonitas, agradáveis. Falta-me a vontade de estudar porque não reconheço qualquer mérito à maior parte dos meus professores.
A minha ida ao estrangeiro agudizou a minha vontade de mudar muitas coisas na minha vida, fez-me ver que não vale a pena correr atrás de um fulgurante sucesso profissional se isso me impedir de ter tempo para desfrutar a vida.
Para quê saber o modelo logit de cor, modelos matriciais, ISO 9001 e afins se depois não sei nada de literatura, de pintura, de música?
Se viram o filme “Mediterrâneo”, vão perceber o que vou dizer a seguir: vivo numa ilha em que a realidade é uma mas a do mundo exterior é outra totalmente diferente.
Não sou só eu, todos nós, mas por vários factores, tomei uma consciência mais aguda desse facto e isso incomoda-me brutalmente.
É nestas alturas que sinto imensa falta de ter carta de condução. Se tivesse metia-me no carro e rumava para a praia, onde me sentaria a contemplar o mar.
Diria que há uma insatisfação grande, uma necessidade ainda maior de extravasar o comum, de fazer o extraordinário.
O problema é que muitas vezes não é só transcender-me, é preciso que os outros me sigam e isso é muito mais complicado.
Serão chinesices minhas?
Quanto a pessoas especiais? Fica um sussurro de saudade…