“Os Senhores da Guerra” – foi hoje a segunda tentativa de Grande Aula, segundo flop…
É estranho, há um misto de sentimentos, emoções e pensamentos que me varrem o pensamento.
Muitos dos meus amigos têm sentido que estou “distante”.
Tentando encerrar este assunto porque não gosto de me lamentar e após uma semi-directa de tentativa de organização de pensamentos.
Em Novembro do ano passado apercebi-me de quem eram os meus verdadeiros amigos e sei que para vocês, que me conhecem, sabem que quando eu não estou bem, não peço ajuda, desapareço, sempre o fiz, nunca quis impor o meu estado de espírito a ninguém, prefiro partilhar com vocês aquilo que de bom tenho e se passa na minha vida e, tento o mais possível ocultar-vos aquilo que a mim me incomoda. Porquê? Encontram a resposta na música
“I am a rock” de Simon & Garfunkel. Não é que não precise de vocês porque preciso e muito, mas sempre guardei para mim os meus pensamentos e as minhas angustias, não o faço por “maldade” mas porque sei que todas as vidas têm complicações e que, no grande desenho do Mundo, eu não tenho qualquer direito de, vendo-vos aflitos com os vossos próprios problemas vos sobrecarregar com os meus. Serei idiota? Acho que não, quando vocês têm problemas, faço deles os meus problemas, se conseguir de alguma forma ajudar, não descanso enquanto não o fizer e faço-o sem pedir nada mas sou totalmente incapaz de vos pedir o que quer que seja. “Feliz aquele que consegue fazer os outros felizes” – para quê apoquentar-vos com as minhas dúvidas, com os meus pequenos contra – tempos?
Esperava mais de muitas coisas nas quais investi.
Preparei o melhor que podia e sabia a Grande Aula, foi um fiasco em parte porque quem me devia ter ajudado não o fez, esqueceu-se… Custa-me brutalmente meter os pés pelas mãos, sempre custou.
Há mais, de facto há, quando encontro um colega meu de curso numa firma que contratei, e ele, mesmo tendo já acabado o curso e tendo tido uma média fulgurante quando comparada com a minha, não pareceu saber mais do que eu. Aqui levanta-se a duvida – e se eu não tivesse sido um idiota e em vez de ter sido delgado de curso tivesse sido apenas mais uma “ovelha”? Teria o curso acabado, melhor média e quem sabe o que estaria agora a fazer…
Todos os que então acharam que tinha feito um excelente trabalho, de repente foram-se embora, fiquei eu, sozinho. Esperava mais? Honestamente acho que não, mas estou farto que me digam com um ar paternalista: “Foste excelente…”
Fui? Já não sou? Perdi capacidades?
Sinto-me desanimado, sim, desanimado.
As pessoas que me substituíram saem agora aprovando votos de louvor para si próprias, deixando “testamentos” e um sem fim de salamaleques que eu nunca usei, nunca pedi e, as mesmas pessoas nunca me deram. Estou-me a queixar? Não, não estou, mas pergunto-me se valeu a pena o esforço, que para quem trabalhou comigo nesse período viu. Valeu a pena aquelas aulas de Solos II com o Prof. Pedro Melo a ser desagradável comigo e contigo Magriço a passares-me as resoluções dos exercícios para evitar as broncas do homem?
Afinal, a análise que fiz daquela estrutura que vocês conhecem e que me ajudaram a “arrumar”, estava aparentemente correcta e por isso os meus piores receios nesse capítulo verificam-se. “Senhor engenheiro, não são rachas, são fissuras” ;)
Estou farto de pessoas que me cantam madrigais e dizem que sou excelente mas que depois nunca aprecem quando chamo ou, quando preciso e peço nunca podem, têm uma vida tão ocupada mesmo não sendo formadas, não trabalhando mas enfim, têm lá as suas coisas que devem de facto ser tão importantes que as impedem de poder ajudar ou tão somente estar lá. Sinto-me um idiota porque estive lá para elas (não me refiro a ninguém em particular, mas a muitas pessoas que já passaram) mesmo que para isso tenha tido que dormir apenas 3 horas ou ter estado um dia em pé ao Sol…
Mas aqui está um paradoxo das novas tecnologias, os telemóveis que só recebem chamadas… E eu que julgava que as linhas telefónicas funcionavam em dois sentidos…
É nesta estranha nostalgia que entram outros aspectos menos conhecidos da maior parte de vocês.
Sinto saudades de uma série de pessoas que o tempo apagou, que estão longe e que eu não posso contactar com a facilidade que pretendia.
Esticando a corda e, sendo frontal, sinto saudades de algumas pessoas especiais, uma em particular.
É estranho dar por mim a pensar nessa pessoa, apreensivo, com vontade de saber se está tudo bem com ela.
Estarei bom da cabeça? (
NOTA: esta pergunta é retórica)
E eu que gostava tanto de levar essa pessoa a alguns sítios onde eu já estive e que por serem para mim especiais gostaria de partilhar com ela.
Não quero propriamente partilhar as minhas preocupações porque, por maioria de razão, se não o faço com os amigos para não os preocupar, muito menos gostaria de preocupar essa pessoa.
E é assim, nestas estranhas encruzilhadas que me encontro.
Impaciente?
Não propriamente, diria antes apreensivo. Tanta coisa ao mesmo tempo, e a maior parte delas eu não pedi nem esperava.
Se me pedissem duas personalidades da história que eu olhe como exemplo, a resposta seria: Napoleão Bonaparte e Simón de Bolívar.
É assim, aponto para metas altas, sempre apontei, sou insatisfeito por natureza.
Ambição de vida?
Deixar o meu nome na história do mundo…
É assim, uns querem ser isto ou aquilo, eu quero ser maior que a própria morte.
Megalómano?
Não, de todo, ambicioso com certeza, mas não partidário de Maquiavel, adepto de um comportamento galhardo que me traga a felicidade e, no fundo, que a minha vida sirva para melhorar as dos demais.
A ideia do Gentil-homem do século 16, não vale a pena ser-se bom numa só área, há que perceber várias, ter-se uma “visão panorâmica”.
Imaginem agora toda esta amálgama de pensamentos e tentem lá perceber porquê que me sinto em baixo.
Poderia usar a estratégia de alguns e falar numa linguagem cifrada, recorrendo a termos técnicos e assim tapando o vazio de conhecimento noutras áreas, poderia usar uma postura
“blasé” (dar ares de chateado e opinar indiscriminadamente) mas prefiro ter sangue na guelra, mesmo não gritando, ser activo, agir. Agir não de forma impulsiva mas sim pensada – não vale a pena criticar, opinar e não agir. Exponho-me, sim, de facto mas é da refrega que sai a clarificação.
Não sou nem gosto de meias tintas, prefiro ser frontal a tentear a verdade e driblar os factos.
Tenho personalidade vincada, a mostarda chega-me facilmente ao nariz é um facto, tenho dificuldade em admitir que errei, mas quando o faço, faço-o convicto e verdadeiramente arrependido. O que tenho de “assustador” quando me irrito, tenho de leal quando se trata de sentimentos e convicções.
Adepto de
“Quebrar a vergar” se acredito sou capaz de mover montanhas, capaz mesmo de me esgotar apenas para conseguir provar o meu ponto se tiver convicto.
Sou assim…