Sunday, July 31, 2005

Os adeptos da fuga

Para quem lhe apetece sair daqui para outro lado deixo este link

http://www.earth-photography.com/

Saturday, July 30, 2005

A idade dos porquês…

Estando nestes últimos tempos muito preocupado e apreensivo com algumas coisas da minha vida achei curioso que todos tivessem associado este estado de espírito a um “problema amoroso”. A expressão em si já é estranha mas a tendência que existe de reduzir tudo meramente a questões amorosas ou à falta delas incomoda-me.
Um outro blog referia-se aos blogs pessoais como sendo espaços de pessoas que andavam à procura de namorado/a. Visão no meu entender profundamente redutora.
E que tal andar à procura de si mesmo?
Há alturas em que mais do que se procurar o Amor, nós nos procuramos a nós próprios porque estamos insatisfeitos connosco.
Há um inconformismo que é positivo, que gera a dúvida benéfica – Será que é mesmo assim que quero ser?
Obviamente que haverá quem faça a ligação imediatamente à psicanálise e desenvolva teorias mais ou menos elaboradas. Virá o inevitável Freud e as suas explicações… Não se fartam disso? Além de Freud existem tantos outros tão importantes como ele…
Porque é que insistem na necessidade de tudo ser explicável, porque é que tudo tem de ter uma justificação lógica, porque raio é que há sempre um qualquer mecanismo na nossa psique, um acontecimento passado que explique todas as acções?
Estou farto desta moda de que tudo é explicável pela psicanálise. A Humanidade viveu séculos sem Freud e os seus discípulos e a vida continuou. O pensamento humano existes desde sempre e começou muito antes da psicanálise.
Não será portanto algo natural, instintivo, que nós nos questionemos? Não será isso sinal de que somos capazes de evoluir?
Há alturas em que nos sentimos descontentes por ter que tomar determinado caminho mesmo quando este nos é imposto por razões alheias à nossa vontade mas isso não implica que não nos questionemos.
É certo que seria tudo tão mais fácil se não tivéssemos esta necessidade compulsiva de pensar, de perceber porquê assim e não de outra maneira, mas mesmo dando várias dores de cabeça, prefiro questionar até a exaustão e obter por mim as respostas a que me as dêem “prontas a consumir”.
Muitos preferem parecer a ser, falam do que não conhecem, usam termos técnicos todos pomposos que não sabem a quê que se referem mas também não importa, se tudo correr bem os outros também não sabem…
Perdeu-se uma certa doçura que advinha do tempo que as coisas demoravam, parece que tudo tem de ser naquele momento e a aceleração que as novas tecnologias impõem faz com que as pessoas se sintam cada vez mais “forçadas” a decidir tudo em espaços de tempo sucessivamente mais curtos.
Há tempos para tudo que creio devem ser respeitados, não devemos entrar na vertigem do decidir por decidir, há que reflectir não só na nossa vida profissional como na vida pessoal, e aí quer no nosso crescimento interior quer nas nossas relações inter-pessoais.
E depois de decidir? O processo acaba? Acho que não, devemos questionarmo-nos se as decisões nos satisfazem ou não.
Entrando no campo amoroso, quando escolhemos estar com alguém, essa decisão não deve ser tomada de ânimo leve, é obvio que nos vamos questionar algures ao longo do caminho se a escolha foi a mais acertada mas é por isso que as relações são a dois e são dinâmicas, alteram-se.
Recorrendo a uma metáfora, o Amor entre duas pessoas é como uma planta, se só tiver água e não tiver Sol morre. São precisos os dois. E assim num casal é preciso ser-se o Sol e a água consoante as ocasiões e é preciso cuidar do Amor como se cuida da planta, com carinho e ternura, com a capacidade de reconhecer que se erra, de pedir desculpa, de perguntar ao outro se “assim está bem ou é preciso outra coisa”.
Não nascemos ensinados a conviver amorosamente uns com os outros, aprendemos se quisermos e conseguirmos mas isso implica ser capaz de perguntar e de ouvir por vezes respostas menos agradáveis…

Friday, July 29, 2005

A light from the shadow

Thursday, July 28, 2005

"Arcus nimis intensus rumpitur"

Wednesday, July 27, 2005

Inesperado

Hoje, a trabalhar em casa veio cá ter um colega meu. Até aqui tudo normal, mas o que se passou a seguir foi do outro mundo. Tinha saído de frente do computador para ir à cozinha quando oiço um barulho que me parecia o das teclas do meu teclado. Regressei sem fazer barulho e aproximei-me por detrás dele que estava agora sentado na minha cadeira em frente ao computador com as definições do computador abertas e a vasculhar os meus ficheiros.
Tive uma fúria, como é que alguém se atreve a mexer nos meus ficheiros? São pessoais… E a distinta lata de estar a alterar definições…
Estava a ponto de rebentar num urro quando vejo o ecrã – o estafermo tinha desinstalado o meu modem e tentava furiosamente reparar o erro…
Ao ver isto passou-me qualquer fúria, e só pedia que não tivesse dado cabo de mais nada…
Quando o retirei da minha cadeira e me sentei em frente ao computador e agarrei o rato ia morrendo, estava coberto com uma camada de gordura e porcaria como nunca tinha visto – voltei-me e perguntei mas que raio era aquilo. A resposta foi desarmante: “Eh pá, só queria ir à net ao site da CGD… Para ver o saldo estás a ver?”
Após ter despachado o tipo pela porta agarrei num pano e a álcool acabei a limpar tecla a tecla o teclado e o rato…
Só a mim é que me acontecem estas coisas…


N.B. - Este é o colega que corre risco de não assinar e como ninguém quer trabalhar com ele tocou-me a mim.

Objectos

Há objectos que tem significado especial e sentimentos associados.
Reencontrei objectos de pessoas com as quais tive amizades, cumplicidades ou simples contactos. Algo tão variado como canivetes, GI-Joes, carrinhos, CD’s, berlindes etc.
Comecei depois a pensar nos meus objectos que tinham ficado “perdidos” com outras pessoas e lembrei-me dos meus livros, dos meus legos, dos meus soldados, naquelas cassetes, nos CD’s...
Todos com histórias associadas, mas os mais importantes, a minha primeira raquete de ténis, dada pelo meu avô e que te pedi que devolvesses à uns meses atrás para grande indignação tua e os relógios.
Ficaste com o meu relógio que nunca antes tinha saído do meu pulso e eu com o teu…
Ou melhor, ficaste com o meu relógio quando partiste para Roma 3 semanas após nos termos conhecido há 4 meses e levaste-o para te lembrares de mim e deste-me o relógio que o teu ex-namorado te tinha dado no Natal anterior – “Nunca gostei muito dele…”
Partiste para Roma para pensar e decidir qual dos dois…
Ao reencontrar hoje o relógio que me ficou à guarda sorri-me, afinal é tudo tão espantoso… É a prova que nós muitas vezes passamos pela vida dos outros e lançamos algum do nosso “perfume”. Estamos de passagem levando algumas coisas e deixando outras – levei-me a minha forma de pensar, as minhas ideias, os meus sonhos e os meus ideais e tu mostraste-me os teus e deste-me a tua mania de controlo.
E é assim, alguns objectos devem ficar connosco não por gostarmos deles mas pelo que representam e lembram, no meu caso, este relógio mostra-me claramente que tudo é passageiro e que tudo se altera num ápice. O teu ex-namorado de então perdeu o seu lugar e desfizeste-te das coisas dele, comigo terá sido a mesma coisa e estranhamente não me incomoda que os objectos que eu te dei sejam usados por outros porque já não têm associados os sentimentos que tinham.

"Aquela Janela Virada Prò Mar"

Tuesday, July 26, 2005

Medley

Monday, July 25, 2005

Memórias...

Sunday, July 24, 2005

Provocação

"It is a truth universally acknowleged, that a single man in possession of a good fortune, must be in want of a wife." - Jane Austen in "Pride and Prejudice"

Saturday, July 23, 2005

As coisas simples

Às vezes a resposta mais simples desarma-nos por completo por ser completamente inesperada.
Sei que tenho um sério problema de obsessão com as relações entre pessoas, de facto fiquei tão marcado por duas histórias tão mal contadas que tenho muita dificuldade em confiar e tenho uma necessidade compulsiva de explicar tudo o que faço, sinto, penso porque quero evitar fazer aos outros o que me fizeram a mim.
Fiquei basbaque quando me disseram: “duas pessoas por estarem juntas não implica que tenham que partilhar tudo…” – não é que não o soubesse, mas sim por ter sido quem foi que o disse e no contexto em que o disse.
Não foi num contexto amoroso, foi numa agradável conversa de amigos e, nesse momento tudo mexeu cá dentro. Foi tanto mais estranho quando quem me disse isso foi uma rapariga…
Sendo honesto, e porque todos escrevemos sobre esse lindo tema que são as relações entre homens e mulheres, depois da minha experiência, fiquei com a ideia que todas as raparigas tinham a “mania” de querer saber tudo, de entrar em todos os campos da minha vida, quando alguns de facto estão vedados, não por conterem malícia ou algum segredo hediondo mas sim porque não sou capaz de partilhar, pelo menos não já ou não naquela altura.
É triste perceber que rigidifiquei o meu pensamento tornando-o redutor.
Espero com o tempo voltar a ganhar maleabilidade e voltar a não ter medo. Já não faço aquela figura que todos fazemos de dizer: “sou homem, não tenho medo…”
Tenho medo, e às vezes até mesmo muito, sou da opinião que em determinadas alturas assumimos responsabilidades e temos obrigações se não connosco, pelo menos para com os outros. O meu medo é não corresponder às expectativas dos outros, não por uma questão meramente narcísica mas porque sei que os vou magoar, e por já ter sentido a dor de não ter recebido o que esperava, não o quero fazer a ninguém.
A minha tendência para ser protector é sem duvida um dos meus maiores males, esqueço-me às vezes de perguntar se é isso que o outro quer.
Lembro-me da “Ópera do Malandro” de Chico Buarque (que devia ter visto pelo menos há 8 anos atrás) e da frase – As expectativas são o pior que há, tornam-se em frustrações…
Oiço tudo o que me tenham para dizer e tento aprender com o que me dizem, mas começo a ter dificuldade em reconhecer crédito às pessoas. Poucas sabem mesmo daquilo que falam, outras falam daquilo que não sabem e preocupam-se mais em parecer do que ser…
E estou de novo a ser injusto, quando acho que não há quem me faça pensar e reconhecer-lhe mérito, eis que aparece alguém…
A incapacidade que alguns de nós temos para analisar criticamente as pessoas que nos rodeiam, sejam eles professores, gurus, sábios ou simplesmente a mais humilde das pessoas espanta-me enormemente. Cada vez mais me convenço que a análise é incómoda e por vezes dolorosa porque nos obriga a reconhecer que aquela pessoa, da qual tínhamos tantas expectativas afinal não é assim tão boa, tão capaz…
Não me conformo, não me consigo conformar…
Tanta coisa que se passa nas nossas vidas que daria para encher um blog de pequenas coisas, tão importantes para nós e tão insignificantes para o mundo.

“Não posso é levantar muito a voz… porque o meu neto diz-me:
- Eu só fiz uma pergunta. Não quis ofender.
- Mas eu só dei uma resposta.
- Mas deu com uma voz diferente.
Ainda não fez dez anos”

E é tudo tão passageiro, tão breve, tão fugaz. As certezas de um dia são as incertezas do dia seguinte…

“O que eu muitissimo admiro e louvo neste môço que ufanamente apresento aos meus conterraneos, que sabem ler e pensar, é o sentimento profundo, serio e indicativo da precocidade de espírito; é a austeridade da idea na analyse dos grandes quadros da vida; é a promessa de um abalisado pensador, em locuçoens claras, com a lucida philosophia de Droz, e os recamos amenos de muitas flores colhidas na litteratura contemporanea. Revela-se, de mais a mais, um estudioso, que motiva as suas ideas com authoridades, e modestamente primoroso parece dar maior valia ás opinioens alheias do que ás suas. Isto é bom, é admiravel, é extraordinario aos vinte annos; mormente, quando é uso a mocidade entrar no certame das lettras bradando injurias aos anciões que vão sahindo das cadeiras do magisterio, para a paz do tumulo, sem saudades das amargas glorias que lhes insultam.” – trecho de uma carta de Camillo Castello Branco

Friday, July 22, 2005

O meu lado “gaja”

Pois é, decidi entrar em contacto com o meu lado feminino… (piada fácil do dia)
Deixo aqui umas sugestões para os próximos dias ;)

http://www.ocantodospratos.blogspot.com/
http://osmeusdocinhos.blogspot.com/
http://receitasfashion.blogspot.com/

Para quem é guloso, depois é só seguir os links e eles multiplicam-se…
(ficam nos links, os outros não me esqueci mas como são alguns tenho que os pôr com tempo…)

Mar me quer...

Thursday, July 21, 2005

O que nos faz falta

“Um rochedo atirado para o espaço, um cataclismo natural…” Napoleão Bonaparte definindo-se.

Estamos todos a precisar de um cataclismo que nos faça mudar a mentalidade. Estamos todos fartos desta história de “crise” e de ministros que viram fantasmas.
Já estou farto de ministros sem força, de primeiros-ministros mutistas e de comentadores que governam de bancada com um peso que não sei donde é oriundo.
Isto é demais…

“Quem sabe faz, quem não sabe ensina” – Edgar Cardoso* professor catedrático do IST

Menos professores e mais ilustres desconhecidos?

* foi o engenheiro que projectou a ponte da Arrábida no Porto, o maior arco de betão do mundo na altura, reconhecido internacionalmente.

Wednesday, July 20, 2005

As estranhas sensações que temos

Às vezes, quando menos esperamos acontecem coisas na nossa vida que nos fazem pensar. Há como que uma tendência para reponderar tudo, analisar e reformular.
É difícil pôr por palavras aquilo que sinto, há como que uma agradável desarrumação dentro de mim – penso em muitas coisas ao mesmo tempo.
Penso em pessoas, em sítios, em sensações, em factos, eu sei lá, uma panóplia de pensamentos que não tem explicação.
Subi o volume da música, prefiro não pensar, prefiro não imaginar…
A imagem que se forma na minha cabeça é a do nadador que faz um salto da prancha, salta de costas com os braços abertos como uma cruz, faz um mortal, roda e entra como uma agulha na água, fundindo-se com ela, sem fazer espuma ou grandes ondas…
Adorava ter a capacidade de proteger todas as pessoas de quem gosto e de ser capaz de as ajudar…
Enfim, um momento de spleen…

Tuesday, July 19, 2005

E dura, dura, dura...

É verdade, foi hoje, não foi brilhante mas mesmo assim consegui minimizar danos. O irónico é que a segunda ronda de orais é no dia 2 de Agosto... Lá vou eu...

P.S. - Tenho uma série de novos blogs para "adicionar" aos meus "contactos" mas ainda não o fiz, peço desculpa e peço-vos um bocadinho mais de paciência...

Pensamentos Soltos X

"Only dull people are bright in the morning" - Oscar Wilde

Pensamentos Soltos IX

"A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido. Não na vitória própriamente dita" - Mahatma Gandhi

Monday, July 18, 2005

Conto – parte II

Após se ter armado, o cavaleiro dirigiu-se à sua montada.
O seu cavalo era um puro-sangue árabe, preto como a noite, rápido como o vento. Os arreios eram de prata com desenhos de cornucópias.
O cavaleiro colocou a sua espada sob a sela e pendurou o seu escudo à esquerda. Montou o seu fiel corcel e, esporando-o, saiu a galope pela porta da cidadela.

A formosa Vénus ficara no quarto do nobre cavaleiro. Tinha-o avisado que teria que enfrentar vários perigos e várias provas na sua demanda. Não o tendo demovido dos seus intentos, Vénus chamara Cúpido e dera-lhe a seguinte indicação: “Acompanharás o cavaleiro em todas as suas peripécias, não te deixarás ver e quando for a altura certa receberás novas ordens. Parte e sê célere”.

O cavaleiro cavalgava furiosamente pela floresta quando um homem que aparentava já ter muita idade se atravessa no seu caminho e sem proferir uma única palavra crava o seu bastão no chão fazendo com que o cavalo se empinasse e o cavaleiro caísse no chão. Ao levantar-se perante ele estava uma enorme ampulheta que escorria um pó semelhante a rubis. Voltou-se rapidamente para trás procurando o seu corcel que pastava tranquilamente junto a uma árvore, avançou na sua direcção quando de repente bateu no que lhe parecia uma parede invisível. Atordoado o cavaleiro começou a olhar à volta e mais uma vez lá estava aquela estranha ampulheta de armação de ouro e pó de rubi.

- Estás sob o meu poder, disse o velho.
- Quem sois?
- Sou aquele que tem o tempo na sua mão, carrego a gadanha… Sou Saturno, deus do tempo e da morte.

O cavaleiro ficou imóvel e assustado quando a voz rouca mas firme de Saturno se voltou a ouvir:
- Perante ti está uma ampulheta que funciona de modo especial. És tu quem domina o seu funcionamento, estarás sobre a minha alçada exactamente o tempo que tu quiseres.
- Eu controlo? Retorquiu o cavaleiro.
Saturno, tranquilamente respondeu:
- Sim, tu, através das tuas emoções. Partes em busca daquela que julgas ser o teu Amor, chegou a altura de pensares se é mesmo o teu Amor, e se acreditas verdadeiramente que ele será correspondido.

Nisto, ouve-se um estrondo e o velho desapareceu deixando o cavaleiro preso numa redoma mágica com um mistério para resolver para poder sair daquela armadilha.

Saturday, July 16, 2005

Pensamentos Soltos VIII

"Acreditar em algo e não o viver é desonesto" - Mahatma Gandhi

Queca experimental

Após várias conversas com amigos e amigas que defendem várias posições (sem segundos sentidos) eis que surge o tão ansiado post.
Numa relação entre duas pessoas, que evolui no plano amoroso, é natural que ao fim de um certo tempo haja intimidade entre os dois e consequentemente uma relação também de cariz sexual.
Ora bem, a queca experimental, segundo várias opiniões insere-se neste contexto, ou seja, quando se chega à intimidade, faz-se uma espécie de “test drive” ao parceiro para avaliar a sua capacidade na cama.
Não estou de acordo porque não creio que o sexo deva comandar uma relação embora seja uma parte importante desta.
A ideia de um teste rápido para avaliar parece-me ainda mais absurdo.
Será que não sabem que a sexualidade evolui com a relação, com a confiança, com o conhecimento um do outro?
Parece-me claro que a primeira tentativa estará razoavelmente votada ao insucesso. A excitação acumulada por parte de um rapaz dará um encontro fugaz e pouco prazenteiro para a sua parceira e o sexo deve ser encarado como um prazer a dois e não numa vertente em que o importante é apenas o prazer masculino que é o mais fácil de atingir.
Admitindo que a pressão do momento, que ditará se a relação continua ou não, não causa outro tipo de estragos e embaraços, o simples pensamento de que se a coisa correr mal acaba tudo ali deve ser o mais anti – libido que pode haver.
Há quem defenda em vez de um “momento chave”, uma série de quecas experimentais em que se determina se está a melhorar e a chegar lá ou então se é para acabar ali.
Meus amigos, também não percebo…

Saindo agora do âmbito da queca experimental e abrindo o leque, a maior parte das vezes os homens acham que as mulheres não querem relações sexuais e as mulheres pensam que os homens só querem relações sexuais. O resultado acaba por ser o “acertar ao lado” constantemente. O que ainda mais me espanta é a incapacidade que há em conversar sobre o assunto dentro do casal e dizer tão-somente: “preferia que fosse assim, ou assado”.
Os homens porque têm medo que as mulheres achem que eles são uns depravados, as mulheres porque a maior parte dos homens não quer ser ensinado.
A verdade é que ninguém nasce ensinado e se o parceiro nos dá indicações, dicas e ajudas, o melhor que temos a fazer é aproveitar porque não só o estamos a satisfazer melhor como podemos também beneficiar e ter maior prazer.

Outra coisa que não entendo são os homens e rapazes que não falam com as namoradas e que vão “consolar-se” com prostitutas porque acham que as namoradas não são para determinadas coisas…
E é que nem perguntam, e a simples ideia de perguntar assusta-os de morte. Claro está que têm, as suas prostitutas de estimação e que não contam às namoradas que as têm… Afinal são só 3 na mesma cama.

Algo que também não entendo são os casais em que quer ele, quer ela têm amantes, e não me refiro a casais casados, refiro-me a casais de namorados em que o conceito de relação aberta é lato. Qual é a deles? Ninguém tem respeito uns pelos outros?

Honestamente, também não sou capaz de entender porque é que tantas pessoas falam da sua vida íntima de forma tão descritiva. Há coisas que, na minha opinião, devem ficar no interior de cada relação, não são para ser partilhadas. A capacidade que algumas pessoas têm de pôr todos os amigos na mesma cama é algo que me irrita solenemente. Aliás, é excelente estar a falar com alguém e saber que essa pessoa sabe exactamente o que se passa ou não se passa na intimidade que temos com outro. É assim tão difícil guardar para si o que se passa?

Peço desculpa se feri sensibilidades ou choquei alguém.

Friday, July 15, 2005

Eu não acredito…

Estou eu aqui a desejar férias com todas as minhas forças e ainda me falta entregar um trabalho.
Tenho o bom do Sérgio a, uma semana de terminar o prazo, dizer-me que não quer que um colega assine o trabalho.
Percebo que o outro não tem feito muita coisa de facto mas não é agora que vamos “lixar” o tipo, ou já lhe tínhamos dito ou não é agora.
Amanhã vamos a votos para saber se ele assina ou não…
Já disse que por mim assinava mas serão dois contra um…
E ainda me têm a lata de dizer: “é para o bem dele, assim ele aprende…” Mas quem pediu que fossemos “justiceiros”?
Quando me queixo deste grupo que é o pior que tive até hoje e digo que a vida não é só a m*rda do Técnico, a resposta não podia ser melhor: “É claro que é, conheces algo mais importante?”
É óbvio que sim, que há coisas muito mais importantes que esta trampa toda, que tal ter vida própria? Aproveitar as esplanadas, o Sol, os amigos, os livros, a musica, os nossos momentos pessoais a sós (e os acompanhados também claro…).
Quando o meu telemóvel toca até tremo, normalmente são os suspeitos do costume com mais do mesmo – ou seja – o famoso “já agora”… Lá vem mais trabalho e eu estou com muito pouca paciência para aturar isto…
A cereja no topo do bolo foi a minha nota a GEO, foi magnífica, muito acima do esperado e agora lá vou eu para duas orais para defender a minha nota…
Isto não acaba?

Para mim mesmo

É curioso…
Aquilo que quero é falar e não escrever, de certa forma estou farto de escrever, por outro lado dá-me um prazer indecente…
Dou por mim, muito espantado, a pensar que as relações das pessoas são mesmo únicas e curiosas…
Que raio é que me vai na cabeça para estar a pensar nos outros…
O que é que se passa comigo?
Há coisas curiosas…

Wednesday, July 13, 2005

Irónico

Palácio das Necessidades
Tribunal da Boa Hora
Cemitério dos Prazeres...

Monday, July 11, 2005

“Coco”

Há recordações doces que nos ficam e que nos voltam à memória de forma curiosa.
Numa semana em que aguardo pacientemente o resultado de um exame para saber se tenho que o repetir ou não (mas acho que não) voltei a intensificar os meus treinos de ténis.
Hoje foi daqueles dias em que saiu tudo bem, acabei exausto mas com um enorme prazer físico.
Estou todo dorido como era de esperar e por isso mesmo lembrei-me de quando era pequeno.
Quando tinha 7/8 anos aprendi a remar com uns senhores que o mais novo tinha 58 anos então em Sesimbra.
Eram os donos de um antigo baleeiro que tinha um barquito a remos atrelado. Os senhores (amigos entre eles) costumavam pegar no baleeiro (que era uma bela banheira) para ir para as praias ali ao pé a que só se chega de barco.
Como eu tinha um barquinho de borracha, eles metiam-se comigo e desafiaram-me para aprender num barco a sério.
Assim conheci o meu doce “Coco” – era o barco a remos que levava da praia para o baleeiro e vice-versa. (Cabiam 3 pessoas lá dentro)
Ensinaram-me a remar e tirei mesmo a carta de marinheiro por causa daqueles senhores. Era o capitão do “Coco”…
Tantas vezes levei aqueles senhores (ou eles a mim) no “Coco”, lembro-me de ir no baleeiro e de estar em praias que só voltarei a ver de novo quando for de barco.
Há um sítio que me ficou marcado, uma gruta onde, no chão (que estava submerso) havia estrelas-do-mar. Foi um espanto vê-las vivas e mergulhar naquele sítio.
O regresso era ao fim do dia e lembro-me de chegar exausto, com o corpo todo dorido e de me deitar e adormecer num instante sentindo como que o balouçar do “Coco” sobre as ondas.
Espero que hoje, quando me deitar, volte a sentir aquele embalo…

Cabala

Meus amigos, correndo risco de vida, à custa de mil perigos desvendo aqui a conspiração dos que pretendem tomar a internet de assalto com dúvidas existenciais:

PETER OF PAN

Sunday, July 10, 2005

A conversa de ontem e dos dias anteriores

“A minha vida é apenas um conjunto de notas musicais que o teu coração transforma em melodia”Kahlil Gibran.
Não pretendendo definir o Amor, acho que esta é talvez a melhor "definição" de pessoa certa que já li/vi até hoje.

Um amigo

Numa tentativa de “adoçar” as complicações deste blog, em breve haverá mais um complicado na blogosfera.
Católico (e caótico?) devoto, praticante e apaixonado…
Muito obrigado por aceitares o meu convite ;)

Saturday, July 09, 2005

Encontro de amigos

Anteontem tocou o meu telemóvel com um número que não conhecia. Atendi e para espanto meu era um amigo meu com o qual não falava há quase um ano.
Ligou-me para me convidar para um jantar, até aqui tudo bem, perguntou-me se ia e eu confirmei, e do lado de lá veio uma pergunta inesperada: E marco lugar para mais alguém?
Respondi distraidamente que podíamos convidar uns amigos comuns e ele corta-me a conversa e diz: não percebeste, alguma “amiga” que queiras levar?
Respondi-lhe que não, que continuava sozinho.
A resposta então é que foi a mais inesperada: Ainda? Então?
Nem me dei ao trabalho de responder mais do que isto: Acontece…
Não entendo esta obsessão que as pessoas têm. Qual é o problema de se estar só?
Sou menos pessoa por estar só?
Não quero cavalgadas, ter relações só por ter, desculpem lá mas não me interessa.
Quero conhecer a pessoa tranquilamente e depois ver o que acontece, sem grandes pressas e deixar o sentimento crescer.
Não sou daqueles que acredita no “Amor à primeira vista”, acho que as pessoas sentem qualquer coisa, uma “curiosidade”, são “espantadas” e depois, vão-se encontrando e deixam (ou não) as coisas evoluir.
Estar só não implica estar-se mal, até porque acredito que muitas vezes, mesmo com caras-metades, almas gémeas, amores-perfeitos, meias-laranjas ou o que lhes queiram chamar, estamos sós com os nossos botões.

Friday, July 08, 2005

Aos meus amigos da cidade do Porto

Há muito que já devia ter feito referência à vossa cidade no meu blog e agradecer-vos o apoio que me deram.
Fica aqui o endereço de um blog que se refere à vossa cidade da qual tinha tão má opinião até ter estado aí.
Espreitem http://www.cidadesurpreendente.blogspot.com/.

Thursday, July 07, 2005

"London Bridge is falling down"

Apesar do título levar a pensar na canção que se aprende quando se é pequeno, hoje Londres foi alvo de um atentado que causou, até ao momento, um número de 37 mortos, cerca de 700 feridos.
O atentado foi, planeado para coincidir com o inicio da cimeira do G8.
É tanto mais chocante quanto há dias o Mundo deu as mãos para tentar ajudar África e combater a pobreza. Parece que parte da humanidade se esqueceu…
Enquanto os líderes políticos se desdobram em conferências e em discursos separando radicalismo islâmico do Islão, a verdade é que as pessoas responderam a este acto com outro, no meu entender, comovente.
Numa altura em que os ódios, as invejas e as desconfianças se espalham pelo mundo, foi comovente assistir a todos os que tinham amigos, conhecidos ou familiares a ligar-lhes a perguntar como estavam e se podiam ajudar.
Claro que quis saber dos meus amigos que estão em Londres e claro que os queria ajudar, mas a minha pergunta, agora, mais sereno é: mas como é que os podia ajudar a esta distância?
É curioso como nunca nos ocorrem estas coisas, só queremos ajudar como for possível.
Esta é, na minha opinião, o grande triunfo sobre qualquer atentado, enquanto nos preocuparmos uns com os outros e tentarmos, mesmo estando limitados, ajudar.
Não me vou referir à resistência britânica que ficou patente na Segunda Grande Guerra durante o Blitz porque acho que não é uma questão de um povo apenas, mas sim de toda a sociedade a escala mundial, não que defenda uma guerra de civilizações, mas acredito que é o combate pela civilização e todos devemos interrogarmo-nos sobre o porquê destes ataques, quais as verdadeiras causas e qual a quota-parte de responsabilidade que todos temos.
Termino com a letra de uma música Imagine de John Lennon:

Imagine there's no heaven,
It's easy if you try,
No hell below us,
Above us only sky,
Imagine all the people
living for today...

Imagine there's no countries,
It isn't hard to do,
Nothing to kill or die for,
No religion too,
Imagine all the people
living life in peace...

Imagine no possessions,
I wonder if you can,
No need for greed or hunger,
A brotherhood of man,
Imagine all the people
Sharing all the world...

You may say I'm a dreamer,
but I'm not the only one,
I hope some day you'll join us,
And the world will live as one.

Wednesday, July 06, 2005

Triste fado o do meu país

Começou hoje na Christie’s o leilão da colecção de António Champalimaud, considerada uma das mais importantes colecções privadas a subir à praça nos últimos 20 anos.
Entre as peças levadas à praça destacam-se, entre outras, “O Bucintoro visto do Molo no dia da Ascensão” pintado por Canaletto e datado de 1754, um par de leopardos de porcelana que vieram do palácio imperial chinês na famosa Cidade Proibida e de que apenas se conhecem quatro exemplares, umas boiseries Luís XVI onde estão representados os quatro continentes e ainda um par de cómodas que se descobriu há dias terem pertencido à mobília do Palácio de Versailles e que saíram de lá aquando da Revolução Francesa tendo trocado de mãos até chegarem à posse do falecido milionário português.
A decisão de vender a colecção foi tomada pelo próprio em vida e os lucros reverterão para a fundação que ele criou e que entrou em funcionamento após a sua morte. A fundação tem por objectivo fazer investigação na área da saúde.
É, no meu entender, compreensível que António Champalimaud não quisesse que a sua colecção revertesse para o estado porque como é do conhecimento geral, a ruína bateu-lhe à porta no 25 de Abril e as suas indústrias foram nacionalizadas e ele teve de abandonar o país.
Não sendo, por convicção, defensor de um estado interventivo, neste caso não posso deixar de estranhar que o Estado não tenha actuado de forma a impedir a venda desta colecção ou então das principais peças. O país vai perder um espólio que dificilmente voltará a ser reunido e se o for não será cá.
Na minha opinião, é a delapidação do património e da cultura portuguesa.
Segundo a Christie’s, esta colecção tem sido um importante “cartão de visita” de Portugal, mostrando que há valor no país, assim sendo ainda mais me espanta que o Estado esteja desatento.
Correndo o risco de ser injusto, há quanto tempo não há a aquisição, por parte do Estado de uma peça de valor cultural universal?
Pululam pequenos museus que sem dúvida são importantes mas definham museus como o das Janelas Verdes (Museu Nacional de Arte Antiga). Não há ninguém com vontade política neste país para impor uma forte politica cultural?
Se queremos ser um país em que o turismo seja de facto uma fonte de riqueza, não podemos apenas estar dependentes das nossas paisagens e praias. A nossa gastronomia, que é das melhores, e o nosso clima, não pode ser o mais que tudo de uma política de turismo sustentável. Tem que existir um forte substrato cultural para atrair outro tipo de turismo. Como é possível os nossos Museus disputarem com Museus como o Prado, o Louvre, o British Museum, o Smithsonian entre outros, se as peças boas do país saem de cá para lá?
Não se julgue que é um problema de sermos pequenos porque este país já foi a cabeça de um Império e em 1755 (antes do Terramoto) a cidade de Lisboa era a capital europeia mais rica e a culturalmente mais pujante.
Após o Terramoto, a reconstrução projectou a cidade para standards de modernidade que foram caso de estudo pela Europa. Não acreditam? Pensem que a Rua do Ouro e a da Prata ainda hoje comportam carros e com duas faixas. Foram planeadas assim desde o princípio o que revela uma enorme capacidade de antecipação. Mas há mais, a primeira estrutura pensada para suportar uma acção sísmica foi desenvolvida integralmente cá nessa altura e pela “simplicidade” da solução está agora a ser desenvolvida com materiais mais recentes no MIT. Curioso não é?
Mas não é só a venda da colecção Champalimaud que me faz temer pela cultura portuguesa.
Ontem a Fundação Calouste Gulbenkian anunciou a sua intenção de no ano que se segue extinguir a sua companhia de bailado.
Será que esta notícia confirma os rumores de que a instituição se encontra em importantes problemas financeiros?
Numa altura em que todos os portugueses andam assustados com a situação financeira e económica do país, sinais de fraqueza de instituições como a Gulbenkian devem ser encarados com particular preocupação.
O Prof. Medina Carreira aconselhou todos os jovens que têm aspirações e capacidades a abandonar o país e procurarem novas paragens. Não percebo, é nestas alturas que todos os que têm capacidade são mais necessários. Ninguém se deve esquivar a assumir responsabilidades e pegar nas suas mãos o futuro do nosso país. Não podemos fazer como os ratos e abandonar o navio.
O governo entretanto apresentou o seu plano de investimentos com os quais visa relançar a economia portuguesa.
Entre estes planos estão o famoso TGV e o aeroporto da Ota. Quanto ao primeiro não tenho opinião muito formada porque é um projecto europeu e portanto Portugal terá de o executar ao ritmo imposto externamente.
Quanto ao aeroporto da Ota, se este seguir o modelo do aeroporto de Schiphol (http://www.schiphol.nl/) em Amesterdão, então será um excelente investimento, se não for por esse caminho será mais um elefante branco que pagaremos como vamos pagando as auto-estradas sem custos para os utilizadores.
O conceito do aeroporto de Schiphol é o de uma cidade que funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano. Oferece uma plataforma logística única com todo o tipo de transportes a derivarem daquele ponto.
Tudo isto é muito bonito mas implica não ceder a compadrios e não cair na tentação de lá colocar os amigos pessoais e do partido mas sim pessoas competentes nos cargos de liderança.
Na segunda-feira, assistimos no canal 1 a um debate entre economistas sobre qual o caminho, para além dos economistas estava o Sr. Eng.º Belmiro de Azevedo que demonstrou dominar muitas mais áreas do que só aquelas em que trabalha directamente. E o espantoso é que foi de todos o mais claro e clarividente sobre as medidas a tomar.
Não tendo mais nenhum interesse na política para além daquele que qualquer cidadão deve ter, não posso deixar de estranhar que tenha ouvido com interesse este debate, as “Notas soltas” de António Vitorino e as “Escolhas de Marcelo” com o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa e não tenha ouvido mais do que 5 minutos da entrevista feita ao primeiro-ministro.
Começo a achar que assim não vamos lá. Faz falta alguém que nos motive e que tenha um ideal.
A falta de uma ideia estratégica para Portugal, a arrastar-se durante muito mais tempo, levará ao aparecimento de alguém com convicções fortes, que a pedido de todos, se manterá no poder demasiado tempo, mais do que o devido…
Conhecem a escultura “A cadeira do poder”? Está no topo da Alameda Afonso Henriques e o assento da cadeira está de tal forma inclinado que ninguém lá consegue permanecer. Espero que não nos estejamos a esquecer da nossa história e da história das sociedades…
Acho que nos resta ter esperança e um, não resisto à pequena provocação, um sebastianismo redobrado…

Tuesday, July 05, 2005

Sobre o meu pequeno conto

Queria deixar aqui um desafio aos leitores do meu blog, uma vez que o conto está "imberbe e loiro", quem quiser deixar sugestões de continuações ou de desfechos por favor envie-me ;).

Teorias e leis

Após a descoberta de que as leis de Murphy se aplicam ao trânsito caótico, não resisto a partilhar outras teorias reveladoras.

“There is a theory witch states that if ever anyone discovers what the Universe is for and why it is here, it will instantly disappear and be replaced by something more bizarre and inexplicable.”

“There is another theory which states that this has already happened”

in: “The restaurant at the end of the Universe” – Douglas Adams

Monday, July 04, 2005

Pensamentos Soltos VII

Não sendo eu um adepto de Fernando Pessoa, recorro a ele para expressar o que me vai na alma:

O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
À roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,
E disse: «Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tetos negros do fim do mundo?»
E o homem do leme disse tremendo:
«El-Rei D. João Segundo!»

«De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?»
Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
Três vezes rodou imundo e grosso.
«Quem vem poder o que só eu posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?»
E o homem do leme tremeu, e disse:
«El-Rei D. João Segundo!»

Três vezes do leme as mãos ergueu,
Três vezes ao leme as reprendeu,
E disso no fim de tremer três vezes:
«Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um Povo que quer o mar que é teu:
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!

Sunday, July 03, 2005

"Oh Captain, my Captain!"

Estou a precisar de mudar o meu ponto de vista, subir a uma secretária e ver as coisas de forma diferente…
Estou a acomodar-me a um pensamento que sei não é o que me dará a tranquilidade que quero.
Mas afinal o que é que quero?
YAWP!!!
É o meu grito bárbaro, é o som da minha contestação…
Queria tanto acelerar o tempo, espreitar, experimentar, e depois, caso não fosse aquilo que imagino ou que quero voltar atrás – no harm done.
Já não quero fugir como quis há uns tempos atrás, não senhor, quero ficar, quero resolver o que falta.
Mas quero mais, quero aquele “new sun rise” que, mesmo com medo acredito me traga a surpresa inesperada mas agradável.
E cá estou eu, waiting, hopping, dreaming…

Saturday, July 02, 2005

Pensamentos Soltos VI

Há acontecimentos que têm um cunho no mínimo interessante. Numa altura em que o que mais desejo é que o tempo passe não é que o meu relógio parou? E ainda dizem que Deus não tem sentido de humor…
Ando perdido nos meus pensamentos, é a pior época para pensar em questões que escapam à minha exclusiva capacidade mas a verdade é que penso.
É o dia em que a Humanidade decidiu dizer NÃO à pobreza extrema através do concerto LIVE 8 em que se pretende pressionar os 7 países mais industrializados do mundo e a Rússia para não só perdoarem as dívidas dos países pobres como ainda abrirem os mercados de forma justa para que estes países, por si sós, possam subsistir.
O famoso blog “Barnabé” está, aparentemente, à beira da dissolução e será o fim de um lugar de debate de ideias políticas em que os seus membros, declaradamente de esquerda, ofereciam uma visão alternativa dentro de esse quadrante sobre a sociedade e a política.
O Governador do Banco de Portugal engana-se no valor do défice, perdão, cometeu apenas um lapso, engano ou erro é demasiado "forte". Mas que raio, ninguém sabe fazer contas? Mas o que é que se passa neste país?

Friday, July 01, 2005

Um pequeno conto

Estava um cavaleiro a armar-se quando entra pela porta do seu quarto a formosa Vénus.

- Nobre cavaleiro, que fazeis, porquê tantas armas? Um escudo, a tua espada, uma aljava cheia de flechas e um arco…
- Julgava que vós, Ó Deusa do Amor saberias?
Armo-me porque parto numa demanda! Vou em busca do meu Amor.
- E necessitas de levar todas essas armas?
- Claro! O escudo protege-me dos ataques vis que me irão fazer, as flechas permitirão abater os medos que me vão atacar e a minha espada degolará todos os que utilizarem a mentira, a falsidade e a calunia para me derrubarem.
- E tendes ainda uma capa e uma corda? Para quê?
- A capa para me cobrir e me tapar de olhares indiscretos, a corda para escalar a muralha do castelo onde se encontra o meu Amor.
- Estais demente…
- Não! Agora sim estou lúcido, descobri o que vale verdadeiramente a pena.